segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Nem é pelo design, é que ela se parece uma árvore de natal!

Espadas fantasiosas
 

“Vocês são a favor de espadas realistas ou fantasiosas? Lembrando que estou falando de design não de funcionalidade. Eu pessoalmente odeio espadas que fujam a realidade”. Catei essa frase do grupo “A Forja” para começar esse texto, mas não sem antes dar créditos a seu dono, o colega de forjas Gabriel Toddai Lopes.

Existem algumas questões interessantes da fala do Gabriel. Mas para que eu possa trazê-las à tona é necessário fazer alguns entendimentos com você, leitor.

Primeiro entendimento: estou falando aqui de boffer swordplay. Não estou falando de recriação histórica, softcombat ou Hema. Ou seja, estou falando de uma modalidade esportiva com regras bem centradas no toque e não no impacto.

Segundo entendimento: as regras de boffer swordplay rezam que basta um toquinho da arma adversária no lugar certo para que o oponente seja derrotado. Tanto faz se eu bater com força a espada no peito do colega ou se simplesmente eu encostar a ponta da minha boffer sword no peito dele, ele será eliminado da partida.

Terceiro entendimento: uma vez que qualquer tipo de toque vale, o ideal é que não se bata com força, a fim de não machucar e sim preservar a integridade do colega de treinos. Como diria um amigo da BCS: “Swordplay não é Star Wars, por isso não use a força”.

Com esses três entendimentos em mente, vamos voltar à fala do Gabriel? Quando ele faz o seu questionamento ele obviamente está falando da aparência que a arma tem. Design e não funcionalidade, como ele mesmo frisa em seu texto.

Eu jogo esta pergunta para você, leitor. O que você, praticante de boffer swordplay, prefere? Armas mais realistas ou armas fantasiosas? Reflita e responda para si mesmo. Temos uma resposta? Ótimo!

Em primeiro momento sou obrigado a discordar da opinião do Gabriel. EU (vejam bem, estou falando de mim mesmo) não dou muita bola para a veracidade histórica ou a fidedignidade de uma peça, desde que ela seja segura e que não machuque os colegas de treino. Aliás, apesar de não ser capaz de forjar tais peças, sou apaixonado por armas fantasiosas, que lembrem a estética exagerada dos animes e de algumas produções hollywoodianas. Não estou dizendo que uma espada feita para se parecer, em aparência, uma réplica de uma espada que já existiu está errada. Ela está certa. Eu é que prefiro o lado mais fantástico da coisa.

“E por que Betão?” pergunta a mocinha baixinha com bata branca e com um baralho de tarô devidamente amarrado no seu cinto de couro. Por que o boffer swordplay já é, em sua essência, um jogo fantasioso. Por mais que eu me esforce em fazer réplicas o mais próximo possível de suas contrapartes do mundo real elas ainda vão ser, em essência, pedaços de cano ou fibra de vidro, cobertas com PI ou espuma e selados com silvertape. Por mais que eu estabeleça uma medida férrea para espadas de uma mão para o meu grupo, as espadas e armas assim produzidas não serão mais que simulacros dentro de regras fantásticas: encostou a arma no meu peito eu morro; bateu a arma na minha cabeça, você morre. Fantasia pura.

Agora é a hora de pinçar outra fala, desta vez do Fox Sullivan: “acho que, indiferente do uso, a pessoa deve se sentir bem com o equipamento que possui, desde que não atrapalhe a diversão ou treinamento do amiguinho”.

Quando eu jogava Ragnarok online decidi que depois do meu primeiro personagem, todos teriam nomes zoeiros. Era impressionante como as pessoas se incomodavam com “Sir Suvaquinho Depilado”, Knight ou com o “Rabinho Salgado”, Arruaceiro. Imagino que, dadas as devidas proporções, o nome dos meus antigos personagens tenha o mesmo incômodo que as armas fantasiosas tem em algumas pessoas. E por que elas se incomodam tanto? Não saberia dizer. Mas acredito que os motivos podem ser pensados por vocês mesmos.


Era isso. Vida longa ao Swordplay. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Dedicação

“O que eu queria era que as pessoas se conscientizassem que swordplay é um hobby tão importante quanto qualquer outro e não uma coisa que você faz quando não tem mais nada de interessante para fazer”. Essa frase, pescada entre tantas outras que abundaram a reunião pré-treino conjunto, ocorrida neste domingo 15 de janeiro de 2017, me fez questionar. Swordplay é uma coisa sem importância na vida de seus praticantes?

Eu já abordei aqui, em outras ocasiões, sobre você ir ou não ir a um treino de swordplay por este ou aquele motivo. A grande lição que se tira daquelas postagens antigas é que você tem de dizer quais são as suas prioridades e ser fiel à elas. Se você acha que é mais importante para você, fique em casa vendo a reprise do CBOLOL. Se for socialmente imperativo que você saia com a sua esposa, vá com ela. Caso a escola/faculdade/empresa/trabalho exigir sua presença, não se negue e vá. É como dizia a sabedoria da minha mãe: “primeiro a obrigação, depois a devoção”.

Então tudo recai sobre o quanto você gosta de bater espadinhas com seus amigos e quanto você está disposto a investir do seu tempo/dinheiro/energia para isso. É isso com todos ou com quase todos os hobbies. É a dedicação que faz de você um colecionador de quadrinhos ao invés de um simples leitor ocasional; é a dedicação que faz você ser um conhecedor de animes ao invés de um cara que confundo e o jovem Gohan com o Yancha, em Dragon Ball; é a dedicação que faz você se tornar uma referência no seu reino pelo uso da sua arma ou aquele cara que aparece vez sim, vez não.

Entenda que não estou dizendo que o cara “referência” é mais importante que o cara que vem treinar a cada solstício de verão. Eu não estou dizendo, porque eu não preciso dizer. Quem você quer no seu reino/clã? Um cara ponta firme, que aparece quase sempre ou um sujeito que vai trocar o treino pela primeira maratona de Star Wars no Netflix? Se você leu até aqui já sabe a resposta.
Dedicado ou não dedicado... o que você prefere?

E como fazer com que a pessoa se torne um membro dedicado? Não existe resposta certa ou receita de bolo para isso. Para que isso aconteça você te de criar no seu jogador uma satisfação por vir jogar que seja maior do que a satisfação que ele tem em outros hobbies. E isso nem sempre é possível.

Parafraseando Jim Ronh, no seu seminário de fim de semana sobre gerenciamento e planejamento de carreiras, num grupo de dez pessoas temos a seguinte proporção: três fazem a coisa acontecer, cinco são “encostados”, um é inconstante e o que sobra é do contra. É assim em todas as empresas e grupos de trabalho que você puder imaginar, com uma diferença mínima entre as categorias. A boa notícia é que se você tiver pelo menos 30% dos seus membros como dedicados o seu grupo tem uma chance muito boa de expandir e ir para frente.


Era isso. Mas antes de sair gostaria de deixar a pergunta para vocês: você tem se dedicado o bastante para fazer do seu grupo uma coisa divertida para todo mundo?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Os reis da espadinha tóxica

Ou: guia rápido de como lidar com os babacas que abundam o mundo do swordplay.

Nunca falha: De repente você está de boa, conversando com o pessoal do treino ou com amigos na net quando chega um sujeito que mais parece um peito de pombo, arrotando todo o “conhecimento” que ele tem do esporte. Daí ele começa a falar um monte de besteiras e para garantir a sua argumentação solta uma pérola do tipo: “Ah, mas eu treino faz mais de dez anos”. Da vontade de olhar para a cara do pulha e soltar um: “E daí?”

Sabem, poucas frases me deixam mais revoltado do que esta acima e suas variações. É o tipo da coisa que eu não suporto e eu acho que, sinceramente, ninguém deveria suportar é um cara que usa deste tipo de argumento para vencer um debate ou para dar mais peso ao que ele está falando. Claro eu não estou desmerecendo aqui quem tem história de verdade no swordplay e usar esse conhecimento para fazer o esporte florescer. Uma coisa é você sair por ai dizendo que joga tem dez anos ou mais (e dessa forma chamando todo mundo de noobie), ou se propondo a ajudar alguém (Ei cara, você luta bem. Já pensou em usar o quadrado de Meyer na sua técnica?)

Infelizmente é fácil constatar que essa postura se enquadra em todos os lugares. Pessoas se arvoram de seus pseudo-conhecimentos para vencer discussões ou para parecerem superiores. Como se citar o currículo dele fosse o bastante, uma espécie de arma definitiva. E no swordplay eles têm aparecido como erva daninha numa horta mal cuidada.

Você conhece o sujeito. É aquele tipinho que se arvora como “o dono do maior grupo de recriação histórica de Brasília” ou “o cara que inventou as batas amarelo e pretas” ou “o cara que primeiro usou silvertape para cobrir PI30 sobre uma vareta de fibra de vidro”. É uma maneira bem estúpida de usar dessas qualificações para fazer valer o seu próprio ponto de vista. E é o tipo da coisa que é mais comum no mundinho do swordplay do que podemos supor. Parece que quando mais popular o esporte fica ou fica mais conhecido o grupo que a pessoa faz parte, mais a pessoa incha, ou melhor, seu ego incha, tal qual fosse um cururu tei-tei. E daí, pouco a pouco, o ego vai tomando de conta. Cedo ou tarde o cara vai achar que caga mais cheiroso do que qualquer um de nós aqui simplesmente porque ele é dono de um blog que fala de swordplay, ou coisa que o valha.

E claro, não podemos esquecer os caras que nunca jogam em ocasião nenhuma, mas que fazem questão de aparecer nos eventos e treinos, isso há muitos anos. Quantas vezes ouvimos coisas do tipo “como jogador a mais de trinta anos” ou “como dono do maior grupo de swordplay deste lado do parque do Ibirapuera”? Vezes o bastante em minha opinião. Está na hora de contra-atacar.

Normalmente quem usa desses argumentos é uma pessoa que verdadeiramente não tem preparo algum, base ou argumentos sólidos o bastante para permanecer na discussão. Ele quer crescer de uma forma pouco ética, mas muito comum: diminuindo o outro. Ora que chances eu, pobre mortal, tenho de vencer uma discussão sobre espadas longas com um cara que treina desde que Sarney era presidente da república? Eu tenho todas. Desde que eu saiba do que estou falando e esteja pronto para a aceitar o argumento do outro e não suas falácias e bravatas.

E como dar cabo desses tipos? É muito fácil. Quando alguém usar de qualquer desses argumentos tudo o que você precisa é ignorá-lo. Deixe o cara falando bosta sozinho e vá bater espadinha com os colegas. Você ganha muito mais. Mas na possibilidade de não poder fazer isso, basta responder:

Você sabe com quem está falando?
Sim, eu sei. Estou falando com um cidadão brasileiro, assim como eu. Um cidadão cumpridor de seus deveres e direitos como eu. Pessoas que perante a lei são iguais.

Você não sabe do que está falando. Eu sou o líder do antigo (e extinto) clã das espadas emplumadas e ganhador da Copa Itaim-Bibi de Swordplay de 1998…
Eu não sei em que suas qualificações como líder/ganhador do prêmio podem fazer seus argumentos mais fortes ou mais consistentes. Acredite, usar sua qualificação para dar sustentação a esses argumentos fracos só desmerece sua capacidade e reputação.

Eu jogo/treino a 20 anos e é a coisa mais idiota que eu já ouvi.
Eu jogo a bem menos tempo e coisas idiotas por coisas idiotas esse seu argumento bateu os meus recordes. A única coisa que tempo de jogo favorece é ter acesso a mais tempo de treino do que eu. Mas mesmo isso não garante nenhuma argumentação ou conhecimento mais sólido.




No fim das contas, argumente. E não leve as posições tão á sério. A não ser que a posição seja da esgrima francesa. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

E o recesso está acabando...

De volta aos Treinos
Com o fim de festas é hora de retomar os treinos. Para a grande maioria dos grupos de swordplay a volta vai se dar dentro  de uma ou duas semanas. E para o amiguinho ou amiguinha que parou nesse período para descansar, curtir e comer, seguem algumas dicas para retornar às atividades de treino.

Neste período a galera volta com tudo para os treinos para recuperar o que perdeu (ou eliminar o que ganhou) nessas duas semanas de festas. Acredite: essa pequena pausa é o tempo suficiente para que seu corpo perca condicionamento, força, resistência e flexibilidade. Você vai perceber, de uma forma bem clara, que toda a sua habilidade demonstrada no último treino do ano passado parece ter ficado por lá.

Mas não se preocupe. Isso é normal. Afinal você deve ter passado horas dentro de um carro viajando, dormiu até mais tarde, ficou sentado na beira da piscina, exagerou na comida e bebida, e praticou pouca ou até nenhuma atividade física.

Pessoas que praticam alguma atividade física (como o swordplay) costumam ter o metabolismo acelerado. Muitos que não são apenas praticantes de swordplay, também mantém-se em dieta e contando as calorias. Quando paramos de treinar, a velocidade do metabolismo diminui e as calorias ingeridas a mais do que estão acostumados tornam-se gordura em excesso. É muito comum ver atletas voltando para os treinos fora de forma.

O Treino para voltar das férias
A volta aos treinos tem que ser cautelosa: isso evita lesões. Não tenha pressa para ficar em dominar novamente os fundamentos da lança, ou dar um tiro de 100m eliminando todos os defensores que aparecerem no seu caminho. O retorno pode ser mais rápido do que você imagina.

Algumas dicas para seu retorno: treino para voltar das férias: 

Quando for fazer exercícios de coordenação e golpes (como o quadrado de Meyer) bata mais leve e faça mais repetições das manobras;

Procure fazer treinos de intensidade leve/moderada... não é hora de exagerar ainda;

Alongue-se bastante;

Atividades aeróbicas devem ser moderadas: não tente correr na mesma velocidade e distância que você estava correndo antes de sair de férias. Tendo isso em mente seja honesto e compreensivo consigo mesmo;


Após duas semanas, com uma frequência boa, você vai se sentir melhor e poderá voltar aos exercícios mais intensos, e aí sim, pegar firme para se preparar para os eventos deste ano. 


A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...