- Apesar de
todos os estilos de Wushu você defende que nenhum estilo é superior ao outro?
- É nisso que eu acredito.
- Se é verdade, deixe-me perguntar: se não há
diferença no Wushu por que tantas competições?
- Eu acredito que não existe nenhum estilo
superior de Wushu. Todos que praticam diferentes estilos de Wushu teriam, naturalmente,
um nível diferente de habilidade. As competições revelam nossas fraquezas e
inflam o ego. Nossos verdadeiros inimigos somos nós mesmos.
Essa é provavelmente
a melhor cena de O mestre das Armas (Fearless, 2006). Ele trás, em poucas
palavras, várias lições poderosas e verdadeiras.
A primeira
delas é que não existe ninguém melhor do que ninguém. Nenhum combatente,
nenhuma arma, nenhum estilo, nenhum grupo é melhor que o outro. O que existem
são combatentes diferentes, armas diferentes, estilos diferentes, pessoas
diferentes, enfim, níveis de habilidades diferentes. E é justamente essa
diferença que faz a vida valer à apena. É a sua diversidade e não a sua homogeneidade
que faz da vida uma experiência única e verdadeira.
Outra lição que
devemos aprender e que pretendo carregar sempre junto ao meu coração é que é
nas competições que revelamos nossas fraquezas – físicas, mentais, espirituais,
morais, de todos os tipos – e que deixamos o nosso ego dominar a nós mesmos. O
meu maior inimigo não é o outro combatente. É a mim mesmo.
Quando vamos
treinar kenjutsu o sensei nos ensina a dizer sempre “Onegai-shimassu” antes de começar
a luta ou o treino com um colega. A expressão quer dizer “Ensine-me, por favor”.
E ao final da sessão as pessoas se cumprimentam com um “Arigatô Gozaimassu”,
que quer dizer “muito obrigado”. Por que
todo esse cuidado? Para evitar que o ego cresça. Para que a lição mais
importante passa ser compreendida: nós somos nosso maior inimigo.
Por isso da
próxima vez que você for treinar pare um pouco e perceba o que você esta fazendo.
Contra quem você está mesmo lutando?
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