terça-feira, 18 de junho de 2024

A Jornada de um Espadachim: Explorando a Diversidade das Artes Marciais

 Olá, queridos leitores!

Estou reabrindo esse blog depois de um tempo. É um renascimento.

E hoje, gostaria de compartilhar um pouco sobre a minha jornada no mundo das artes marciais e minhas reflexões sobre a diversidade e as semelhanças entre diferentes estilos de combate com espadas.

Desde cedo, espadas sempre me fascinaram. Fosse a esgrima exagerada dos filmes da antiga Sessão da Tarde dos anos 80, com clássicos como "Príncipe Valente", "O Escudo Negro de Falworth", "Zorro" com Douglas Fairbanks, "Robin Hood" com Errol Flynn, e "Os Três Mosqueteiros" com o eterno Gene Kelly, ou espadas mágicas em desenhos como "Thundercats", "He-Man", "Darkstar" e até obras de quadrinhos como "Camelot 3000". Transformava qualquer pedaço de madeira que caísse em minhas mãos numa espada invencível.

Minha jornada nas artes marciais começou a se tornar mais séria quando entrei no Instituto Niten, onde treinei sob a orientação do sensei Jorge Kishikawa. De lá, passei alguns anos na atividade recreativa de boffer swordplay e, mais recentemente, desde 2023, tenho me dedicado intensamente ao caminho da espada novamente.

Treinei também na escola Chien no Senshi, fundada pelo sensei João Martins, e sou autodidata em esgrima alemã (inspirada nos ensinamentos de Fiore dei Liberi), bem como em espada e escudo no estilo viking e medieval.

O que diferencia meu caminho é a abordagem menos ortodoxa que adoto para estudar essas artes. Não me prendo a rótulos ou formas específicas. Em vez disso, busco compreender e integrar técnicas de diferentes estilos, valorizando o aprendizado contínuo e a troca de conhecimentos entre tradições. Embora já tenha sido criticado por fugir do sistema rígido de algumas escolas, especialmente nas tradições europeias, acredito firmemente que não há limites para o que um ser humano pode aprender. Se Musashi estivesse vivo hoje, tenho certeza de que ele também buscaria dominar o escudo, a espada alemã e até mesmo o facão criolo.

Uma das coisas que mais me fascina é comparar diferentes estilos de artes marciais e observar as similaridades entre eles. Por exemplo, a postura waki-gamae no kendo é muito semelhante à postura de cauda longa ou portão de ferro na esgrima europeia. Essas comparações me instigam e me motivam a aprender cada vez mais.

No entanto, enquanto algumas posturas são semelhantes, outras técnicas diferem completamente. O trabalho de pés (footwork) é um ótimo exemplo dessas diferenças. No kendo, usamos o suri-ashi, um passo deslizante básico que proporciona estabilidade e rapidez. Na esgrima europeia, o footwork é mais variado e adaptável, focando em deslocamentos precisos e rápidos. Já na esgrima crioula, com facão e capa, utilizamos o jingado, um estilo mais fluido e rítmico, influenciado pelas danças locais.

Além das técnicas físicas, gosto de integrar filosofia em meus estudos de esgrima. Especialmente a filosofia estoica (inspirada por Marco Aurélio e Sêneca) e a pragmática (influenciada por Maquiavel). A meditação oriental, conhecida como moku-sô, também desempenha um papel importante em minha prática, ajudando a manter o foco e a clareza mental.

Minha jornada é uma busca contínua por conhecimento e entendimento das artes marciais. Ao deixar de lado as querelas entre estilos e escolas, acredito que podemos expandir nosso horizonte e nos tornar melhores praticantes e conhecedores da filosofia inerente à espada.

Espero que este texto inspire outros a seguir um caminho similar, buscando sempre aprender e crescer, sem se limitar a rótulos ou tradições específicas. Vamos juntos explorar o maravilhoso mundo da espada e suas inúmeras possibilidades!

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