quarta-feira, 14 de março de 2018

Dia internacional das mulheres


Uma data para ser...
É, eu sei que já passou. Foi dia 08. Mas eu queria escrever uma coisa diferente. Eu queria fugir do clichê. Nada de rosas. E levei mais tempo do que eu pretendia para traçar essas linhas sobre uma data que representa tanto em minha vida.

Para começo de conversa eu não queria uma postagem dando os parabéns às mulheres pelo seu dia. Porque eu sei que enquanto precisarmos de um dia internacional das mulheres não temos muito o que comemorar. Esse é um dia de lutas. É um dia para lembrar de todas as mulheres que ao longo da história bateram o pé e mantiveram firmes suas posições e convicções. Seja como uma rainha guerreira como Maeve de Connacht, seja como uma guerreira santa como Joana D’arc, seja como pilotas guerreiras como Yevdokia Bershanskaya, seja como as guerreiras da fantasia como Guinnevere ou a princesa Lea Organa, ou mesmo como qualquer mulher que colocar os olhos nesta postagem.

E para garantir que não sejam apenas as palavras de um “homem cis” eu convidei quatro mulheres que eu admiro para que escrevessem como elas vêm a prática do swordplay. Vou me dar apenas o direito de reorganizar algumas falas e fazer um pequeno trabalho de edição. E vamos a elas. Porque dia da mulher é dia de luta.

As mulheres-guerreiras falam (e se bobear, elas batem forte!)
A primeira entrevistada (e a última a entregar seu texto) foi a Neire, do Star Warriors. Ela fala dos desafios de ser swordplayer: “Há algumas coisas desafiadoras para uma praticante de Swordplay como eu...primeiro o fato de ter iniciado a prática sendo um pouco mais velha que os demais praticantes, após os trinta anos. Geralmente eles são mais novos e com um pouco mais de tempo para aprofundar-se. Claro que não utilizo isso como desculpa e procuro render o máximo que posso”.

Da mais madura para a mais inexperiente do meu seleto bando de contribuintes, eu chamo a fala de Amanda Gabrielle, que também atende pelo apelido de Vanny: “A época medieval e seus combates sempre foram algo que despertou curiosidade em mim. Então gosto muito de lutar dentro deste universo, tanto por sentir que de alguma forma eu estou participando e aprendendo mais sobre uma época que eu gosto muito, quanto por questões pessoais, tais como trabalhar minha coordenação motora e socialização”.

A mais qualificada de todas as entrevistadas já treina a alguns anos. Mas é sua fala que traz peso a esta publicação: “Praticar swordplay para mim é como sair desse universo atual, é como misturar fantasia com um pouco de realidade, quando estou lutando minha imaginação cria todo um cenário medieval com emoção e glória. Lutando aprendi a ter coragem e garra, mas também humildade e honestidade, me tornei uma pessoa mais determinada até na vida”. (Rebeca “Becka” Gabriela).

A menor de todas (altura) elas é a jovem Amanda Vieira: “Desde a primeira vez que eu participei do Swordplay eu fiquei simplesmente encantada. Apesar dos treinos serem bem cansativos, cada segundo em campo valia a pena. Não se tratava apenas de treinamento, era uma comunidade onde as pessoas se importavam umas com as outras”.

E os golpes saem derrubando desafios
“Conheci o Swordplay há alguns anos em eventos que visitei, porém, nunca havia cogitado praticá-lo, embora tivesse contato com esgrima tempos atrás.  Até que conheci o Luís Nascimento em um encontro do Conselho Jedi São Paulo e com isso tive a oportunidade de aliar duas coisas pela qual me interesso: Swordplay e Star Wars. Participar desse grupo é uma experiência rica  e desafiadora...nada conhecia sobre Saberplay”. (Neire).

“Entretanto, devido ao fato de eu ser mulher, algumas vezes eu pude sentir tratamento diferenciado. (...) Enquanto meus colegas se vêm como oponentes em um perigoso campo de batalha, eu ainda sou vista como alguém brincando com uma espada de mentira. Não os culpo por causa disso, eles nem sequer devem enxergar isso como um problema”. (Titânia)

Cuidado com as menininhas empunhando espadas de mentira. Elas lutam como aves de rapina. A prática com elas me ensinou a não subestimar ninguém. 
“Como uma garota sempre me disseram que eu deveria ser delicada e frágil, que meninas devem fazer “coisas de meninas”, mas no swordplay eu sinto que posso ser como eu quiser, vi que até mesmo uma garota com braços fracos pode lutar bem”. (Becka).

A cada desafio vencido, um novo se abre
“Apesar de ser vista como alguém frágil, eu ainda consigo me divertir muito. Apesar de me verem mais como um alvo do que como um adversário, eu ainda adoro correr pelo campo. Todos esses obstáculos que tenho que lidar, tornam ainda mais doce a sensação de quando eu finalmente dou um golpe mortal em alguém”. (Titânia)

“Em experiência eu sou iniciante, eu ainda não lutei ou conheci algum outro grupo, mas é uma questão de tempo, já sei o básico e a cada treino tenho aprendido mais coisas novas, não só sobre técnicas de batalha, mas também técnicas que posso usar em minha própria vida pessoal”. (Vanny)

“O meu desafio reside em tendo de analisar artes como Ai-Do, Kendô, tipos diferenciados de Esgrima, de maneira que possamos realizá-las com eficácia. Isso faz do meu aprendizado algo riquíssimo, despertando cada vez mais a minha curiosidade como praticante à respeito das mais variadas técnicas. É um mundo fabuloso, sem dúvida”. (Neire).



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