domingo, 4 de novembro de 2018

Swordplay para deficientes

Um colega meu sugeriu que eu fizesse um texto abordando as reais possibilidades do swordplay servir para pessoas com deficiência. 
Eu achei um tema bastante interessante, apesar de no momento da sugestão eu não ter qualquer subsídio para desenvolver uma ideia minimamente adequada. Então eu fiz como qualquer pesquisador que tem um assunto novo em mãos faz: saí em busca de pesquisas. E nada melhor para me ajudar do que profissionais que trabalham com pessoas com deficiência. Levei algum tempo para contactar todas as pessoas que eu queria e fazer as pesquisas necessárias para me sentir à vontade para escrever essas mal traçadas linhas. Devo admitir também que o resultado final talvez não seja o que você está esperando. Mas acredito que como ponto de partida o texto cumpre a sua função. 
A grande questão aqui é a adaptação do Esporte e suas regras para pessoas com deficiência. O melhor exemplo que eu posso pensar é o futebol de salão para cegos. Existem regras especiais para essa modalidade: bola com Guizo, plateia em silêncio, goleiro capaz de enxergar, mas usando venda nos olhos...
A mesma coisa pode ser feita com swordplay. Basta adaptar colocando guizos nas espadas, vendando os adversários que porventura não possuam deficiência visual. 
Mas e quando é a deficiência não trabalha com um dos sentidos? E se é uma deficiência motora? Uma pessoa que perdeu a mão ou que usa uma prótese na perna? 
A explicação mantém-se a mesma: a pessoa pode e deve utilizar equipamentos adaptados para a sua condição. Existe um grupo de recreação Histórica viking no Brasil em que um dos participantes não tem uma das mãos. Isso não impede que ele use um escudo amarrado ao braço ou que seja extremamente perigoso e ameaçador usando uma espada ou o machado na sua mão hábil.
Com a questão da prótese basta colocar por cima dela uma armadura ou peça de armadura que a torna imune a golpes. Devemos lembrar que neste caso específico a proteção adequada da prótese é indispensável. Muitas próteses foram feitas para suportar o peso do corpo e caminhar mas não foram feitas para receber golpes laterais com espadas de espuma. Neste caso mais do que nunca o cuidado com o outro é indispensável. 
Se o seu grupo não trabalha com regras de Armadura vale a pena dar uma olhada nas que estão na página do pessoal da Gladius swordplay.
No fim das contas tudo se resume a duas coisas: vontade de inclusão e adaptação das regras. É óbvio que uma pessoa cega não poderia ir para uma linha de batalha massiva como a que temos no encontro Paulista de swordplay. Mas isso não deveria ser empecilho para qualquer pessoa participar e se divertir com a nossa modalidade favorita. 

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