domingo, 10 de maio de 2020

Em vez de dizer não, fique calado no primeiro momento.


O poder do negativo

Eu sempre procuro enxergar partes das minhas práticas de vida em outros pontos da minha vida. Não dá para dissociar o “Betão professor” do “Betão que treina swordplay” do “Betão pai”. São só faces da mesma pessoa. E sempre que eu consigo fazer isso, ou seja, ligar partes diferentes da minha vida, eu costumo ter resultados muito bons. Se não resultados, pelo menos uma boa elucidação a respeito de alguma coisa.

Esses dias estava conversando com algumas pessoas e percebi o poder de uma negativa. O negativo tem um poder muito grande em nossas vidas, especialmente em redes sociais.

Sempre que eu tento trazer coisas novas, seja para os campos de treino, as salas de aula ou mesmo o convívio social com a minha família, um simples "não" tem um poder avassalador de fazer as coisas darem para trás. 

Foi isso quando tentamos mudar o formato das provas bimestrais do formato Enem (múltipla escolha a, b, c, d, e) para o formato PAS (certo/errado, onde uma errada anula uma certa). Quem se prepara bem para o PAS passa no PAS e no Enem. Quem se prepara apenas para o Enem pode até passar no Enem, mas reprova, com certeza, no PAS. O Processo de Avaliação Seriada da UnB é bem complicado.

As discussões já estavam bem avançadas quando um professor mais antigo levantou a mão e disse: “Ah gente, quanta complicação! Para quê correr tanto se o destino de todos é a morte? Eu que não vou fazer essa prova não. Ninguém pode me obrigar a seguir por essas propostas de vocês. Vamos fazer como a gente sempre fez, gente. “ Dito e feito, a proposta foi por terra e atrasamos o desenvolvimento dos alunos em alguns anos.

A mesma coisa acontece com swordplay. Toda vez que você solta uma ideia nova, diferente, aparece alguém com um “não”. Tem umas pessoas no meu grupo que eu aprendi a fazer audição seletiva do que eles falam.

Vamos fazer famílias dentro do grupo, para interagir mais o pessoal com a Lore do grupo: Eles reclamam das famílias; Vamos fazer classificações para que as pessoas mais competitivas se sintam engajadas: Eles reclamam das classificações; Todo mundo tem dois pontos de vida: Eles reclamam também dos pontos de vida! Então fica muito complicado criar alguma coisa, se eu der ouvidos a eles. Tem um que fica “acho que a gente deveria aprender umas técnicas novas”, aí quando a gente começa a ensinar técnicas novas ele vem “aí que isso é meio chato...”

Entretanto, nem todo mundo tem essa audição seletiva. Se um cara desses solta um “ah que ideia ruim, não quero” no meio de uma lista do zap ou de um grupo do face, já tem dez pessoas que pelo “pensamento de rebanho” vão bodejar o “não, não quero” junto com ele.

Por isso eu peço a você que se você não tem nada de bom a dizer de uma ideia que o pessoal do seu grupo acabou de soltar, fique calado. Quando a ideia for posta em prática, aí sim todo mundo vai adorar ouvir você.

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...