terça-feira, 30 de julho de 2024

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sempre haverá pessoas que não se importarão conosco da mesma forma. Essa realidade, por mais dura que possa parecer, é uma parte intrínseca da natureza humana e das interações sociais. Aprender a lidar com isso é essencial para preservar nossa integridade e bem-estar.

Infelizmente, com o swordplay não é diferente. Apesar de ser um esporte saudável que costuma trazer à tona o que há de melhor em nós, como senso de unidade, pertencimento e camaradagem, também pode atrair pessoas que se aproveitam dessa estrutura para se beneficiar. Não é incomum ouvir histórias correndo "à boca pequena" sobre puxadas de tapete e traições.

Para navegar nesse cenário, desenvolver malícia, no sentido de perspicácia e astúcia, é crucial. Como dizia Maquiavel: devemos ser valentes como o leão, mas espertos como a raposa. A malícia, aqui, não deve ser confundida com maldade, mas sim com a capacidade de ver além das aparências e entender as verdadeiras intenções das pessoas ao nosso redor. Muitas vezes, o que é apresentado na superfície não reflete a realidade subjacente. Portanto, ter malícia nos permite discernir entre o genuíno e o falso, protegendo-nos de possíveis decepções e manipulações.

Um exemplo clássico desse tipo de discernimento necessário é quando lidamos com pessoas ou grupos que pregam a união e a unidade, mas cujas ações revelam um desejo de controle e posse. É fundamental questionar as motivações por trás dessas mensagens. Por que alguém que fala tanto sobre união organiza suas atividades de forma isolada, sem discutir com outros? Esse comportamento pode ser um sinal de que o objetivo real é a centralização do poder, não o bem comum. Estar atento a essas discrepâncias é essencial para evitar ser manipulado ou explorado.

Outro aspecto a ser considerado é a falsa pregação da democracia e da pluralidade de vozes. Muitas vezes, indivíduos ou grupos clamam pela diversidade de opiniões, mas são os primeiros a silenciar qualquer voz dissidente. Esse tipo de hipocrisia pode ser extremamente prejudicial, pois mina os princípios fundamentais da liberdade de expressão e da verdadeira pluralidade de ideias. A democracia genuína acolhe a discordância e a crítica construtiva, ao passo que os falsos democratas buscam apenas reforçar suas próprias ideologias, eliminando qualquer oposição.

Finalmente, devemos sempre estar atentos aos amigos falsos. Esses indivíduos, que muitas vezes se apresentam como aliados e confidentes, podem ter segundas intenções. A falsidade nas amizades pode levar a traições dolorosas e à quebra de confiança, afetando profundamente nossa vida pessoal e emocional. Portanto, é prudente escolher nossos amigos com cuidado, observando suas ações ao longo do tempo e verificando se elas correspondem às suas palavras. Quantas vezes eu mesmo não fui vilipendiado por pessoas que se diziam meus amigos? Quantas vezes você, que está lendo isso, não foi vítima de uma falsa amizade?

Viver em sociedade exige uma constante vigilância e uma dose saudável de malícia para navegar pelas complexidades das interações humanas. Olhe bem as pessoas à sua volta. Preste atenção na diferença entre seus discursos e suas ações. Ser bom e importar-se com os outros são qualidades nobres, mas sem a capacidade de discernir as verdadeiras intenções e proteger-se contra manipulações e falsidades, corremos o risco de nos tornarmos vítimas de pessoas que não compartilham dos mesmos valores. A malícia, neste contexto, torna-se uma ferramenta vital para manter nossa integridade e bem-estar em um mundo repleto de intenções nem sempre claras.

terça-feira, 18 de junho de 2024

A Jornada de um Espadachim: Explorando a Diversidade das Artes Marciais

 Olá, queridos leitores!

Estou reabrindo esse blog depois de um tempo. É um renascimento.

E hoje, gostaria de compartilhar um pouco sobre a minha jornada no mundo das artes marciais e minhas reflexões sobre a diversidade e as semelhanças entre diferentes estilos de combate com espadas.

Desde cedo, espadas sempre me fascinaram. Fosse a esgrima exagerada dos filmes da antiga Sessão da Tarde dos anos 80, com clássicos como "Príncipe Valente", "O Escudo Negro de Falworth", "Zorro" com Douglas Fairbanks, "Robin Hood" com Errol Flynn, e "Os Três Mosqueteiros" com o eterno Gene Kelly, ou espadas mágicas em desenhos como "Thundercats", "He-Man", "Darkstar" e até obras de quadrinhos como "Camelot 3000". Transformava qualquer pedaço de madeira que caísse em minhas mãos numa espada invencível.

Minha jornada nas artes marciais começou a se tornar mais séria quando entrei no Instituto Niten, onde treinei sob a orientação do sensei Jorge Kishikawa. De lá, passei alguns anos na atividade recreativa de boffer swordplay e, mais recentemente, desde 2023, tenho me dedicado intensamente ao caminho da espada novamente.

Treinei também na escola Chien no Senshi, fundada pelo sensei João Martins, e sou autodidata em esgrima alemã (inspirada nos ensinamentos de Fiore dei Liberi), bem como em espada e escudo no estilo viking e medieval.

O que diferencia meu caminho é a abordagem menos ortodoxa que adoto para estudar essas artes. Não me prendo a rótulos ou formas específicas. Em vez disso, busco compreender e integrar técnicas de diferentes estilos, valorizando o aprendizado contínuo e a troca de conhecimentos entre tradições. Embora já tenha sido criticado por fugir do sistema rígido de algumas escolas, especialmente nas tradições europeias, acredito firmemente que não há limites para o que um ser humano pode aprender. Se Musashi estivesse vivo hoje, tenho certeza de que ele também buscaria dominar o escudo, a espada alemã e até mesmo o facão criolo.

Uma das coisas que mais me fascina é comparar diferentes estilos de artes marciais e observar as similaridades entre eles. Por exemplo, a postura waki-gamae no kendo é muito semelhante à postura de cauda longa ou portão de ferro na esgrima europeia. Essas comparações me instigam e me motivam a aprender cada vez mais.

No entanto, enquanto algumas posturas são semelhantes, outras técnicas diferem completamente. O trabalho de pés (footwork) é um ótimo exemplo dessas diferenças. No kendo, usamos o suri-ashi, um passo deslizante básico que proporciona estabilidade e rapidez. Na esgrima europeia, o footwork é mais variado e adaptável, focando em deslocamentos precisos e rápidos. Já na esgrima crioula, com facão e capa, utilizamos o jingado, um estilo mais fluido e rítmico, influenciado pelas danças locais.

Além das técnicas físicas, gosto de integrar filosofia em meus estudos de esgrima. Especialmente a filosofia estoica (inspirada por Marco Aurélio e Sêneca) e a pragmática (influenciada por Maquiavel). A meditação oriental, conhecida como moku-sô, também desempenha um papel importante em minha prática, ajudando a manter o foco e a clareza mental.

Minha jornada é uma busca contínua por conhecimento e entendimento das artes marciais. Ao deixar de lado as querelas entre estilos e escolas, acredito que podemos expandir nosso horizonte e nos tornar melhores praticantes e conhecedores da filosofia inerente à espada.

Espero que este texto inspire outros a seguir um caminho similar, buscando sempre aprender e crescer, sem se limitar a rótulos ou tradições específicas. Vamos juntos explorar o maravilhoso mundo da espada e suas inúmeras possibilidades!

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

É possível inovar no swordplay?

 Temos uma proposta inovadora para o swordplay!

Cara, quantas vezes eu já ouvi discursos parecidos com esse? Medir a inovação no swordplay é uma tarefa desafiadora por várias razões...

Primeiro, a definição de inovação no contexto desportivo qualquer inovação válida exige resultados concretos, o que é difícil de medir quando uma “inovação” está em estágio inicial. Seja uma estratégia tática aparentemente radical ou uma melhoria incremental, como prever seu impacto futuro? É literalmente “pagar para ver”.

Segundo, o grau de inovação no desporto pode ser subjetivo. Um líder que conhece diferentes abordagens táticas e estratégias utilizadas por equipes ao redor do mundo pode considerar uma ideia não inovadora, simplesmente porque já a viu em prática em outro lugar.

Terceiro, perceber a inovação no swordplay muitas vezes requer uma mente aberta para mudanças e novas ideias. No entanto, com o tempo, sua eficácia foi comprovada, e outras equipes passaram a adotar elementos dessa abordagem tática. Em bom português brasileiro: você tem que fazer diferente de todo mundo e tem que dar certo.

Quarto, o próprio grupo pode ser o maior entusiasta de suas próprias ideias, o que pode dificultar a avaliação objetiva das estratégias e táticas. Por isso, é crucial buscar feedback dos jogadores, e das pessoas em volta para entender como as inovações estão sendo percebidas e se estão gerando os resultados esperados.

A verdadeira inovação em um time desportivo só pode ser medida ao longo do tempo, com base em resultados tangíveis e na sua aceitação e adoção pela comunidade. Um time de sucesso é aquele que combina ideias inovadoras com uma execução eficaz, talento individual e trabalho em equipe.

Apesar dos obstáculos, a inovação é primordial neste esporte, pois pode levar a técnicas e estratégias que proporcionam vantagens competitivas. Para superar esses desafios, algumas dicas podem ser úteis:

Pensar fora da caixa: Ok, parece jargão de coach de liberalóide, mas escuta um pouquinho... No swordplay, pensar de forma criativa pode levar a novas estratégias e abordagens inovadoras não apenas no campo de batalha, mas na dinâmica do grupo intrapessoal ou extra-pessoal. Além disso, buscar patrocínios ou apoios externos pode ser uma alternativa para obter recursos para treinamento e equipamentos.

Analisar riscos: Assim como em qualquer esporte, a inovação no swordplay envolve riscos. É importante ter um plano de gestão de riscos para minimizar as chances de fracasso e garantir que as novas técnicas ou táticas sejam implementadas com segurança. Normalmente deixar alguém – uma pessoa, grupo ou comissão para cuidar disso enquanto o resto do pessoal executa.

Medir os resultados: Mesmo que o retorno esperado não venha no curto prazo, mensurar e mostrar os resultados em outras áreas. Além do desempenho em combate, a inovação no swordplay pode ser avaliada pela capacidade de atrair novos praticantes e pela reputação do grupo. Mensurar esses resultados pode fornecer insights valiosos sobre o impacto das inovações.

Investir em engajamento: No swordplay, um ambiente de treinamento que valoriza o engajamento dos praticantes e promove uma cultura de colaboração pode ser fundamental para a implementação bem-sucedida de novas técnicas e estratégias.

Incentivar a comunicação: A comunicação eficaz entre os praticantes, coordenadores e líderes de equipe é essencial para garantir que as inovações sejam compreendidas e implementadas de forma eficiente. O feedback constante também pode ajudar a aprimorar as inovações ao longo do tempo.

E, como dica final: ao apresentar uma nova estratégia ou abordagem inovadora para seu time, evite usar demasiadamente a palavra "inovador". Em vez disso, destaque os diferenciais e benefícios da sua proposta, deixando que os outros reconheçam sua inovação por si mesmos.

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...