sábado, 13 de abril de 2019

Revisitando armas exóticas


Armas exóticas

O conceito de arma exótica não é um consenso. Segundo alguns sites que lidam com armas e artes marciais, o conceito de arma exótica é a seguinte: “a denominação que recebe a categoria de armas de formato incomum ou alterado (...) ou incomum, que por vezes lembram flores, grandes anéis com formato de sol, hastes com garras na extremidade entre outras”. Tamanho neste caso também conta como um diferencial. Foices enormes não podem ser outra coisa que não exóticas.

Mas o que faz uma arma ser exótica? De verdade? A cultura onde ela está inserida. Para os samurais e sua cultura milenar, o florete é e exótico; já para o espadachim italiano do século XVI a katana é que é exótica. Então o que faz uma arma ser exótica é a cultura que ela está inserida.

Outra vertente curiosa para a definição de arma exótica é o número de praticantes dessa arma. Dificilmente um machado ou uma alabarda seriam consideradas exóticas em grupos que lidam com a arte marcial de temática europeia, mas estas armas não são exatamente comuns. Observe bem o grupo que você frequenta: quantos alabardeiros você tem? E usuários de machado? Agora compare esse número com o número de espadas e de lanças. Deu para perceber que o guerreiro que porta uma alabarda ou o que usa um ou mais machados vai se destacar.

Então, quais são as armas exóticas mais comuns que costumamos encontrar nos grupos de swordplay espalhados por aí?

Oversized weapons (armas enormes – escudos contam), armas de outras culturas (katanas, adagas sai, shurikens, kusari gama, etc), armas pouco usadas (machado, alabarda, mangual, etc), de formato incomum (machado de duas cabeças, espada de duas lâminas, etc) e coisas que só podem ter saído de um desenho animado ou jogos (como chicotes de cravos, adaga amarrada numa corda no pé do guerreiro).

E como lidar com essas coisas?

A primeira coisa a saber é qual é o entendimento do grupo sobre isso. Um grupo mais focado em softcombat ou recriação histórica europeia dificilmente aceitaria uma kusarigama ou uma buster sword. Esse entendimento deve ser construído coletivamente e revisado de tempos em tempos. Grupos mais abertos podem ter uma visão mais aberta, mas é sempre seu dever perguntar antes de chegar no treino com um mangual com 1,5m de corrente no treino.

Um segundo ponto a ser considerado é como a arma funciona em grupo. Muitas dessas armas não funcionam nas manobras de linha ou enfrentamento de exércitos no modelo EPS. São mais indicados para usar em contendas menores ou atividades solo.

Outro ponto a considerar é se o item vai precisar de regras adicionais. Uma espada garra de tigre se comportaria exatamente como uma espada normal, diferenciando apenas o seu formato. Digamos que ela tem apenas uma “skin” diferente. Mas armas como shurikens e manguais exigem outra visão.

Vou listar três armas exóticas permitidas no meu grupo e as regras que se aplicam.

Meia lança: uma lança curta, toda recoberta de espuma, com 1m de comprimento. Cabeça rombuda. Pode ser usada como lança ou maça e pode ser arremessada. Causa dano onde pegar (se pegar na perna causa 1 ponto de dano, se pegar nas costas causa 2 pontos e por aí vai).

Facas de arremesso: adagas de até 30cm de comprimento, macias e todas cobertas com espuma. Se usadas como adagas normais funcionam como adagas normais; quando arremessadas causam apenas 1 ponto de dano independentemente de onde atinjam o alvo.  

Mangual atroz: Qualquer mangual cujo cumprimento total ultrapasse 1m. Tanto a cabeça da arma quanto a sua corrente causam dano, mas funcionam como armas de arremesso: causam apenas 1 ponto de dano independentemente de onde atinjam o alvo.

Mas o mais importante de tudo isso é a diversão: tanto de quem usa a arma “diferentona” como de quem vai treinar com ele. Se ambos estiverem de acordo, não tem erro.

Até a próxima!

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