Características e peculiaridades
Uma das coisas que eu mais gosto a respeito dos grupos de
swordplay do Brasil é a pluralidade de ideias, conceitos, equipamentos e
estilos. Dentro da mesma cidade, dois grupos podem ser tão diametralmente
opostos que a única coisa que eles têm em comum é que eles jogam espadinhas.
Vai ver é por isso que eu acho que é muito complicado fazer
qualquer tipo de padronização da prática. Cada grupo tem sua própria visão
sobre o assunto das espadinhas. E cada visão é extremamente válida porque
serve, pelo menos em tese, a pelo menos aquele grupo em questão.
Daí, pensando nisso eu resolvi trazer algumas peculiaridades
dos grupos do Brasil à fora. Por uma questão de puro bom senso eu não vou dar
nomes aos bois. Vou apenas colocar, de forma bem genérica, a região do Brasil
que eles se encontram. Acompanhe e veja se o seu grupo ou algum grupo que você
conhece aparece na nossa listinha.
Tem um grupo no centro-oeste brasileiro que tem uma
estrutura hierarquizada muito forte. Além de pagar para poder frequentar os
treinos (nada barato - cerca de R$50,00 por mês, ou R$12,50 por treino) você
ainda tem que acatar a decisão do líder do grupo que escolhe com que arma você
vai lutar. Azar seu se você gostar do equipamento escolhido ou não.
Na mesma região tem um grupo que cria apelidos para os
membros. A pessoa não pode escolher o seu apelido e nem mesmo trocar de
apelido. Se você não gosta do apelido é melhor aceitar ou “a porta da rua é a
serventia da casa”.
Um grupo do sul do Brasil só permite que você treine com
armas e equipamentos feitos pelos ferreiros e artesãos do grupo. Espadas,
tabardos e escudos devem ser encomendados aos ferreiros e artesãos do grupo.
Você não pode usar equipamento não sancionado (leia-se vendido) pelo grupo. Uma
espada de cano PVC coberta com isotubo e espaguete de piscina (modelo magnus
legio), de 90 cm sai por R$75,00 e um tabardo pode chegar facilmente a
R$125,00. Se você quer fazer seus próprios equipamentos ou sabe costurar bem,
fique longe.
Um grupo situado no nordeste brasileiro exige uma idade
mínima de 21 anos para que a pessoa possa pleitear uma vaga de treino.
Pleitear, sim senhor. O postulante a membro deve assistir pelo menos 4 treinos
(de platéia, sentadinho) e passar por uma entrevista de intenções com o líder
do grupo. Depois disso, ele passa de 1 a 2 anos em estágio probatório antes de
ser efetivado como membro. Ao fim do estágio probatório ele pode ser ou não
efetivado como membro e pode ser descartado em qualquer momento do processo,
sem grandes explicações. Eu já vi bancas de concurso público mais simples de
passar do que isso.
Um grupo do sudoeste tem um sistema de punições físicas para
os membros que cometem infrações no treino. Um golpe em área proibida (cabeça,
pescoço, genitais, etc.) pode gerar de 5 a 25 flexões de braço por acerto.
Mesmo que tenha sido acidental. Discutir com a direção garante uma punição de
50 sapinhos. Dependendo do seu estabano ou rebeldia você vai sair de lá
monstrão.
Noutro grupo do sudoeste existe uma regra de tolerância de
tempo e assiduidade. Se você não vai treinar, deve avisar com antecedência aos
Administradores do grupo. Treinos faltosos não justificados geram punição que
podem chegar até mesmo a expulsão do membro. Existe também uma tolerância de 30
minutos depois do começo do treino. Pessoas que estouram essa tolerância podem
ser punidas com restrição de equipamento ou mesmo com a expulsão do grupo caso
a frequência de atrasos seja elevada. Coloque o despertador bem mais cedo no
dia do treino.
Sinceramente? Não gosto dessas coisas muito complicadas ou metidas à besta. Regras muito chatas ou caras apenas fazem com que as pessoas se afastem desses grupos na minha opinião. E você e seu grupo? Tem alguma peculiaridade que gostaria de ver aqui?
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