quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Jugger Brasileiríssimo no EBSB 2022!

 

O que é o Jugger, que vai ser jogado no EBSB 2022?

O Jugger é um esporte criado em meados da década de 90 na Alemanha, baseado no filme "The Salute of the Jugger" (também chamado "The Blood of Heroes"). No filme, que se passa em um cenário pós-apocalíptico, o único entretenimento das pessoas é um esporte sangrento chamado de Jugger, onde dois times de cinco jogadores armados disputam a posse de um crânio de cachorro, sendo o vencedor o que primeiro conseguir cravar o tal crânio na estaca do oponente.

Basicamente o esporte é isso: dois times de cinco jogadores armados (com armas acolchoadas) disputando a posse de (uma réplica de) um crânio de cachorro, sendo o vencedor aquele que conseguir cravar o tal crânio por mais vezes na estaca do oponente.

Os primeiros registros do jogo no Brasil datam de 2011, em Sorocaba – SP, quando o pessoal fez o primeiro jogo em solo brasileiro. O primeiro torneio brasileiro teve palco em 2013 no Parque Vila Lobos, São Paulo – SP. Apesar de não ser muito conhecido no Brasil (muita gente confunde com o troll ball), o jugger conta com associações fortes pelo mundo afora como a Australian Jugger League (Austrália), Competitive Underground Jugger League (EUA), Die Jugger (Alemanha), Jugger Ireland (Reino Unido), Jugger Nederland (Holanda), Jugger Sverige (Suécia), Liga Valenciana de Jugger (Espanha) entre outros.

E o que vai ser jogado no EBSB é o mesmo do resto do mundo?

A resposta é não. Queremos uma coisa mais voltada para o nosso jeito de jogar Swordplay e por isso fizemos algumas modificações nas regras. Mas se você nunca jogou Jugger não precisa se preocupar... Vai ter quem explique as regras no dia do evento. Abaixo seguem as principais regras.

Jugger -  Versão Swordcate

Cada time é composto por seis jogadores. Um corredor e cinco protetores. Ganha aquele time que fizer mais gols dentro do tempo regulamentar. No original europeu esse gol é feito encaixando uma réplica de cabeça de cachorro numa estaca. Não gostamos da ideia de usar uma réplica de cabeça de cachorro (que mau gosto, eca!). Por isso usamos uma bandeira que tem que ser encaixada dentro de um tijolo de seis furos.

Os protetores são os únicos jogadores que podem usar armas, mas não podem tocar na bandeira, de forma alguma. Cada time de protetores se organiza com o arsenal que deseja usar. São permitidos arcos, flechas, lanças, combinações de arma com escudo, dual, armas de arremesso... não faz diferença. Flechas e armas de arremesso só podem ser recuperadas depois que se marca um gol e que a bandeira volta ao centro do campo.

O segundo tipo de jogador é o corredor. Ele é o único que pode carregar a bandeira, mas não pode portar/usar nenhum tipo de arma. Ele também é o único jogador que pode agarrar o outro corredor e tomar a bandeira dele “na mão grande”. Mas esse “tomar do outro” tem que ser com jeitinho, para não machucar. Pô, fiquem de boa, aqui não é futebol americano nem muito menos rúgbi.

O tempo na partida é muito importante. Tudo gira em torno dele. Cada jogo é feito com dois tempos de 100 pedradas (cada pedrada dura 1,5 segundos), algo em torno de 2 minutos e meio. Não se preocupem que no dia vai ter caixas de som bombando esse “tam-tam-tam...” sem fim.  As pedradas não param de soar durante toda a partida, exceto em dois momentos onde ele tem uma pausa (parando o tempo de jogo da mesma forma): No caso de uma falta grave ou quando um dos times marca gol, no tempo que leva trazer a bandeira ao centro do campo.

Continuando... cada jogador tem apenas 1 pontinho de vida. Bateu, tombou. No caso de golpes ao mesmo tempo conta como válido aquele que acertou primeiro. Ao ser atingido um jogador se ajoelha imediatamente e põe sua arma para trás. Se for um corredor ele tem por obrigação soltar a bandeira. Cada jogador “caído” deve então prestar atenção nas pedradas. Depois de contar dez pedradas ele está de volta ao jogo.  Jogadores derrubados não falam. Dead man tell no tale, tá ligado?

Você pode manter um jogador adversário caído no chão. Basta manter sua arma sobre o ombro dele. Uma vez a arma retirada o jogador pode levantar depois de contar simplesmente “um-dois”. Ele não precisa levantar para desferir nenhum golpe. Depois de levantar sua arma a primeira vez você pode manter o cara no chão, mas dessa vez ele pode agir imediatamente depois de você tirar a arma do ombro dele. 

A partida começa com os dois times atrás da linha do gol. Um dos árbitros coloca a bandeira no centro do campo e soa um apito. Os dois grupos estão livres para correr atrás da bandeira e marcar seus pontos.

 

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Você é mesmo Honrado?

Honra, proveniente do latim honor, indica a própria dignidade de uma pessoa, que vive com honestidade e probidade, pautando seu modo de vida nos ditames da moral. É o princípio que leva alguém a ter uma conduta virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade. Honrado é predicado que nasce de julgamento determinante do caráter de uma pessoa: se ou não a pessoa reflete honestidade, respeito, integridade ou justiça.

Portanto, para nós, honra é quando agimos de forma correta, dentro dos ditames da sociedade e dentro daquilo que espera que nós façamos. Se eu contrato um produto ou serviço por um valor previamente acertado, recebo o tal produto ou serviço, é esperado de minha parte que eu haja com honradez e que efetue o pagamento combinado. E daí que vem a expressão "honrar seus compromissos".

No mundo de relações líquidas que vivemos hoje, falar de honra parece ser como falar de fantasia em meio a uma dura realidade. Até porque a história humana está recheada de eventos em que fatos deploráveis foram feitos em nome de uma suposta honra pessoal. Como podemos falar de honra no mundo moderno em que vivemos?

Para entender essa relação precisamos entender a diferença daquilo que é e daquilo que parece ser. Aquilo que é, simplesmente é. É a assunpção da verdade. Em outras palavras é atitude. Aquilo que parece ser normalmente apenas parece ser, mas não é. O que parece ser é na verdade apenas isso, aparência ou até postura. Um homem que se veste de forma elegante, fala manso e educado parece ser um cidadão de bem. Essa é a sua postura, mas só vamos saber se ele é um cidadão de bem mesmo quando avaliamos aquilo que ele faz, as suas atitudes. Um pastor que brada contra o pecado tem postura, um padre como o Júlio Lanceloti tem atitude.

E por que é que eu estou falando tanto de honra até aqui? Porque existem dezenas de grupos de Swordplay no Brasil afora que usam a palavra “honra” como parte de seus slogans ou motes pessoais, mas quando você vai observar a atitude dessas pessoas elas têm pouco ou nada de honra.

Ao longo desses sete anos que eu jogo Swordplay eu já pude ver muitas atitudes desonrosas, de pessoas que arrotavam honra para cima e para baixo. No EPS deste ano aconteceram fatos que me foram narrados por uma pessoa cuja honra é ilibada e eu acredito piamente em suas palavras.

Ele me contou que viu, enquanto estava em linha junto com seus comandados, um de seus jogadores foi atingido na cabeça por uma lança. Todos nós aqui sabemos quais são as penalidades previstas dentro das regras do EPS para esse tipo de conduta, mas o jogador que atingiu esse rapaz na cabeça não se moveu para sair da linha. Confrontado com o que tinha feito ele deu de ombros e disse simplesmente: “qual é o problema, vai chorar?”

No outro momento do mesmo dia, um rapaz acertou com uma flechada o peito de um adversário da mesma equipe que tinha dado problema mais cedo. Neste caso a pessoa atingida não apenas não saiu do campo como preferiu ameaçar o arqueiro dizendo que "se você atirar outra flecha em mim, eu vou até aí quebrar a sua cara".

Isso sem falar dos eternos highlanders e mimizentos que não aceitam perder em hipótese alguma. Nunca vou me esquecer do EPS de 2017 quando eu ouvi de uma pessoa deste mesmíssimo grupo a seguinte frase: "não foram eles que ganharam essa rodada, foi a gente que perdeu".

As pessoas precisam entender que honra não é apenas uma palavra bonita para ser solta aos quatro ventos quando você grita o grito de guerra do seu time. Honra é uma atitude que tem que ser exercitada todos os dias, juntamente com outras virtudes como a temperança, o respeito, a integridade, o altruísmo, a integridade, a justiça... Você não pode, ou melhor, não deveria poder, pagar de honrado na internet quando no momento de pura irreflexão você descumpre tudo o que tinha sido acertado previamente por conta apenas de suspeitas e boatos. Ou seja por conta das fantasias e caraminholas da sua cabeça você deixou de honrar com a sua palavra.

Propositadamente eu não vou dizer que grupo, ou a que grupos, pertencem as pessoas que usam a palavra honra em seus motes e slogans, mas que na verdade não agem de forma honrada no campo de batalha ou na vida cotidiana. Mas vou deixar até aqui como uma reflexão. Será que eu pareço ser uma pessoa honrada ou eu sou realmente uma pessoa honrada?

Para resumir, podemos dizer que a honra é um triunfo do altruísmo versus o egoísmo. Pensar mais na comunidade e menos em você. Não seria mais confortável para o indivíduo abandonar suas dívidas em vez de pagá-las? E deixar os indefesos se virarem, em vez de ajudá-los? Mas imagine só como o mundo seria hostil se todos agissem dessa maneira.

As pessoas precisam ter muito cuidado ao agir em defesa da honra, porque é comum confundir as nossas crenças pessoais com a moral verdadeiramente nobre. Devemos ter uma alta dose de humildade nessa hora. Talvez a melhor maneira de agir honradamente é se perguntando: “Como eu gostaria de ser tratado se estivesse no lugar dessa pessoa?” A resposta sempre será “com compaixão”. Então se esforce para desenvolver a empatia. E seja honrado de verdade.

domingo, 3 de julho de 2022

O desafio do Irmão Corvo.

 

E um dia o corvo falou para o urso:

- Poderoso Urso, penso que seu desafio não é muito complicado não. Aliás, ele é até fácil.

- Como assim Corvo?

- Veja bem... o rei da arena ganha os poderes do urso. Mata com um golpe, tem o tempo a seu favor e tem pontos de vida cheios. Desafio seria o contrário. Se o rei da arena fosse fraco e todas as vantagens fossem para o competidor. Fraco como um corvo... e assim a sua astúcia e habilidade prevaleceriam.

- Suas palavras têm o eco da razão, Corvo. Vamos tentar.

 

E assim fizemos. O desafio do irmão corvo é um desafio de arena. O corvo entra na arena com apenas um ponto de vida. Mas os seus oponentes entram na arena com três pontos de vida. O corvo tem que vencer seu oponente sem levar nenhum dano. Em caso de golpes simultâneos o golpe do corvo conta como primeiro golpe. A cada golpe bem-sucedido a luta é para
da e o oponente atingido diz onde o golpe pegou. O corvo tem que derrotar todos os membros da arena, numa única sequência, sem ser derrotado nenhuma vez.

Experimentem na casa de vocês e nos digam como foi!

 

domingo, 19 de junho de 2022

Características e Peculiaridades

 Características e peculiaridades

 

Uma das coisas que eu mais gosto a respeito dos grupos de swordplay do Brasil é a pluralidade de ideias, conceitos, equipamentos e estilos. Dentro da mesma cidade, dois grupos podem ser tão diametralmente opostos que a única coisa que eles têm em comum é que eles jogam espadinhas.

Vai ver é por isso que eu acho que é muito complicado fazer qualquer tipo de padronização da prática. Cada grupo tem sua própria visão sobre o assunto das espadinhas. E cada visão é extremamente válida porque serve, pelo menos em tese, a pelo menos aquele grupo em questão.

Daí, pensando nisso eu resolvi trazer algumas peculiaridades dos grupos do Brasil à fora. Por uma questão de puro bom senso eu não vou dar nomes aos bois. Vou apenas colocar, de forma bem genérica, a região do Brasil que eles se encontram. Acompanhe e veja se o seu grupo ou algum grupo que você conhece aparece na nossa listinha.

Tem um grupo no centro-oeste brasileiro que tem uma estrutura hierarquizada muito forte. Além de pagar para poder frequentar os treinos (nada barato - cerca de R$50,00 por mês, ou R$12,50 por treino) você ainda tem que acatar a decisão do líder do grupo que escolhe com que arma você vai lutar. Azar seu se você gostar do equipamento escolhido ou não.

Na mesma região tem um grupo que cria apelidos para os membros. A pessoa não pode escolher o seu apelido e nem mesmo trocar de apelido. Se você não gosta do apelido é melhor aceitar ou “a porta da rua é a serventia da casa”.

Um grupo do sul do Brasil só permite que você treine com armas e equipamentos feitos pelos ferreiros e artesãos do grupo. Espadas, tabardos e escudos devem ser encomendados aos ferreiros e artesãos do grupo. Você não pode usar equipamento não sancionado (leia-se vendido) pelo grupo. Uma espada de cano PVC coberta com isotubo e espaguete de piscina (modelo magnus legio), de 90 cm sai por R$75,00 e um tabardo pode chegar facilmente a R$125,00. Se você quer fazer seus próprios equipamentos ou sabe costurar bem, fique longe.

Um grupo situado no nordeste brasileiro exige uma idade mínima de 21 anos para que a pessoa possa pleitear uma vaga de treino. Pleitear, sim senhor. O postulante a membro deve assistir pelo menos 4 treinos (de platéia, sentadinho) e passar por uma entrevista de intenções com o líder do grupo. Depois disso, ele passa de 1 a 2 anos em estágio probatório antes de ser efetivado como membro. Ao fim do estágio probatório ele pode ser ou não efetivado como membro e pode ser descartado em qualquer momento do processo, sem grandes explicações. Eu já vi bancas de concurso público mais simples de passar do que isso.

Um grupo do sudoeste tem um sistema de punições físicas para os membros que cometem infrações no treino. Um golpe em área proibida (cabeça, pescoço, genitais, etc.) pode gerar de 5 a 25 flexões de braço por acerto. Mesmo que tenha sido acidental. Discutir com a direção garante uma punição de 50 sapinhos. Dependendo do seu estabano ou rebeldia você vai sair de lá monstrão.

Noutro grupo do sudoeste existe uma regra de tolerância de tempo e assiduidade. Se você não vai treinar, deve avisar com antecedência aos Administradores do grupo. Treinos faltosos não justificados geram punição que podem chegar até mesmo a expulsão do membro. Existe também uma tolerância de 30 minutos depois do começo do treino. Pessoas que estouram essa tolerância podem ser punidas com restrição de equipamento ou mesmo com a expulsão do grupo caso a frequência de atrasos seja elevada. Coloque o despertador bem mais cedo no dia do treino.

Sinceramente? Não gosto dessas coisas muito complicadas ou metidas à besta. Regras muito chatas ou caras apenas fazem com que as pessoas se afastem desses grupos na minha opinião. E você e seu grupo? Tem alguma peculiaridade que gostaria de ver aqui? 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Traidor/Assassino

 

Traidor

 


Traidor é um jogo/ modalidade de swordplay. Os jogadores são divididos em dois times, com um rei cada um. Com os times em fila, de costas uns para os outros. O juiz do jogo escolhe, aleatoriamente, um jogador de cada time como um traidor.

Esse traidor vai agir como um jogador normal, mas, dado um determinado aviso ele deve tentar matar o rei do seu lado. Ou pelo menos tentar. A partida é encerrada quando um dos reis é eliminado, seja pelo assassino ou por membros do outro time.

Ao final da partida os jogadores traidores s apresentam.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Relato de treino - 06 de fevereiro de 2022

Neste domingo, mesmo sob o risco de chuva intensa, fizemos mais um treino. Começamos com o tempo super fechado, mas depois o tempo abriu e o sol brilhou forte, como se estivesse abençoando nosso desafio. Começamos o treino com os jogadores que chegaram pontualmente na hora.

Após o aquecimento partimos para a segunda parte da dinâmica dos “dez golpes de Grey”, uma sequencia de dez golpes básicos que usamos com espada no swordplay. Criado por Sir Will of Gray e disponibilizada no seu finado canal de swordplay em 2008 é uma sequencia ritmada de cortes muito bons de serem treinados. Fizemos sequencias do 1 ao 6 com seus respectivos conra-golpes. 


Depois disso passamos por uma lista de boas dinâmicas: free for all, rei da montanha, pega-bandeira à moda dos lordes e finalmente arena. Foi a primeira vez em muitos anos que eu participei do Rei da Montanha como jogador e até ganhei um round. 

06 pessoas participaram do treino.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Relato de Treino - 16/01/2022

 

Neste domingo, após semanas de chuva sem parar, tivemos um dia especialmente quente. O sol estava à pino, mas mesmo assim não nos fizemos de rogado e começamos o treino com os jogadores que chegaram pontualmente na hora.

Após o aquecimento partimos para a dinâmica dos “dez golpes de Grey”, uma sequencia de dez golpes básicos que usamos com espada no swordplay. Criado por Sir Will of Gray e disponibilizada no seu finado canal de swordplay em 2008 é uma sequencia ritmada de cortes muito bons de serem treinados. Fizemos sequencias do 1 ao 4. Depois de tanto tempo parados é uma boa forma de desenferrujar.

Depois disso passamos para a dinâmica concorridíssima de Jogos Vorazes. Divertida e cheia de estratégia.

Seguimos com pausas para hidratação. Treinar de máscara dá muito trabalho e cansa pra burro. Seguimos com free for all e depois passamos a disputa de 4x4. 

Encerramos com arena.

09 pessoas participaram do treino.

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...