Sabe, em vários lugares do mundo a expressão “como uma menina”
é um termo pejorativo. Indica fraqueza, incapacidade, algo mal feito. É até
mesmo um tipo de insulto. Insulta duplamente: como misoginia, comparando o que
as mulheres fazem como algo fraco ou ruim e dando essas indesejáveis
características (fraco e ruim) a outro ser humano. Deve ser uma das coisas mais
preconceituosas que eu já ouvi na vida e um dos insultos mais imbecis jamais
criados.
Pois bem, revendo algumas anotações que fiz das experiências
do meu grupo de swordplay eu cheguei a conclusão de que lutar como uma menina é
um elogio. E não é um elogio qualquer. É um elogio que eu reservo às pessoas
que se mostraram verdadeiros combatentes, guerreiros indestrutíveis e incansáveis
no campo de batalha. Gente que eu não hesitaria em ir para a batalha se
estivessem do meu lado e que eu temeria enfrentar, caso estivesse no lado
inimigo.
E por que eu digo isso? Bom, no meu grupo tem muitas meninas
e a mais velha delas deve ter algo em torno dos 16 anos. E são todas, sem exceção,
combatentes valorosas. O que dizer da
pequena Sara Yasmin (menos de dez anos de idade) que colocar medo em muito
homem barbudo (eu incluso) com uma técnica de espada-e-escudo somada a uma
mobilidade fenomenal. O que dizer da melhor lanceira que eu já conheci, a
digníssima Maria Clara Fonts (que não tem nem 15 anos!), que além de lanceira
uta como um pequena demônia da Tasmânia Loira. Mais uma é a pequena Graziela
Vieira, que em campo de batalha age com estratégia e sabedoria, digna dos
grandes generais.
Sempre que vou aos treinos e vejo qualquer uma delas
lutando, dando o melhor de si, combatendo feito verdadeiras deusas da guerra
sinto um calor no meu coração ao saber que a próxima geração de meninas não está
nem um pouco mais fraca que a geração anterior.
Por isso, pense duas vezes antes de dizer por ai que alguém
luta como uma menininha. Você pode estar fazendo um elogio certo á pessoa
errada.
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