Então você finalmente criou
vergonha na cara e resolveu montar o seu grupo de swordplay. Foram semanas de
pesquisa na internet, olhando fóruns e grupos do facebook, navegando em vídeos
do youtube, até que finalmente você forjou a sua primeira espada. Ok, não ficou
essas coisas todas, mas você continuou firme. Reuniu meia dúzia de colegas que
se interessaram quando você mostrou aquele vídeo com os melhores momentos do
EPS 2015 e começaram a treinar.
No começo parecia aquela
novela do SBT: “Éramos Seis”. Mas com persistência e trabalho duro o grupo
começou a crescer. Os amigos chamaram amigos, que chamaram outros amigos e
quando você viu, já tinha gente o bastante para fazer um dia inteiro de 5x5.
Vocês montaram tabardos personalizados, determinaram símbolos, patentes e de
repente já eram um clã, reconhecido na região.
Então começaram a surgir as
“figurinhas carimbadas” que povoam a flora e fauna de todos os grupos de
swordplay: os turistas (que aparecem de vez em nunca), os highlanders (que
nunca morrem), os sentidos (que todo golpe pega forte), os ninjas (que ficam
invisíveis até a hora de dar o golpe), as meninas alegres (que mais conversam
do que jogam), os otakus (que correm como Narutos retardados no campo de
batalha) e os Sabotadores... o pior tipo de criatura que pode cair no seu
treino.
Um
Sabotador no ninho
Os Sabotadores são um tipo
especial de parasita. Eles vêm aos treinos, mas estão preocupados apenas com a
sua própria diversão. Eles não ajudam em nada, não contribuem em nada. Mas
antes fosse apenas isso. Além de não ajudar, a Sabotador em questão faz
discurso contra a liderança, minando as boas ações do líder do clã e criando
atritos desnecessários dentro do grupo.
Ele é sempre uma voz dissonante,
excessivamente critica destrutiva, apontando apenas as falhas e desmerecendo
todo o trabalho realizado até então. Além disso ele forma “panelinhas”,
aumentando ainda mais a desunião do grupo. Muitas vezes ele também planta a
semente da discórdia entre os membros, espalhando mentiras e fofoquinhas. Você
sabe de quem estou falando: o famoso “leva e traz”.
Vejo a Sabotador como o pior
tipo de jogador que existe. Porque tudo que ele faz tem por objetivo destruir
ou desestabilizar o grupo. E depois de meses (ou mesmo anos!) atrapalhando o
bom andamento do grupo, ele simplesmente abandona o clã – que ele mesmo nunca
ajudou, mas atrapalhou para caramba. Mas ao sair ele não diz que saiu porque
não estava satisfeito com o andamento das coisas: ele sai apontando o dedo para
todas as direções, jogando a culpa nos outros membros. A culpa do fracasso
nunca é dele. Ele é sempre a vítima. É sempre ele que está sendo perseguido
pela liderança, ou maltratado pelos colegas.
Hora
de arrancar o ninho das cobras pela raiz
Quando eu ainda trenava nos
cavaleiros da virtude pude identificar algumas dessas pessoas. Algumas delas
foram tão tóxicas que trouxeram prejuízos indeléveis ao grupo. Prejuízos esses
que, fatalmente, levaram o grupo a seu prematuro fim.
Numa dessas ocasiões
(relatada com detalhes na postagem “Diz que me disse dói mais que golpe dado em
países baixos”, do dia 13 de agosto de 2016) um menino chamou seu pai ao treino
para tirar satisfações comigo por uma coisa que eu nunca tinha dito!
Em outra ocasião, quando nós
discutíamos a respeito do nosso tabardo, eu afirmei que não me sentia à vontade
para usar uma cruz, porque desrespeitava o meu credo. Daí um cara disse mais ou
menos assim: “pois eu acho que está na hora de você buscar outro grupo”. Cara,
aquilo magoou bastante. E quase que eu fiz isso mesmo.
E
por que as pessoas fazem isso?
Porque sabotadores são
pessoas que não desejam o crescimento de ninguém e colocam a si mesmas em
primeiro lugar, sempre. A psicóloga Dra. Beatriz Nayara define o sabotador como
uma pessoa emocionalmente incompetente. "Por mais calculista que seja, o
sabotador é um desajustado, que vai arcar um dia com o seu próprio blefe.
Talvez a forma mais usual de eles atuarem seja usando de fofocas e mentiras.
Mas a quem convencem com essas fofocas e mentiras? Primeiramente eles mesmos e
depois qualquer incauto que caia em sua lábia”, completa.
E
como identificar esse tipo de parasita?
Os sabotadores dificilmente
fazem elogios; demonstram que nada do que os outros fazem é bom o suficiente;
quando você mostra sua arma nova, dizem que ela não está bem “teipada”; não
querem que você lute além do necessário. “Para que correr se a chegada final de
todos é a morte?” dizem alguns deles. A cada passo para frente que o grupo dá,
eles tentam dar dois passos para trás.
Inclusive, por incrível que
pareça , existem líderes de clãs que também são sabotadores (mesmo que sejam
assim de forma inconsciente). Existem líderes de clã que são inseguros e, por
isso, acabam sabotando, conscientemente ou não, os próprios colegas de treino. Quando
um membro do treino tenta fazer algo para melhorar, esse tipo de líder passa a
mão na cabeça dele, dando a entender que ele não consegue fazer sozinho, ou
pior, desencoraja a pessoa imediatamente.
Existem sabotadores que agem
de forma muito sutil, quase imperceptível. Na frente do alvo, parecem bons
amigos. Pelas costas, a lógica se inverte. São colegas que se fazem de amigos,
nunca falam mal pela frente, mas, quando são questionados, logo apontam o dedo.
Além disso, não dão o crédito devido às pessoas. Desconfie das pessoas que
parecem saber de todas as fofocas que estão rolando ou que falam mal dos
líderes pelas costas.
Infelizmente não existe uma
forma 100% segura de se lidar com esse tipo de gente. O ideal é sempre deixar
as coisas transparentes, e conscientizar os membros do seu grupo contra esse
tipo de criatura. Reuniões pós-treino, para colocar tudo em pratos limpos, onde
todo mundo tem o direito de falar e de ser ouvido costuma dar bons resultados.
Mas o papel principal é feito por você que está lendo isso. Não seja um leve e
traz. Não deixe que falem pelas costas do seu grupo ou do seu líder. Uma coisa
é uma crítica construtiva e outra é a crítica apenas pela crítica. Aprenda a
separar as duas, aceitando a primeira e rechaçando a segunda imediatamente.
Era isso. Vamos ver
no que dá.
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