Uma
data para ser...
É, eu sei que já passou. Foi
dia 08. Mas eu queria escrever uma coisa diferente. Eu queria fugir do clichê. Nada
de rosas. E levei mais tempo do que eu pretendia para traçar essas linhas sobre
uma data que representa tanto em minha vida.
Para começo de conversa eu
não queria uma postagem dando os parabéns às mulheres pelo seu dia. Porque eu
sei que enquanto precisarmos de um dia internacional das mulheres não temos
muito o que comemorar. Esse é um dia de lutas. É um dia para lembrar de todas
as mulheres que ao longo da história bateram o pé e mantiveram firmes suas
posições e convicções. Seja como uma rainha guerreira como Maeve de Connacht,
seja como uma guerreira santa como Joana D’arc, seja como pilotas guerreiras
como Yevdokia Bershanskaya, seja
como as guerreiras da fantasia como Guinnevere ou a princesa Lea Organa, ou
mesmo como qualquer mulher que colocar os olhos nesta postagem.
E para garantir que não sejam apenas as palavras de um “homem cis” eu convidei quatro mulheres
que eu admiro para que escrevessem como elas vêm a prática do swordplay. Vou me
dar apenas o direito de reorganizar algumas falas e fazer um pequeno trabalho
de edição. E vamos a elas. Porque dia da mulher é dia de luta.
As mulheres-guerreiras falam (e se bobear, elas
batem forte!)
A primeira entrevistada (e a
última a entregar seu texto) foi a Neire, do Star Warriors. Ela fala dos
desafios de ser swordplayer: “Há algumas coisas desafiadoras para uma
praticante de Swordplay como eu...primeiro o fato de ter iniciado a prática
sendo um pouco mais velha que os demais praticantes, após os trinta anos.
Geralmente eles são mais novos e com um pouco mais de tempo para aprofundar-se.
Claro que não utilizo isso como desculpa e procuro render o máximo que posso”.
Da mais madura para a mais
inexperiente do meu seleto bando de contribuintes, eu chamo a fala de Amanda
Gabrielle, que também atende pelo apelido de Vanny: “A época medieval e seus
combates sempre foram algo que despertou curiosidade em mim. Então gosto muito
de lutar dentro deste universo, tanto por sentir que de alguma forma eu estou
participando e aprendendo mais sobre uma época que eu gosto muito, quanto por
questões pessoais, tais como trabalhar minha coordenação motora e socialização”.
A mais qualificada de todas
as entrevistadas já treina a alguns anos. Mas é sua fala que traz peso a esta
publicação: “Praticar swordplay para mim é como sair desse universo atual, é
como misturar fantasia com um pouco de realidade, quando estou lutando minha
imaginação cria todo um cenário medieval com emoção e glória. Lutando aprendi a
ter coragem e garra, mas também humildade e honestidade, me tornei uma pessoa
mais determinada até na vida”. (Rebeca “Becka” Gabriela).
A menor de todas (altura)
elas é a jovem Amanda Vieira: “Desde a primeira vez que eu participei do Swordplay
eu fiquei simplesmente encantada. Apesar dos treinos serem bem cansativos, cada
segundo em campo valia a pena. Não se tratava apenas de treinamento, era uma
comunidade onde as pessoas se importavam umas com as outras”.
E
os golpes saem derrubando desafios
“Conheci o Swordplay há
alguns anos em eventos que visitei, porém, nunca havia cogitado praticá-lo,
embora tivesse contato com esgrima tempos atrás. Até que conheci o Luís Nascimento em um
encontro do Conselho Jedi São Paulo e com isso tive a oportunidade de aliar
duas coisas pela qual me interesso: Swordplay e Star Wars. Participar desse
grupo é uma experiência rica e
desafiadora...nada conhecia sobre Saberplay”. (Neire).
“Entretanto, devido ao fato
de eu ser mulher, algumas vezes eu pude sentir tratamento diferenciado. (...) Enquanto
meus colegas se vêm como oponentes em um perigoso campo de batalha, eu ainda
sou vista como alguém brincando com uma espada de mentira. Não os culpo por
causa disso, eles nem sequer devem enxergar isso como um problema”. (Titânia)
Cuidado com as menininhas
empunhando espadas de mentira. Elas lutam como aves de rapina. A prática com
elas me ensinou a não subestimar ninguém.
“Como uma garota sempre me
disseram que eu deveria ser delicada e frágil, que meninas devem fazer “coisas
de meninas”, mas no swordplay eu sinto que posso ser como eu quiser, vi que até
mesmo uma garota com braços fracos pode lutar bem”. (Becka).
A
cada desafio vencido, um novo se abre
“Apesar de ser vista como
alguém frágil, eu ainda consigo me divertir muito. Apesar de me verem mais como
um alvo do que como um adversário, eu ainda adoro correr pelo campo. Todos
esses obstáculos que tenho que lidar, tornam ainda mais doce a sensação de
quando eu finalmente dou um golpe mortal em alguém”. (Titânia)
“Em experiência eu sou
iniciante, eu ainda não lutei ou conheci algum outro grupo, mas é uma questão
de tempo, já sei o básico e a cada treino tenho aprendido mais coisas novas,
não só sobre técnicas de batalha, mas também técnicas que posso usar em minha
própria vida pessoal”. (Vanny)
“O meu desafio reside em
tendo de analisar artes como Ai-Do, Kendô, tipos diferenciados de Esgrima, de
maneira que possamos realizá-las com eficácia. Isso faz do meu aprendizado algo
riquíssimo, despertando cada vez mais a minha curiosidade como praticante à
respeito das mais variadas técnicas. É um mundo fabuloso, sem dúvida”. (Neire).
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