terça-feira, 21 de maio de 2019

Revisitando as armas de arremesso

Em 2016 eu escrevi um artigo chamado “armas de arremesso” em que eu discorro a respeito do assunto. Três anos mais tarde a minha opinião e visão de vida sobre o assunto mudou e me vejo na obrigação de reescrever aquele texto. Então, se você preferir, pode chamar essa versão aqui de “versão 2.0 melhorada e não necessariamente ampliada”.

Arma de arremesso é qualquer arma que tenha sido preparada especificamente para ser arremessada (arremetida, jogada ou disparada) em algum alvo ou oponente. As primeiras armas de arremesso que se têm notícia são as pedras usadas por homens pré-históricos. Com o passar do tempo o nosso arsenal aumentou muito: lanças, facas, adagas, setas, dardos, machadinhas, shurikens, bacamartes, pistolas, mosquetes, rifles... bom, já deu para você ter uma ideia. Algumas dessas armas são icônicas e despertam a curiosidade das mais diversas culturas mundo à fora. Outras entram na moda por serem icônicas de alguma série ou desenho, como as kunais de Naruto. Até mesmo armas que nos parecem exóticas como o bumerangue ou o dardo de zarabatana são reverenciadas como prova de que o primitivismo de nossos antepassados não tem nada a ver com falta de inventividade.

No nosso mundinho do swordplay as armas de arremesso estão longe de produzir qualquer coisa que não seja a mais intensa discórdia. Pouco é o consenso envolvendo essa peça. Quando abordei sobre o tema inicialmente, pude perceber que existem três vertentes mais ou menos básicas e abrangentes sobre o assunto: os de uso livre, os de uso restrito e os de uso proibido.

Nos grupos de uso livre as armas de arremesso existem, são permitidas e até incentivadas. Armas de arremesso são vistas como parte eminente do combate: arcos, bestas, nerf guns (desde que se pareçam com armas antigas), adagas de arremesso e até shurikens e kunais (as famosas estrelinhas ninja). Nestes grupos qualquer pessoa pode empunhar uma arma dessas e as regras normais de penalidade por acertar áreas proibidas continuam valendo. Exemplo de grupo: Os Lordes de Ferro, na cidade do Gama. É isso mesmo, o meu grupo!

A principal diferença que encaramos é que as armas de arremesso com regras diferentes. Temos regras para arcos e bestas e regras para adagas e outras coisas. Arcos e bestas se comportam como sempre se comportaram. Onde pegar, causa dano e se pegar em áreas proibidas gera penalidade. Novidade zero por aí.  

A regra muda substancialmente quando falamos de adagas de arremesso, kunais e shurikens. Enquanto a arma está na sua mão ela se comporta como uma arma normal, mas quando você a arremessa, ela passa a causar apenas 1 ponto de dano, independente de onde acerte (desde que seja área válida). Então você pode levar uma adaga de arremesso no meio das costelas e continuar lutando numa boa, desde que você tenha pontos de vida o bastante.

Armas de arremesso só podem ser recuperadas no fim da rodada ou com a morte do seu portador.

Outros grupos entendem as armas de arremesso como de "uso restrito" mas seu uso é restrito (dã... momento Homer Simpson). Normalmente estão reduzidas apenas a arcos e flechas, e mesmo nestes casos apenas lutadores com alguma experiência podem usufruir delas. Mesmo assim, as armas sofrem um handicap: a sua calibragem é reduzida e a as cabeças das flechas recebem cobertura acolchoada especial para reduzir o dano potencial causado por uma flecha. Exemplo e grupo: Aliança Beufort – DF. Se bem que a Aliança vem permitindo, depois de muito tempo, algumas armas de arremesso.

Nos grupos de uso proibido as armas de arremesso simplesmente não existem. Nem mesmo um simples arco e flecha. As armas desse tipo são terminantemente proibidas ou banidas inteiramente. Atualmente eu desconheço grupos com essa restrição.

Como todo mundo sabe o Swordplay é um esporte de conato. Ele envolve acertar os outros com armas feitas de espuma e mesmo com todas as normas de segurança, acidentes podem acontecer. Não é incomum que um golpe mal calculado acerte áreas proibidas (cabeça ou genitais), que se exagere na força, que haja trombadas entre jogadores, além de torções, quedas, arranhões entre tantas outras coisas nem um pouco agradáveis.

Assim sendo eu acredito que a segurança deve vir sempre em primeiro lugar. Nada deveria ser mais importante do que isso. Por isso eu invisto pesadamente para que todas as armas do reino sejam macias e bem fofinhas, dificultando a possibilidade de causar dano real. Mas mesmo com todo o cuidado acidentes acontecem.

Nunca vou esquecer quando o Juan Sebastian (ex-rei da aliança) foi a nocaute instantâneo por conta de uma flechada que pegou na orelha dele. Vale lembrar que  o Juan é uma colina de uns 100 kg e foi ao chão! Imagina se pega numa pessoa que está passando por aí, sem ter a menor noção do que é swordplay? Essa deve ser uma preocupação de qualquer grupo que se propõe a usar armas de arremesso.

As nossas armas de arremesso (fotos) são muito leves e “pequetuxas”. Duvido que causem dano real em alguém. Estamos todos os treinos melhorando nosso entendimento dessas peças.







E no fim? Bom deixo essa decisão para você, leitor. É você e seu grupo que devem decidir se vão usar ou não, com as regras que achar melhor.  Eu recomendo o uso, desde que o seu grupo esteja de acordo e conheça as regras. 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

A amazona e o Matsuri


Esse terceiro final de semana de maio de 2019 foi bem movimentado para a galera dos Lordes de Ferro. No sábado tivemos o já tradicional evento do Matsuri, no Centro Interescolar de Línguas, na cidade do Gama e no domingo tivemos a primeira edição do Amazona de Ouro, competição voltada exclusivamente ao público feminino. Ainda “ressacado” pelo trabalho nos dois eventos vou tentar fazer um relato sucinto do que aconteceu nos dois.

Matsuri: ano dois. Dessa vez estamos preparados.
No ano passado fomos convidados pela sensei Veryanne Couto para fazer parte do hall de atrações do evento, trazendo um pouco de ação com nossas batalhas campais. O primeiro ano fomos pegos desprevenidos pela quantidade de pessoas que assolou o nosso estande, como pode ser visto na postagem “Relato do evento do 6º Matsuri no Cil Gama (21/05/2019)”. Fomos literalmente tomados por um tsunami de otakus enlouquecidos em busca de usar jutsus e se baterem com espadas de espuma.

Dessa vez estávamos preparados. Preparamos um arsenal especialmente para o evento e mudamos a nossa localização para perto do auditório. Se ficamos mais escondidos em relação ao ano passado também ficamos mais protegidos. Sombra o tempo todo e um espaço bem bacana para expor as armas. Um adicional extra é que tivemos acesso a um privilegiado espaço não utilizado na unidade do CIL: uma área de horta desocupada que serviu de arena para grupos maiores.

Ao contrário do ano passado, desta vez cobramos pelo uso das espadas e fizemos registro de quem as usava. Isso diminuiu – e muito – o tsunami de cosplayers do Naruto que queria simplesmente destruir o equipamento. Saldo final? Grana o bastante para comprara vários rolos de silvertape (na verdade três ou quatro), jantar de pizza para todos os participantes do estande e menos de três espadas seriamente avariadas. Se me perguntar, foi um sucesso.

A tabela de preço:
Duelo x1 – R$2,00 (melhor de três)
5 minutos de porrada (sem perder a amizade) – R$ 3,00
30 minutos (só para quem tem coragem) – R$10,00
O dia todo (vai e volta quantas vezes quiser) – R$15,00
Ano que vem teremos mais!

Em busca da mais forte.
No começo de 2019, com o intuito de incentivar e valorizar a participação das meninas no grupo dos Lordes de Ferro, começamos a organizar uma competição chamada Amazona de Ouro, que premiaria melhor combatente do grupo.

Foram cinco meses de muito preparo e treinamento que culminaram com uma competição que reuniu as oito mais corajosas guerreiras. Sei que oito não parece um número muito grande à primeira vista, mas é um grande feito se tratando do Distrito Federal. As competições foram divididas em três modalidades: arma favorita, lança e arco e flecha.
Num espírito super esportivo as meninas deixaram de lado a figura dos juízes, arbitrando elas mesmas suas próprias lutas com honradez e verdade. Uma coisa quase que impensável em qualquer outro tipo de modalidade esportiva. A câmera filmando era apenas para lembranças e não para ser usada como VAR.

As competições de arco foram de longe as mais divertidas e que tiveram mais interação da torcida. Cada flecha disparada parecia que era um chute a gol. “Rusha em cima dela, rusha”, gritava a torcida quando uma das meninas estava de arco armado e corria na direção da adversária. “Errou!”, com direito a sotaque de Fausto Silva quando a flecha passava longe dos alvos pretendidos.

A estrutura foi montada para que cada menina enfrentasse todas as outras pelo menos uma vez dentro das competições. Vitórias somavam 3 pontos, empates 1 ponto e derrotas 0. Ao final Rivca Rocha (Caska) tirou primeiro lugar, seguida de perto (apenas três pontos de diferença) por Jéssica Souza (Cabelo de fogo) e  com a Janaína Stephany (Linfër) em terceiro lugar.

Nem tudo foram flores, no entanto: duas competidoras não conseguiram chegar à tempo no campo de honra e foram desclassificadas. Uma delas chegou às 15:10 e a outra às 15:30, mas o tempo limite era as 15:00 horas.

“Puxa Betão, não dava para abrir uma exceção?”

Não. Quer dizer, eu poderia, claro, mas preferi me manter com as regras. Se fosse um concurso público, competição oficial ou vestibular elas teriam sido eliminadas. Sei que é uma lição dura, mas é uma lição que todos tempos que aprender. Outro ponto a destacar foi a baixa adesão de outros grupos. Do Alamut nenhuma menina veio competir (Yukki, estou olhando para você!), da Távola Redonda também não (eu sei Pandy, concurso público em primeiro lugar! Espero que você tenha passado!). Vai ver o Gama é longe demais. Eu entendo isso.

A Aliança mandou duas guerreiras muito corajosas: Giovana Campanaro e Isabela Campanaro (gêmeas!) que abrilhantaram a nossa competição.  Sou muito grato demais a elas.

E no fim? No fim foi uma grande brincadeira, onde todo mundo se divertiu e curtiu. Esse é o nosso espírito, é assim que fazemos as coisas. E agora? Agora é relaxar que semana que vem começam os preparos para o Cavaleiro de Ouro. Competição masculina. Sim senhor. 

Até lá.  

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Explicando os testes de graduação


Olá pessoas

Testes de Graduação
Muitas pessoas têm questionado a respeito dos testes de graduação dos Lordes de Ferro, já que praticamente todos os vídeos no nosso canal falam sobre isso. O que? Você não sabia que o Swordplay do Betão tem um canal no youtube? Cara, não perde tempo e vai dar uma pesquisada lá. Pesquisa sobre Lordes de Ferro, se inscreve e depois volta aqui? O que? Já conhece o canal ou já é inscrito? Boa leitura então.
Como eu ia dizendo, muita gente tem perguntado a respeito dos nossos testes de graduação. Como é que funciona, o que é testado, quem pode fazer, o que é que se ganha com isso... bom para responder essas questões eu preciso buscar ajuda no nosso Manual de regras 2019.
Para entender a graduação primeiro é preciso entender os ranks que temos nos lordes de ferro. Os mais simples são: Hospes, Libertus, Militis, Seriont, Magister, Phallanx e Rei.
Hospes são visitantes. Membros de outros clãs que estão visitando o reino. Podem usar seu equipamento pessoal, desde que o possua, ou usufruir do equipamento coletivo do clã. 
Libertus são membros recém-chegados ao clã. Podem usar seu equipamento pessoal, desde que o possuam, ou usufruir do equipamento coletivo do clã. Libertus têm preferência na escolha do equipamento.  
Militis são membros novos que ainda estão aprendendo o básico sobre combate, equipamentos e suas combinações. Para ter este Rank é preciso ter a ficha de inscrição preenchida e se atentar as obrigações com o clã. Pode usar seu equipamento pessoal, desde que o possua, ou usufruir do equipamento coletivo do clã.  É obrigatório que o militis confeccione sua bata própria o quanto antes. Os militis só podem usar equipamento padrão do reino.   
Seriont são membros que completaram o treinamento básico como Militis e deseja ascender dentro dos ranks dos lordes de ferro. O membro que se torna Seriont deve se preparar para compor a elite do clã, sendo parte do grupo de jogadores aptos a representarem o clã em eventos e atividades extra-clã. Para que o membro se torne Seriont o mesmo deverá possuir uniforme e equipamento próprio, além de passar num teste.  O Seriont só pode usufruir do equipamento coletivo do clã depois que todos os militis, libertus e hospes tiverem escolhido seu material. O seriont tem direito de possuir um equipamento especial fora dos padrões do grupo (escudo de formato diferente ou arma com até 20% acima do tamanho permitido). Apenas Serionts (e ranks acima deste) podem ser convidados para fazer parte das famílias do reino.  
Todos os testes apresentados até agora são de Militis que passaram para Serionts. O teste não é obrigatório. Na verdade a estrutura do reino foi pensada para que qualquer um possa se divertir, e muito, sem nunca sair do posto de Militis. As vantagens de Seriont nem são tantas assim: pode representar o reino em eventos fora do reino,  podem usar um equipamento diferente ou um pouco mais longo e podem ser convidados para fazer parte das famílias. E por que uma pessoa se tornaria um Seriont? A partir deste ponto você pode ajudar muito mais o reino. O Seriont é  a porta de entrada para você montar sua própria família ou ajudar o nosso reino a crescer.

E como funciona, finalmente, o teste?
Ele é dividido em duas etapas. Uma prova de combate e uma prova teórica. Na prova de combate analisamos a técnica do membro e como ele se comporta. É um teste de resistência uma vez que ele luta contra guerreiros mais habilidosos e descansados, enquanto o postulante ao cargo não tem direito de descansar. O que queremos ver mesmo é a resiliência do membro, a sua capacidade de seguir apanhando, lutando sem descanso, respeitando as regras do esporte, sem desistir. Durante o teste você pode ser provocado a desistir. É nele que convidamos o membro a encarar seus limites e superá-los.
A prova teórica acontece após a prova de combate, para não dar tempo do membro descansar. Com o corpo ainda agitado e inundado de adrenalina ele deve responder corretamente questões sobre o nosso Manuel de regras, cum uma boa margem de acerto.  São de três a cinco perguntas. Ele precisa ter pelo menos duas respostas certas para cada resposta errada., menos do que isso e o membro é reprovado.
Por envolver uma estrutura dispendiosa de recursos humanos, os testes só ocorrem uma vez por mês. Você pode fazer o teste quantas vezes quiser.
No fim das contas o teste ajuda apenas a medir a força, a coragem a resistência e a habilidade de cada postulante. Sobre o seu caráter, veremos no decorrer dos treinos porque os Serionts são muito mais cobrados que os Milits quando o assunto é seguir as regras do grupo.

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...