domingo, 12 de abril de 2015

Aprenda a ouvir o que seus amigos têm a dizer.

Eu sou um cara grande. Pouco mais de 1,90m de altura e 120kg. Nada realmente atlético, mas para mover essa montanha de carne e ossos eu preciso de alguma pujança física. Nada realmente fora do normal, mas eu posso ser considerado um cara de força compatível com o meu tamanho. Sendo assim quando eu estou treinando uma das minhas maiores preocupações é com a força dos meus golpes. Não pode ser fraco demais ou o outro cara não vai sentir. Mas também não pode ser forte demais se não o outro cara não apenas vai sentir, como vai se machucar também.

No treino passado (11/04/2015) eu dei um golpe na lateral de um lanceiro. O golpe acerou no mesmo momento em que o lanceiro me abraçava e me golpeava com uma adaga nas costas (manobra típica de lanceiro). Logo após o golpe fui checar com ele se estava tudo bem, e ele reclamou que o golpe tinha sido muito forte. Achei estranho, já que eu não tinha batido com mais força que o habitual. Noutra oportunidade acertei outro lanceiro pelas costas, apenas uma estocada de leve, aproveitando que ele estava distraído. Mais uma vez a reclamação do excesso de força. Comecei a ficar preocupado que o problema poderia estar na minha arma e não em mim.

Estava usando a minha german longsowrd, uma espada de duas mãos com 1,30m de comprimento do pomo à ponta (tem 1m apenas de lâmina), e depois de conversar com um colega sobre ela chegamos a um diagnóstico interessante: o espaguete de espuma encapado entre a silver tape o cano de PVC estava solto. Todas as pancadas que a espada tinha tomado ao longo dos últimos treinos tinham descolado uma das seções da ponta da arma. Daí quando eu girava a arma e batia em alguém o cano da arma “chicoteava” no colega de treino, machucando-o. Imediatamente mudei de arma, para a minha viking sword (espada de uma mão e meia, com 98cm de comprimento e lâmina de 78cm) e o resto do treino correu perfeitamente, sem qualquer acidente.

Os pontos chaves desse post são dois: manutenção constante das armas (que vai além de reparar os rasgos de silver tape) e se comunicar bem com os colegas. Ouvir o que eles têm a dizer. Se disserem que você está batendo forte, que você não está aceitando os golpes, ou que você não está seguindo alguma regra, escute o que eles têm a dizer.

Só para que fique claro ao chegar em casa desmontei a german longsword e percebi que nosso diagnóstico estava certo. Ao invés de apenas reparar a espada resolvi jogar a espuma encapada fora e refazer a espada toda. A espada renovada ficou um pouco mais pesada, mas bem mais macia.



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