quarta-feira, 1 de abril de 2015

Swordplay Seguro

Segurança acima de tudo


Existem preocupações constantes na mente de todas as pessoas que praticam esportes de conato: fazer uma boa partida, não se machucar, treinar duro, fazer o fairplay, ser um membro valioso da equipe, entre tantas outras. Uma das minhas maiores preocupações quando o assunto é o Swordplay é justamente com a segurança. A minha e a dos outros participantes.

Como você sabe o Swordplay é um esporte de conato. Ele envolve acertar os outros com armas feitas de espuma e mesmo com todas as normas de segurança, acidentes podem acontecer. Não é incomum que um golpe mal calculado acerte áreas proibidas (cabeça ou genitais), que se exagere na força (já vi armas de cano branco para água quente serem despedaçadas), que haja trombadas entre jogadores (eu mesmo trombei com um colega no último treino, o que o levou a nocaute instantâneo), além de torções, quedas, arranhões entre tantas outras coisas nem um pouco agradáveis.

Por isso, acredito que na esfera das prioridades de qualquer grupo sério, a segurança deve vir sempre em primeiro lugar. Entendo perfeitamente que quem pratica Swordplay quer ter a noção do que era empunhar armas e armaduras de antigamente; sentir na pele o que é brandir uma espada contra um oponente habilidoso. Mas isso não pode ou não deve se ficar acima da idéia de segurança. Fico preocupado com grupos e discussões onde as pessoas usam materiais mais duros para confeccionar suas armas sob a alegação de que assim elas ficam mais bonitas e realistas. É claro que uma espada cortada a partir de lâminas de tatame será muito mais firme e terá um acabamento melhor. Mas também será mais pesada, de manejo mais complexo e potencialmente mais perigoso.

Da mesma forma, cada vez fica mais firme em mim a idéia de que armas de arremesso (qualquer tipo) devem ser deixadas de lado. Sei que nas guerras antigas um pelotão de arqueiros fazia toda a diferença num campo de batalha. Mas o Swordplay não é um combate de verdade. É uma simulação fantástica de um combate. Ora, num combate de verdade machados partiriam escudos com facilidade. Como o mesmo não ocorre com o Swordplay. Vai ver por isso temos poucas pessoas que se dedicam à nobre arte de brandir um machado enorme de duas mãos. Num treino passado vi um colega brandir um arco. Uma das flechas acertou em cheio na orelha de outro jogador. Resultado: nocaute instantâneo e o som de “telefone ocupado” durante um bom tempo na cabeça do colega.

“Mas foi um acidente!” vai comentar alguém. Claro que foi! Eu não imagino que alguém vá fazer uma coisa dessas de propósito. Mas o fato é que a arma de arremesso contém em si um perigo eminente que não pode ser desprezado. As chances de sair alguma coisa errada são muito grandes: uma flecha perdida pode acertar uma pessoa ou animal que por ventura esteja passando pelo local do treino. O Juan (o cara que foi abatido com uma flechada na orelha) deve ser uma montanha de uns 130 kg e foi ao chão! Imagina se isso pega numa criança pequena, numa mulher grávida, num velhinho... E mesmo que o local do treino seja particular, sem transeuntes, o que impede a flecha de acertar com tudo algum lugar que não deveria?


A grande lição é ser cuidadoso gente.  

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