sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Lá e de volta outra vez.

Estava passeando pelas comunidades de swordplay do facebook quando me deparei com uma postagem assaz intrigante.

Dúvida: como eu faço pra voltar para um grupo que eu fui expulso a 10 mil anos atrás?

Num primeiro momento achei que se tratava de algum tipo de brincadeira ou zoeira, já que ela tinha sido postada na Liga Nacional de Swordplay (Freepost), um lugar conhecido pela quantidade absurda de abobrinhas relacionadas ao swordplay. Mas depois, lendo a postagem em questão, percebi que se tratava de um assunto muito sério.

A primeira pergunta que se pode fazer diante de uma postagem dessas é “o que diabos você fez para merecer uma expulsão?”, em primeiro lugar. Consultei alguns amigos de outros grupos que foram categóricos em afirmar que a expulsão é uma punição reservada para infrações muito graves. Graves mesmo. “Não temos uma quantidade muito grande de membros” firmou um colega de São Paulo “Por isso fazemos o possível para contornar as situações adversas que aparecem nos treinos. Muitas vezes uma boa conversa e alguns dias de molho resolvem o problema. Expulsão apenas em último caso”.

Entretanto nem todos os grupos são assim. Em alguns casos as expulsões são arbitrárias. Existem “diferenças criativas irreconciliáveis” entre a liderança do clã e a pessoa que foi expulsa. Em algumas situações tem a ver com implicância ou com o jeito de ser da pessoa que foi expulsa. Enquanto pesquisava para este artigo esbarrei com uma pessoa que foi expulsa porque estava namorando com a ex-namorada do líder do grupo.

Nestes casos existe pouco o que pode ser feito. De forma pragmática existem dois caminhos possíveis. O primeiro deles é esperar a poeira assentar e depois de algum tempo buscar a redenção. Essa é a opção de agir como pessoas maduras e conversar com as lideranças se desculpando, dizendo como mudou e prometendo que não voltará a cometer os mesmos erros.

Outro caminho, igualmente pragmático é seguir em frente. Pode ser que você considere que sua expulsão foi injusta e que não vale à pena voltar para o grupo antigo. Simplesmente busque abrigo em outro grupo. Se não houver um grupo disponível você ainda tem a opção de fazer o seu mesmo. A internet está cheia de bons textos e vídeos sobre como você pode começar.

Mas existem casos em que a expulsão não pode ser reversível. Estes raríssimos casos não são um simples problema de comportamento, ou atitude. Existem casos em que o que está em jogo é o caráter e, por conseguinte, a segurança dos envolvidos. Pessoas que falam mal de seus grupos, semeiam a desunião e jogam membro contra membro devem sim ser expulsos. Pessoas assim são tóxicas e nocivas e não importa para que grupo se desloquem, continuarão a trazer experiências ruins pata todos à sua volta.


No fim tudo uma expulsão é sempre um pouco traumática. Para o bem ou para o mal é uma mudança sólida e muitas vezes necessária. 

sábado, 16 de setembro de 2017

Dicas rápidas de um bom treino

Para quem não sabe, estou coordenando dos treinos dos Lordes de Ferro, na cidade do gama – DF. Todo domingo, a não ser por força maior. Por conta disso tenho estudado muito sobre como gerir um grupo e sobre como conduzir atividades físicas – essa segunda parte está sendo bem complicada.

O objetivo do curtíssimo texto de hoje é trazer algumas dicas (seis no total) para quem está começando a treinar swordplay.

1.       Não exagere.
Para começar, quem não tem o costume de se movimentar precisa ter em mente a necessidade de dar os primeiros passos e seguir aos poucos, sem exagerar.

2.       Não desista no primeiro obstáculo.
Após o início das primeiras atividades, é importante não desistir. É preciso manter-se ativo, focado, firme e forte nos exercícios e movimentos até que eles façam parte da sua rotina.

3.       Não desanime com a falta de tempo.
Depois que o treino começar a fazer parte da sua rotina de exercícios, é importante não desanimar, nem deixar o trabalho, a universidade, os filhos ou outra ocupação atrapalhar seu movimento. Precisa de um bom estímulo? É simples. Chame um amigo para praticar junto!

4.       Não desanime pela falta de resultados rápidos.
Quer outro bom motivo para não deixar de praticar swordplay? Pense nos benefícios que o esporte e as atividades físicas trazem para sua saúde. Pode ser que você não esteja lutando tão bem quanto gostaria, mas é só uma questão de tempo.

5.       Pratique de cor (e salteado)
Ainda precisa de mais um argumento? Então, lembre-se do coração. Ele precisa de movimento para ficar forte e levar você vida à fora. Você não quer perder o ônibus só porque não conseguiu dar um pique até a parada, não é mesmo?  

6.       A ciência para se sentir melhor
Está mais que comprovada a importância do movimento para o aumento da autoestima das pessoas. Com a autoestima lá em cima, os benefícios virão em diversos momentos: o estresse diminui e o trabalho fica melhor. Vai ser mais fácil até pra cumprir as metas do dia a dia.


Apesar de tudo, é preciso ter em mente que isso nada disso vai fazer sentido se não for feito com prazer. Se você não gosta do swordplay (ou de qualquer outro esporte) não force. Procure outra modalidade em que você se divirta. O importante é curtir o tempo que você tem disponível e não ficar se torturando por conta dele. Agora, se você gosta de swordplay, o que você está esperando? Um convite para fazer parte da távola redonda?  

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Pedra que rola não cria limo

Mudanças...

Mudar não é fácil. Sair da nossa zona de conforto, do caminho que estamos acostumados, da situação que sabemos lidar são verdadeiros desafios que persistem na humanidade desde tempos imemoriais. Extensa literatura pode ser encontrada para ajudar a compreender como a mudança, que é, ironicamente, uma das únicas constantes da vida, pode ser abraçada.

E nesses dias eu tomei uma dose extra de coragem para fazer algumas mudanças. Para que não sabe, eu fazia parte do reino de Eldhestar, antigamente conhecido como Reino dos Cavaleiros da Virtude e ainda antes disso conhecido como Lobos do Sul, sediado na Região Administrativa de Santa Maria, no condomínio Santos Dumont, em Brasília. Este grupo em especial já chegou a sediar treinos com mais de 50 participantes. Durante muito tempo ele manteve-se bastante ativo, mas de uns tempos para cá foi se esvaziando. Coisas como preparação para vestibular, emprego, faculdade e demais responsabilidades da vida foram afastando seus membros mais atuantes até que não havia quem pudesse ministrar os treinos, guardar o arsenal e se responsabilizar pela coisa toda. Não apenas isso, mas muitos membros “despilharam” de jogar swordplay. Nada mais natural. As pessoas pilham e despilham o tempo todo.

Então eu me vi preso com um grupo de pessoas que não queriam mais jogar ou que não tinham mais tempo para jogar. O que é que eu poderia fazer? A opção era montar um novo grupo, em outra Região Administrativa do Distrito Federal e começar tudo de novo, ou ficar se lamentando porque não tinha mais treinos. Abracei a primeira opção. Começar do zero. Sem nome, sem fama, sem arsenal, sem símbolo, sem nada.  

Conversei com pessoas interessadas em montar um grupo na Região Administrativa do Gama. Descolamos um bom local, perto da rodoviária da cidade e começamos os treinos aos domingos.

O primeiro treino teve pouco mais de quatro pessoas. Foi um risco assumido fazer um treino em pleno domingo dia dos pais. Mas no final de semana seguinte o número aumentou. Estamos no nosso 4º treino, com uma média de 13-15 pessoas por treino e 29 pessoas no nosso grupo do facebook.

O grupo em si me surpreendeu desde o nosso terceiro encontro. A ideia original é que o grupo fosse uma das bases da Aliança de Beufort, mas o grupo decidiu que no momento não queria fazer parte de nenhuma agremiação existente. “Não vou ‘bend the knee’ para um rei que não conheço” disse um dos meninos, fã de GoT. “Podemos dar conta de nós mesmos, professor. Se cada um fizer sua parte, podemos dar certo”, disse outra menina. Então foi o que fizemos. Estamos sós, stand alones e adorando cada momento.  

Em votação aberta no face escolhemos o nosso símbolo. Um corvo. O nome? Ainda não temos. Vai ser escolhido até o final do feriadão. Por enquanto somos os Lordes de Ferro, reino autônomo. Foi decidido também pelo grupo que não vamos seguir um sistema de cores de batas. Ou seja, qualquer membro pode criar a sua Bata com o sistema de cores que achar melhor. Pode fazer uma toda preta ou uma toda branca, pode misturar as cores, pode homenagear o seu time favorito, ou a sua escola de samba campeã do carnaval. É com o jogador. Pode fazer mais de uma, inclusive. O que vai nos separar do resto do mundo é o símbolo que vamos usar no peito: o nosso corvo.  

Outra coisa que ficou decidido é que se o jogador quiser fazer um brasão pessoal, está liberado. O jogador pode usar o brasão pessoal no lado esquerdo do peito, numa versão menor, ou nas costas com uma versão bem maior.

Por enquanto é isso. Treinamos todos os domingos, a partir das 14:30-15:00 horas, ao lado do Galpãozinho do Gama, do lado da biblioteca pública da cidade, em frente a galeria do Super Frota, perto da Rodoviária da cidade.




OBS: neste feriadão de 07 de setembro não teremos treino. Vamos ao festival medieval de Brasília. 

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...