segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Código de um Cavaleiro

Estava eu na livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, véspera do EPS 2016, esperando alguns amigos que eu não via há dez anos ou mais quando esbarrei com este livro. Sua aparência de livro velho me conquistou imediatamente, mas foi a sua premissa que o fez voltar para o hotel comigo naquela noite. “Um cavaleiro, temendo não retornar da batalha, escreve uma carta para os filhos na tentativa de deixar um registro do que aprendeu durante a vida. Seu objetivo não é simples: dar a seus filhos uma bússola para uma jornada que terão que fazer sozinhos, um pequeno guia sobre o que dá sentido e beleza à vida”.

Partindo de uma história minimamente verossímil, o autor Ethan Hawke (que já foi indicado ao Oscar quatro vezes) tece uma história muito bacana. Através da carta do cavaleiro a seus filhos embarcamos numa série de reflexões sobre solidão, humildade, perdão, honestidade, coragem, graça, orgulho e paciência. Baseado nos ensinamentos das antigas filosofias oriental e ocidental e nos grandes escritos espirituais e políticos da história humana e até em alguns clichês, Hawke nos leva pelo livro com uma escrita leve e de fácil compreensão.

E por que eu estou falando sobre esse livro num blog que versa sobre swordplay? Porque este livro tem muito mais a ver com a prática do jogo como nós conhecemos do que muitos livros sobre esgrima medieval disponíveis na internet.

A grande vantagem que eu vejo no swordplay sobre outras atividades desportivas é justamente a confiança e a honestidade que cada jogador tem que possuir. Se eu estou lutando com alguém e ele diz que eu acertei sua cabeça eu não questiono: peço desculpas pelo golpe mal dado e me retiro do combate. Mas e se ele estiver mentindo Betão? Bom neste caso eu ainda saio ganhando. Por que? Quanto tempo eu vou ficar de fora? Uma rodada? É pouco tempo. Mas ele que sai vencendo como mentiroso terá de carregar esse peso por toda a sua vida. A minha derrota será vencedora e sua vitória será fracassada.

O livro nos ajuda a sermos swordplayers melhores. Ele nos ensina a sermos cavaleiros aprimorados. Em último caso, tenta nos ensinar a sermos seres humanos melhores.  


O livro custa em torno dos R$30,00. Eu pretendo distribuir trechos a meus colegas de clã. Afinal de contas eu os quero cada vez melhores. 

Um comentário:

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...