sábado, 12 de novembro de 2016

Quem não vive para servir não serve para viver.

Servindo...


Eu sempre gostei de lutas com espadas. Boa parte da culpa disso vem dos antigos filmes que passavam na sessão da tarde: atores como Errow Flinn, Tony Curtis, Douglas Fairbanks e tantos outros mantiveram acessa a chama da esgrima em mim.

Com o passar dos anos eu fui descobrindo que não existia apenas a esgrima europeia e me apaixonei pela esgrima japonesa. Lendo inicialmente as Tartarugas Ninja (Leonardo usava duas katanas) e depois passando para o desenho dos Thundercats (Hashiman, o samurai do terceiro mundo!) eu vim a me tornar fã de carteirinha da cultura japonesa. Não vou mentir: foi uma decepção, quando no auge dos meus doze anos de idade, descobri que palavra samurai significava “servo” ou “aquele que serve”. Foi um balde de água fria nos meus kiais.

De certa forma eu não tinha ainda maturidade para entender isso. E às vezes essa maturidade demora para chegar. Eu só fui aprender mesmo o significado de samurai quando, muito tempo depois de Leonardo e Hashiman, eu pus os olhos em Xógun: a fantástica novela de James Clavell.
Então eu descobri que não apenas o termo samurai estava certo como também tentei transpor para a minha vida pessoal algumas de suas práticas. Cheguei mesmo a praticar Kenjutsu e tenho algumas espadas samurai soltas aqui em casa.

E o que eu quero dizer quando o assunto é ser samurai, no swordplay? É brandir uma katana de espuma e fazer poses fodas depois de matar alguém? Bom, também é isso. Tem muito mais a ver com o seu interesse no esporte em si, no seu grupo, em como você trata os outros e em como você se comporta.

Ter o espírito marcial do samurai aplicado ao swordplay é trazer parte do que significa ser um samurai. O primeiro passo para fazer isso é a simplicidade. Simplicidade é dar um passo acima da complexidade. Simplifique sua prática no esporte. Fazer simples não significa fazer de qualquer forma. Torne o seu treino e a si mesmo mais leve, dispensando as rotinas, discussões e burocracias que não servem para nada. Simplifique e facilite apenas para ter mais energia e trabalhar ainda mais. Ao invés de carregas dúzias de espadas que você sabe que não vai usar no treino, leve apenas as de seu uso. Uma mochila leve ajuda a transportar um homem cansado no fim de um treino. Facilite as coisas sempre que puder, seja para você ou para os outros. Se você ver que o líder do seu grupo esta com dificuldade para organizar a galera, simplesmente dê um passo à frente e o ajude a fazer isso. Não espere o convite.

Se você não quer subir, ninguém pode te ajudar a subir. Essa frase foi dita por um antigo sensei de judô e hoje eu entendo o seu significado com perfeição. Para ser ajudado você tem que querer se ajudar. A motivação é interna, alguém pode te incentivar, educar, inspirar, mas tomar a decisão de subir é sua, somente sua, nesse sentido você é o único e total responsável pela sua vida. Você pode ir ao treino e ficar debaixo das árvores conversando sobre Pokemon Go (alguém ainda joga isso?), ouvindo K-pop ou pode simplesmente pegar seu equipamento e cair para dentro. A escolha é sua. Tome uma atitude e faça sempre o seu melhor.

Você não pode mudar as estações do ano, mas ode mudar como você age em relação à elas. Você não precisa gostar da atitude daquele amigo que é highlander, mas pode mudar sua relação com ele. Tente conversar com ele fora do treino, explique o que houve, tente dialogar. Se não funcionar tente outra coisa. E mais outra. E outra. Cedo ou tarde você vai descobrir alguma coisa que funciona.


Era isso gente. Boa semana para todos. 

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