quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O Sabotador

Então você finalmente criou vergonha na cara e resolveu montar o seu grupo de swordplay. Foram semanas de pesquisa na internet, olhando fóruns e grupos do facebook, navegando em vídeos do youtube, até que finalmente você forjou a sua primeira espada. Ok, não ficou essas coisas todas, mas você continuou firme. Reuniu meia dúzia de colegas que se interessaram quando você mostrou aquele vídeo com os melhores momentos do EPS 2015 e começaram a treinar.
No começo parecia aquela novela do SBT: “Éramos Seis”. Mas com persistência e trabalho duro o grupo começou a crescer. Os amigos chamaram amigos, que chamaram outros amigos e quando você viu, já tinha gente o bastante para fazer um dia inteiro de 5x5. Vocês montaram tabardos personalizados, determinaram símbolos, patentes e de repente já eram um clã, reconhecido na região.
Então começaram a surgir as “figurinhas carimbadas” que povoam a flora e fauna de todos os grupos de swordplay: os turistas (que aparecem de vez em nunca), os highlanders (que nunca morrem), os sentidos (que todo golpe pega forte), os ninjas (que ficam invisíveis até a hora de dar o golpe), as meninas alegres (que mais conversam do que jogam), os otakus (que correm como Narutos retardados no campo de batalha) e os Sabotadores... o pior tipo de criatura que pode cair no seu treino.

Um Sabotador no ninho
Os Sabotadores são um tipo especial de parasita. Eles vêm aos treinos, mas estão preocupados apenas com a sua própria diversão. Eles não ajudam em nada, não contribuem em nada. Mas antes fosse apenas isso. Além de não ajudar, a Sabotador em questão faz discurso contra a liderança, minando as boas ações do líder do clã e criando atritos desnecessários dentro do grupo.
Ele é sempre uma voz dissonante, excessivamente critica destrutiva, apontando apenas as falhas e desmerecendo todo o trabalho realizado até então. Além disso ele forma “panelinhas”, aumentando ainda mais a desunião do grupo. Muitas vezes ele também planta a semente da discórdia entre os membros, espalhando mentiras e fofoquinhas. Você sabe de quem estou falando: o famoso “leva e traz”.
Vejo a Sabotador como o pior tipo de jogador que existe. Porque tudo que ele faz tem por objetivo destruir ou desestabilizar o grupo. E depois de meses (ou mesmo anos!) atrapalhando o bom andamento do grupo, ele simplesmente abandona o clã – que ele mesmo nunca ajudou, mas atrapalhou para caramba. Mas ao sair ele não diz que saiu porque não estava satisfeito com o andamento das coisas: ele sai apontando o dedo para todas as direções, jogando a culpa nos outros membros. A culpa do fracasso nunca é dele. Ele é sempre a vítima. É sempre ele que está sendo perseguido pela liderança, ou maltratado pelos colegas.

Hora de arrancar o ninho das cobras pela raiz
Quando eu ainda trenava nos cavaleiros da virtude pude identificar algumas dessas pessoas. Algumas delas foram tão tóxicas que trouxeram prejuízos indeléveis ao grupo. Prejuízos esses que, fatalmente, levaram o grupo a seu prematuro fim.
Numa dessas ocasiões (relatada com detalhes na postagem “Diz que me disse dói mais que golpe dado em países baixos”, do dia 13 de agosto de 2016) um menino chamou seu pai ao treino para tirar satisfações comigo por uma coisa que eu nunca tinha dito!
Em outra ocasião, quando nós discutíamos a respeito do nosso tabardo, eu afirmei que não me sentia à vontade para usar uma cruz, porque desrespeitava o meu credo. Daí um cara disse mais ou menos assim: “pois eu acho que está na hora de você buscar outro grupo”. Cara, aquilo magoou bastante. E quase que eu fiz isso mesmo.

E por que as pessoas fazem isso?
Porque sabotadores são pessoas que não desejam o crescimento de ninguém e colocam a si mesmas em primeiro lugar, sempre. A psicóloga Dra. Beatriz Nayara define o sabotador como uma pessoa emocionalmente incompetente. "Por mais calculista que seja, o sabotador é um desajustado, que vai arcar um dia com o seu próprio blefe. Talvez a forma mais usual de eles atuarem seja usando de fofocas e mentiras. Mas a quem convencem com essas fofocas e mentiras? Primeiramente eles mesmos e depois qualquer incauto que caia em sua lábia”, completa.

E como identificar esse tipo de parasita?
Os sabotadores dificilmente fazem elogios; demonstram que nada do que os outros fazem é bom o suficiente; quando você mostra sua arma nova, dizem que ela não está bem “teipada”; não querem que você lute além do necessário. “Para que correr se a chegada final de todos é a morte?” dizem alguns deles. A cada passo para frente que o grupo dá, eles tentam dar dois passos para trás.
Inclusive, por incrível que pareça , existem líderes de clãs que também são sabotadores (mesmo que sejam assim de forma inconsciente). Existem líderes de clã que são inseguros e, por isso, acabam sabotando, conscientemente ou não, os próprios colegas de treino. Quando um membro do treino tenta fazer algo para melhorar, esse tipo de líder passa a mão na cabeça dele, dando a entender que ele não consegue fazer sozinho, ou pior, desencoraja a pessoa imediatamente.
Existem sabotadores que agem de forma muito sutil, quase imperceptível. Na frente do alvo, parecem bons amigos. Pelas costas, a lógica se inverte. São colegas que se fazem de amigos, nunca falam mal pela frente, mas, quando são questionados, logo apontam o dedo. Além disso, não dão o crédito devido às pessoas. Desconfie das pessoas que parecem saber de todas as fofocas que estão rolando ou que falam mal dos líderes pelas costas.
Infelizmente não existe uma forma 100% segura de se lidar com esse tipo de gente. O ideal é sempre deixar as coisas transparentes, e conscientizar os membros do seu grupo contra esse tipo de criatura. Reuniões pós-treino, para colocar tudo em pratos limpos, onde todo mundo tem o direito de falar e de ser ouvido costuma dar bons resultados. Mas o papel principal é feito por você que está lendo isso. Não seja um leve e traz. Não deixe que falem pelas costas do seu grupo ou do seu líder. Uma coisa é uma crítica construtiva e outra é a crítica apenas pela crítica. Aprenda a separar as duas, aceitando a primeira e rechaçando a segunda imediatamente.
Era isso. Vamos ver no que dá. 

domingo, 26 de novembro de 2017

Conquista desbloqueada!

Uma das coisas mais legais que os consoles da nova geração trouxe para os jogadores são as chamadas achievements (conquistas). São objetivos definidos fora dos parâmetros de um jogo. Diferente dos sistemas de missões ou fases, que geralmente definem os objetivos de um jogo eletrônico e afetam a jogabilidade diretamente, o sistema de conquistas funciona fora dos limites do ambiente de jogo. Cumprir as condições de uma conquista é chamado de desbloqueá-la.

As conquistas são incluídas nos jogos para estender a longevidade de um título e proporcionar aos jogadores um ímpeto para não só completar o jogo, mas encontrar todos os seus segredos. Elas são, efetivamente, desafios arbitrários definidos pelos desenvolvedores para serem cumpridos pelo jogador. Essas conquistas podem coincidir com os objetivos principais do próprio jogo, como completar uma fase, com objetivos secundários, como encontrar power-ups ou fases secretas, ou ainda podem ser independentes dos objetivos principais e secundários do jogo, como jogar um determinado tempo, assistir a um vídeo, derrotar determinado número de NPCs ou completar uma fase antes de certo tempo. Algumas conquistas podem levar a outras: muitos jogos possuem uma conquista que requer que o jogador consiga todas as outras conquistas.

E o que isso tem a ver com o swordplay? Bem, um dos grupos mais legais aqui de Brasília, a Ordem de Alamut, criou um interessantíssimo sistema de XP e conquistas para agitar as coisas entre seus membros. Um dos documentos a que eu tive acesso tinha mais de 100 conquistas diferentes que vão desde coisas simples como aparecer no treino, até derrotar mais de 15 oponentes pelas costas numa batalha campal.

Eu adaptei alguns deles para o meu grupo e vou colocar alguns dos mais interessantes (segundo a minha humilde opinião) aqui.

1. Ferreiro – Deve ser capaz de fazer no mínimo seis armas diferentes.
(...)
5. Aprendiz de Curandeiro – Deve entregar um relatório três métodos de primeiros socorros e demostrar no treino.
(...)
11. Mestre Espadachim – Deve ter domínio sobre qualquer categoria de Espada. Conhecer suas posturas, ataques, defesas, contra-ataques, medidas de cada espada, como se forja etc.
(...)
17. Imperceptível – O membro deve participar de todos os combates em grupo do dia apenas com adagas devendo matar pelo menos 15 membros pelas costas. Não contará usos de adagas de arremesso ou magia.
(...)
20. Voraz – Sobreviver 15 vezes na modalidade jogos vorazes.
(...)
24. Colecionador de armas: Possuir um arsenal completo. (Duas adagas, duas espadas curtas ou médias, uma espada longa, dois machados, uma lança, um escudo, arco, 6x flechas, uma arma de arremesso, um mangual, Clava, Broquel).
(...)
31. Mestre de Reparos – Aquele que reformar 20 armas do grupo.

E como funciona? Você vai até um dos líderes do grupo e avisa que vai tentar buscar uma das conquistas. Se você conseguir a conquista ela se tornará um título para você. Algo como: Eu apresento Lorde Fulano, Mestre Espadachim, o Imperceptível, o Voraz, o mestre dos reparos.  
Experimente no seu grupo e conte como foi!

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...