Digno
Quando estava na faculdade de
História tive uma professora muito rígida. Ela era uma excelente professora,
não me entenda mal, mas era rígida como uma barra de aço. Eu me lembro que a
primeira frase que ela me disse quando nos conhecemos foi “se você faltar mais
alguma aula eu vou reprová-lo por faltas”, ao que eu respondi “pois aproveite bem,
pois essa será sua ´única chance de me reprovar”. Mesmo com algumas rusgas
ocasionais entre nós eu aprendi a admirá-la e respeitá-la, não apenas como
profissional, mas também como ser humano. No fim do ano já éramos amigos. Por
meu intermédio ela ficou conhecendo os livros da minha mãe. Acabaram amigas. Anos
mais tarde minha mãe comentou comigo que tinha recebido carta dessa professora
em especial. Na carta ela me descrevia como uma “um homem bom e digno”.
Eu já recebi muitos adjetivos na
vida, mas esse foi um do que me marcou muito. Eu era, na opinião de uma das professoras
mais competentes que eu já tinha conhecido, uma pessoa digna.
“E o que isso tem a ver com
swordplay?” pergunta aquele rapaz com armadura negra, correntes e lentes de
contato branca. Que para falar do que aconteceu no EBS desse ano eu preciso
falar de dignidade.
Digno é aquele que é Honesto; que expressa decência. Honestidade é
o que o evento transpareceu, mesmo que não tenha cumprido tudo aquilo que se
propôs a fazer. Honesto foi o que foi feito da forma que foi feito; se não a
melhor forma possível, a melhor forma para o momento. Faltaram coisas, é fato,
mas muito do que faltou foi compensado com boa vontade, sorrisos e a vontade
tremenda de fazer dar certo. Trabalho honesto é uma forma de determinar o que
foi feito pelos organizadores do evento. Digno de melhoras para os anos que se
seguirão.
Digno também é aquele que é Merecedor; que merece admiração. Como o
pessoal do DK, que comprou a ideia do evento e se aventurou para fora do Rio de
Janeiro para bater espadinhas comigo e com meus compatriotas de PI30 e fibra de
vidro. Merecedores de todos os louros de vitória que nenhuma competição pode
trazer. É de gente assim, destemida que se faz um hobbie como o swordplay. E também
são merecedores de um sincero pedido de desculpas por minha parte. Sei que
palavras não podem apagar o que houve, mas ações sim: saibam que vou fazer tudo
ao meu alcance para que fatos como aqueles nunca mais se repitam. E Gêge, você só
acertou quatro de vinte no desafio, ok? Igualmente
Digno foi o pessoal dos "Star Warriors" e mandar um abraço especial a
todos os "Protetores da Cachoeira do Makka-Kuh" - TO que vieram
contribuir com o crescimento do nosso evento e também garantir que
retribuiremos a visita. Vocês lutaram com muita coragem e dignidade na linha da
massiva. A coragem de vocês me inspirou.
Digno é aquele que é Apropriado; que é conveniente. Digno é o Rei
Juan Sebastian, líder da Aliança de Beufort (se estiver grafado errado vai
ficar), que se desdobrou como ninguém para tentar apagar os incêndios que
apareceram quando as coisas esquentaram; que correu como um louco tirando os “gatinhos
presos em árvores” que apenas um evento daquele tamanho pode trazer. Também Digno
é o Mestre Lukão, que manteve o Alamut unido e longe de encrencas.
Digno que é aquele que é Decente; que tem bom caráter; de boa
conduta; que demonstra dignidade: todos os swordplayers que defendem o lema de
H’s da Aliança: Humildade, Honra e Honestidade. A vocês, Cavaleiros da Virtude,
Cavaleiros de Nova Ibelin, Grifos de Prata, e todos os Mercenários meu muito
obrigado.
Não foi o evento que eu queria,
mas foi um grande aprendizado. Que venham os próximos.
PS: teve também o “Blind Ear”, valendo
um livro. Noutra postagem eu falo sobre isso.
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