terça-feira, 28 de julho de 2015

Você luta como uma menininha



Sabe, em vários lugares do mundo a expressão “como uma menina” é um termo pejorativo. Indica fraqueza, incapacidade, algo mal feito. É até mesmo um tipo de insulto. Insulta duplamente: como misoginia, comparando o que as mulheres fazem como algo fraco ou ruim e dando essas indesejáveis características (fraco e ruim) a outro ser humano. Deve ser uma das coisas mais preconceituosas que eu já ouvi na vida e um dos insultos mais imbecis jamais criados.

Pois bem, revendo algumas anotações que fiz das experiências do meu grupo de swordplay eu cheguei a conclusão de que lutar como uma menina é um elogio. E não é um elogio qualquer. É um elogio que eu reservo às pessoas que se mostraram verdadeiros combatentes, guerreiros indestrutíveis e incansáveis no campo de batalha. Gente que eu não hesitaria em ir para a batalha se estivessem do meu lado e que eu temeria enfrentar, caso estivesse no lado inimigo.

E por que eu digo isso? Bom, no meu grupo tem muitas meninas e a mais velha delas deve ter algo em torno dos 16 anos. E são todas, sem exceção, combatentes valorosas.  O que dizer da pequena Sara Yasmin (menos de dez anos de idade) que colocar medo em muito homem barbudo (eu incluso) com uma técnica de espada-e-escudo somada a uma mobilidade fenomenal. O que dizer da melhor lanceira que eu já conheci, a digníssima Maria Clara Fonts (que não tem nem 15 anos!), que além de lanceira uta como um pequena demônia da Tasmânia Loira. Mais uma é a pequena Graziela Vieira, que em campo de batalha age com estratégia e sabedoria, digna dos grandes generais.

Sempre que vou aos treinos e vejo qualquer uma delas lutando, dando o melhor de si, combatendo feito verdadeiras deusas da guerra sinto um calor no meu coração ao saber que a próxima geração de meninas não está nem um pouco mais fraca que a geração anterior.

Por isso, pense duas vezes antes de dizer por ai que alguém luta como uma menininha. Você pode estar fazendo um elogio certo á pessoa errada.



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