segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Swordplay das Gringas!

Swordplay nos Estados Unidos: um jeito diferente de jogar.


O João Pedro Marques Rodrigues, membro da Draikaner – SP, está passando uma temporada nos Estados Unidos e resolveu procurar um grupo por lá. Ele encontrou um chapter do Aratari, do grupo Dagorhir, sediado na Virgínia do Norte. Então ele resolveu fazer um vídeo bem amador (nas palavras dele mesmo) apresentando as principais diferenças do swordplay de lá para o swordplay daqui. Dá uma bicada no vídeo. Ficou bom.

LINK: https://www.youtube.com/watch?v=psQV_IeIZOc

Uai Betão! Se você já mostrou o vídeo do cara, você vai falar do que? – pergunta uma menina simpática enfiada numa armadura samurai completa de eva azul.

O que eu quero fazer é uma rápida dissertação sobre as diferenças. Uma boa dose de achismo e alguns conceitos de segurança super proteção.

Como todo mundo sabe o swordplay brasileiro é uma derivação do swordplay americano. Este por sua vez surgiu na década de 1970. Nos primeiros anos do swordplay no Brasil as pessoas seguiram as regras americanas. Muitos jogadores antigos (cavaleiros dinossauros) lembram-se disso. Mas com o passar do tempo os jogadores brasileiros foram adaptando essas regras para as nossas necessidades. Hoje as regras brasileiras pouco lembram as regras americanas.

Uma das principais diferenças é que no Dagorhir o golpe válido é o que acerta primeiro, vindo do movimento do braço. É fácil perceber nos vídeos certo excesso de força, enquanto que em outros temos literalmente uma seção de “porradaria” grátis. Golpes na cabeça, rosto, nuca, seios, genitais não geram advertência. Isso acaba selecionando uma variedade de jogadores altos, fortes e corpulentos. Afinal, exige-se massa muscular para bater com o boffer com muita velocidade e força. A chance de alguém se machucar usando esse tipo de regras é muito grande. Favorece especialmente jogadores grandes e corpulentos. É difícil ver um magrinho ou um baixote jogando nesses vídeos gringos.

Técnicas dos manuais Johannes Liechtenauer (esgrima alemã), Flos Duellatorum de Fiore dei Liberi (esgrima italiana), Paulus Hector Mair, Joachim Meyer e Salvador Fabris passam longe dos campos Dagorhir. “Eles parecem mais interessados em bater com a espada como se ela fosse um porrete do que cortar como se ela tivesse lâmina de verdade” comentou comigo uma vez o antigo rei da Aliança de Belfort Juan Sebastian.    

Outro ponto é como eles lidam com as regras de desmembramento. Um golpe no braço inutiliza o braço que deve ser posto para trás na hora. Um golpe na perna faz com que você seja obrigado a lutar de joelhos ou com um joelho no chão. Em outros vídeos (recomendo o https://www.youtube.com/watch?v=EIcqcZjIRIg, no youtube) é possível ver o pessoal se jogando no chão, batendo os joelhos com tudo! Um pesadelo para mim, que tenho os joelhos bugados.

Tem muita gente que diz que o boffer swordplay praticando no Brasil é um faz-de-conta e que nos Estados Unidos tudo é muito “mais melhor”. Acredito que o que eu estou vendo aqui é a boa e velha síndrome de vira-lata, como diria Nelson Rodrigues. Nosso boffer swordplay é muito mais colorido e bonito do que o americano. Existe uma grande diversidade de estilos e construção de armas, roupas e armaduras. Muito mais gente estuda os manuais e os adapta do que lá. Além de haver uma grande preocupação com o bem-estar do outro. Preocupar-se com o outro nada mais é do que uma medida de ética. E daí que você não precisa bater com força? E daí que é proibido meter o boffer com tudo na cabeça do coleguinha?

Eu sempre acreditei que o Brasil era meio que os "borgs" de Jornada nas Estrelas. Pegamos o que os outros países têm de melhor, adaptamos para nossa Cultura e nossa realidade, e acabamos fazendo isso melhor que os criadores originais. Foi assim com o sistema bancário, cirurgia plástica, futebol... 

Sendo assim com o boffer swordplay, nós adaptamos aos equipamentos que utilizamos, montamos um sistema de combate mais bem dinâmico e seguro para os participantes aonde brutamontes, mulheres e pessoas mais fracas têm as mesmas chances de vencer.

Claro, há quem prefira o combate mais duro. A experiência do combate jamais vai ser mais completa se você elimina um dos principais alvos: a cabeça. Como que pode requerer mais habilidade se a atividade é mais restritiva? Muitos aspectos da arte marcial são facilitados, deixa de ser combate vira brincadeira. Mas para esses jogadores já existe uma modalidade: Softcombat é o nome da modalidade que estão procurando.

O ideal mesmo é perceber que nesta grande árvore que é o swordplay tem espaço para tudo e para todos. Você não é melhor do que eu por gostar de uma modalidade diferente da minha e com certeza eu não tenho direito de dizer que você é um chorão por não querer se machucar. Mas é certo que temos de fazer três coisas:
1 - deixar da síndrome de vira-latas; 
2 - dar nome certo àquilo que praticamos; 
3 - respeitar o jeito de jogar do outro. 



quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Dez dicas para melhor sua performance como jogador de swordplay em 2018

1 - CONTROLE VISUAL
Mantenha os olhos constantemente no campo de batalha e não deixe que os acontecimentos externos (fora do combate) interfiram na sua concentração. Nos intervalos entre uma partida e outra procure manter o foco no que você está jogando e na sua posição no campo de batalha.

2 – PRATIQUE OUTRAS ATIVIDADES FÍSICAS
Condicionamento físico não vence batalhas sozinho, mas um guerreiro cansado não luta com a mesma capacidade de alguém que está descansado. Desenvolva a resiliência praticando outros esportes. Vôlei, basquete, futebol, artes marciais, academia de ginástica, natação e até mesmo caminhada. Qualquer atividade física extra vai te fazer melhor. Experimente andar dois quilômetros por dia e no final de três meses veja como seu jogo melhorou.

3 – AUTO-CONHECIMENTO
Conheça a si mesmo e aprenda a reconhecer seus pontos fortes e fracos. Procure fortalecer os pontos fracos e refinar seus pontos positivos. O conhecimento do próprio corpo, sob pressão, é um ótimo aliado.

4 - RESPIRAÇÃO
Solte o ar no momento do golpe. Respirar profunda e pausadamente entre os ataques e defesas ajuda a relaxar e baixar a freqüência cardíaca, poupando energia e diminuindo o desgaste.

5 - LINGUAGEM CORPORAL
Procure passar uma imagem vencedora para o seu adversário. Não perca seus duelos por antecipação. Procure entrar em combate confiante da sua vitória. Mantenha um comportamento otimista. Afinal de contas, se você perder, poderá aprender muito com isso. O jogo só termina no último golpe, nunca antes.

6 - LIDAR COM ERROS
Errar é um direito de todo jogador, portanto não deixe que o erro, por mais infantil que seja, influencie nos próximos jogos. Não deixe transparecer para o adversário o quanto aquele erro te incomodou.

7 - PALAVRAS NEGATIVAS
Não faça uso de expressões ou palavras negativas, que diminuam você ou seus golpes, abaixem sua moral sua ou de seus colegas ou influencie na sua capacidade de lutar sempre, até o fim. Dizer coisas como “eu sou um lixo”, “eita time ruim” ou “eu sou um merda, meu irmão”, são excelentes armas para o seu adversário usar contra você. Não deixe que ele saiba disso.

8 - ATITUDES POSITIVAS
Tenha sempre atitude de um vencedor. Traga para si, as situações adversas como; torcida, adversários, sol, vento, piso, chuva, etc. O que parece ruim ou incômodo para você pode estar sendo bem mais para o seu adversário. Como diz o ditado: ¨Vento que venta aqui, venta lá também¨

9 - ALEGRIA E PRAZER
Tenha sempre um grande prazer em jogar. Pois esta possibilidade é uma dádiva divina que nunca deve ser menosprezada. Em um mundo de tantas impossibilidades, poder praticar um esporte é o sonho de muitos, mas realização de poucos. Lembre-se disso a todo instante.

10 - PERSISTÊNCIA E AUTOCONFIANÇA
Um campeão é alguém que persistiu um pouco mais e teve um pouco mais de autoconfiança. Pense nisso.

Bons jogos e até a próximo texto!

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...