Eu
tenho estado ausente deste blog. Peço desculpas aos meus 1d6+1 leitores. Mas o
mundo real chamou por minha atenção nos últimos meses e mesmo que eu tivesse
uma pauta razoavelmente interessante para escrever, me faltava tempo hábil para
tal.
Mas,
para começar a falar de tudo o que aconteceu no EBSB deste ano, eu preciso
retroceder no tempo.
Mas
se você não quer saber disso, vá rolando a tela até achar um paragrafo que
começa com a frase “Então é agora que eu começo a falar do evento”.
Pelo
menos um ano e uns meses quando o meu antigo grupo de swordplay, os cavaleiros
da virtude/eldhestar chegou ao fim. Eu estava conversando com o meu amigo Manassés
Cohen, o samurai judeu, sobre isso. Conversa vai e vem ficamos de montar um
novo grupo do Gama – a cidade que eu moro atualmente. Escolhemos o lugar e
começamos a fazer a divulgação. Contamos com a valiosa ajuda de Rhayra dos
Santos que nos trouxe nossos primeiros recrutas. Foi com poucos treinos do meu
grupo, sem nome ainda, que tivemos que tomar algumas decisões importantes:
seriamos filiados à Aliança de Beufort ou seríamos um grupo independente,
andando com nossas próprias pernas? Teríamos a estabilidade e o know-how de um
grupo estabelecido com mais de dez anos de estrada ou optaríamos pela liberdade
de dar forma a nos mesmos e seguirmos por nosso próprio caminho? Escolhemos a segunda opção e foi aí que a
minha vida – e minha relação com o EBSB – mudou para sempre.
De
repente, lá estava eu, sozinho, dando a forma que eu achava que o grupo
precisaria ter para crescer. Já tinha falado com grandes nomes do swordplay do
Brasil, pessoas que eu respeito e admiro como Juan Sebastian do Aliança e
Glauco da Magnus Legio. Então eu fiz o que todo professor sabe fazer: preparei
um planejamento daquilo que eu queria que o grupo se transformasse. Comecei
introduzindo os escudos aos poucos e depois as lanças. Depois passamos a adotar
a formação de hoplita – a mais completa, em minha opinião. Não apenas isso. Era a formação usada por
outro grupo que eu admiro muito – mas que tem uma injustificada má fama: os
cavaleiros da morte / death knights do Rio de Janeiro. Eu disse tem? Não tem
mais. Mas calma, que eu estou passando o carro na frente dos bois. Já, já eu
volto a essa questão.
Naquele
momento eu sabia que eu queria um grupo como o DK. Uma compacta formação de
hoplitas, bem oleada e que sabe trabalhar em equipe. Era isso que eu queria,
mas tinha coisas que eu não queria. Eu não queria aqueles escudos “porta de
frigobar”. Como historiador, preferi ficar com os tradicionais escudos gregos
redondos com um quê de escudos vikings – muitos dos meus jogadores são fãs da
série.
E
então começamos a trabalhar para fazer um escudo e uma lança para cada membro
do grupo. Depois disso treinamos exaustivamente as formações básicas de
hoplita: golpes, movimentação, formação.
Tudo isso para levar um time pequeno e funcional para São Paulo daqui a
dois anos. Eis que surge no horizonte o EBSB. A nossa grande chance de nos
apresentarmos. Seria o nosso cartão de visitas.
Então,
durante os dois meses anteriores ao EBSB eu fui pilhando o grupo com cada
pedaço de informação que eu podia garimpar do evento em si. Ia dizendo a eles: “Olha,
o pessoal do Tocantins vai trazer 15 pessoas. Do Tocantins! Não podemos fazer
feio! Você mora no DF e no entorno e, portanto, não tem desculpas para não ir”.
Ou então “Você não vai? Vergonha, vergonha, vergonha!” Acabou dando certo. Conseguimos
levar 36 pessoas para o evento.
Então
é agora que eu começo a falar do evento.
Não
era para irmos no sábado. Mas como eu ia bancar o cicerone de alguns grupos
como o DK e os Macacos eu coloquei dois malucos no Betão-móvel e tocamos para o
parque da cidade. Foi um dia maravilhoso de reencontros, batalhas e bate-papo
gostoso com amigos que se não fosse pelo swordplay eu jamais teria conhecido.
Meio a meu contragosto os meus meninos Thalles e Johnnie Walker se meteram nos
torneios. Eu parei para ver a luta do Walker com o Gabriel Carrusca. Walker tem
pouco mais de um ano de treino enquanto Carrusca tem pelo menos seis anos. Tava
na cara que o Carrusca ia ganhar – e ganhou.... mas foi por pouco. Mas não foi
isso que me chamou atenção. Foi o fato do Walker não ter precisado dos juízes
em nenhum momento. Ele acusou cada golpe que recebeu e saiu de lá como um
vencedor aos meus olhos. Mais tarde Carrusca e falou sobre a luta: “Foi uma das
melhores lutas que Eu tive lá. Não sei em que nível ele está, mas luta bem de
espada e escudo. Ele tem movimentos rápidos”.
Também
tive a oportunidade de no sábado mesmo treinar com algumas pessoas e saber do
infeliz incidente com a delegação dos Macacos. Numa atitude mais do que feliz a
organização do evento postergou os demais campeonatos até que eles chegassem. Aproveitei
para conversar longamente com o Richard Jorge do DK e fiquei muito triste em
saber como algumas palavras maldosas e críticas destrutivas afastaram alguns
membros do DK do evento.
E
quem teve a oportunidade de conversar com a pequena, mas competente, delegação
dos DK pode atestar, como eu também atesto, que as críticas são infundadas. Se
elas foram verdadeiras algum dia hoje não passam de “Fake News”.
Encontrei
o Daniel dos cavaleiros da Távola Redonda, a sua esposa Pandy e o seu ferreiro
Frederico Galheiro. Pessoas maravilhosas. Impressionado com o arsenal deles.
O
ponto alto foi a chegada dos macacos. Que grupo mais divertido. E habilidoso também.
O
dia das massivas começou devagar, com um sol de rachar o coco. Todo mundo
cansado do sábado. Mas eu não reclamei
nenhum momento. Todo mundo sabia que a semana tinha sido toda chuvosa, com
tempestades e o escambau. O sol era mais que bem vindo.
O
meu grupo foi chegando aos poucos. Fizemos a última checagem nas armas e mandei
todo mundo lutar. Ficar sentado era para gente velha como eu.
No
fim as massivas foram incríveis. Os juízes fizeram o possível e os líderes de
clã brilharam colocando ordem em suas hostes. Lindo ver a habilidade do Romulo
do Alamut com o arco ou ver o desempenho impecável do Luiz Felipe com seus
sabres de luz que faziam barulhinho.
Mas
nem tudo são flores, abraços e lutas divertidas. Algumas regras da organização
como a de cobrir totalmente o cabo das lanças para que se parecessem mais com
armas reais (sem mostrar o cano pvc) só deram prejuízo. Eu entendo que “em roma
como os romanos” e que se eu aceitei as participar do evento eu aceitei suas
regras, mas acho que essa poderia ser revista.
Vou
encerrar esse relato com a frase do Cezar, um dos meus meninos: “O EBSB, pra
mim, serviu como um motivador. Ver tanta gente engajada e se esforçando, mas
sem perder a camaradagem, pessoas habilidosas num nível que eu nunca pensei.
Tudo isso me fez ter vontade de melhorar
e treinar cada vez mais, a minha vontade depois do EBSB, é de trazer cada vez
mais pessoas pra dentro do esporte”.
É
isso gente. Nos vemos de novo em 2020!
PS: não tem fotos. Eu estava ocupado demais me divertindo para tirar fotos.
Adorei o relato Betão! Lindas palavras .senti emoção ao lê-las. Novamente obrigada por ser quem tu és essa pessoa maravilhosa!
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ResponderExcluirEi, o Fred é apenas meu assistente anão na forja a Ferreira sou eu kkkkkkkkk enfim foi um prazer imenso finalmente conhecer os lordes de ferro, todos demonstraram ser extremamente honestos divertidos respeitosos e engraçados uns amorzinhos
ResponderExcluirahahah é isso ai betão!!! foi muito bom tê-los no evento tbm!! que possamos fazer amistosos mais frequentes!! Espero que todos tenham gostados e vamos nos organizar melhor para a próxima edição!!
ResponderExcluirVida longa ao swordplay