quarta-feira, 29 de março de 2017

Vantagens de Usar... um escudo

A leitora juliana dantas de mello julianadragonfire@gmail.com mandou o seguinte e-mail:
Olá professor, gostaria de receber algumas dicas sobre escudos, como usar, vantagens e desvantagens enfim, pois eu sou iniciante no SwordPlay.
Desde já agradeço,
Juliana.

Eu é que agradeço pela oportunidade de estudar mais a respeito de minha arma de escolha. 

Escudeiro, defensor, tanker... Muitos são os nomes atribuídos àqueles bravos combatentes que escolherem como arma o conjunto “escudo e mais alguma coisa”. Desde os antigos hoplitas gregos, os selvagens vikings, os destemidos cavaleiros medievais e passando pelos selvagens guerreiros zulus, a combinação espada e escudo só foi historicamente superada pela confecção de novas e melhoradas armaduras e pelo desenvolvimento de potentes armas de fogo. Mas engana-se quem pensa que são coisas do passado. Tropas de choque e polícias do mundo inteiro combinam o tradicionalismo do escudo com técnicas modernas, fazendo desta ferramenta um item indispensável mesmo nos dias de hoje.
A combinação de espada e escudo vem sendo usada através dos séculos. A espada é normalmente a primeira arma que se tem contato quando uma pessoa começa a praticar swordplay, mas quando esta mesma espada é colocada lado a lado com o escudo, temos uma força de combate que não pode ser subestimada. E acredite quando eu digo, que apesar de sua popularidade, não existe nenhuma lei obrigando você deve usar “escudo com espada de uma mão”. A espada é muitas vezes a escolha ideal para ser usada com o escudo, justamente por conta de sua versatilidade.

Então, o que é que tem de tão bom sabre carregar um escudo? Bom, para começar ele dá a você uma defesa incrível. A maior vantagem de usar um escudo é, sem dúvida, a proteção adicional que ele proporciona. Um escudo funciona como mais um obstáculo para dificultar que o seu oponente possa vencer suas defesas e acertar o seu corpo. Essa proteção é muitas vezes passiva: basta que se posicione o escudo frente ao atacante para se obter seus resultados.

Com um escudo você não precisa mais gastar energia se esquivando ou defendendo ataques com a sua arma principal. Você pode simplesmente bloquear o ataque com o seu escudo e contra-atacar com a sua espada. O escudo vai te dar uma vantagem sobre todos os usuários de armas de uma mão, como machados, espadas e maças. Além do que você vai ser um alvo muito mais complicado de ser atingido por armas a distância, como dardos, flechas, adagas de arremesso, azgaias, etc. E, se as regras do seu grupo assim permitirem, você pode por o escudo à frente e partir correndo na direção dos seus inimigos fazendo um autêntico ataque de carga.   

Claro que você tem que considerar várias coisas, além de simplesmente colocar um escudo na sua frente. Características como tamanho do escudo, formato, estilo de luta também devem ser levados em consideração. Os romanos, por exemplo, usavam escudos que mais se pareciam portas de geladeira, junto com lanças para combater à média distância. Mas no combate de corpo a corpo era o gládio a arma escolhida. Era o mesmo com os gregos. Já os cavaleiros medievais usavam o escudo em conjunto com sua famigerada espada média, numa combinação historicamente vencedora.

E as desvantagens? Bom, independente do estilo de luta escolhido, o escudo tira um pouco da sua movimentação. Um defensor jamais vai ter as mesmas chances de se mover com rapidez no campo de batalha como um lanceiro ou uma pessoa portando apenas uma espada de uma mão. Outra coisa a ser considerada é que o escudo limita um pouco a quantidade e o alcance dos golpes que você dá com a arma que você escolheu.

O Defensor também tem como desvantagem a sua limitação de papéis no campo de batalha. Mesmo que você use o escudo de forma ofensiva você será sempre visto como um tanker, um “segura inimigo”. Espera-se também que o defensor seja capaz de ser altruísta: ele deve ser o primeiro a se apresentar ao campo de batalha e deve estar disposto a se sacrificar para vitória do seu time. Essa mesma característica faz do defensor um alvo em potencial. Qualquer exercito que se preze vai tentar destruir a barreira dos defensores de forma rápida e implacável.

Resumo:

Vantagens:
·         Boa defesa
·         Facilidade de trabalhar em formações
·         Versatilidade de combinação de armas e estilos

Desvantagens:
·         Movimentação reduzida
·         Limitação de técnicas e golpes
·         Alvo visado no campo de batalha

quarta-feira, 22 de março de 2017

Cinco passos básicos para motivar seu time de Swordplay

As pessoas praticam hobbies para se divertirem. É difícil fugir dessa regra. Mas não é apenas incentivo da diversão que vai garantir o melhor desempenho dos jogadores de um time de swordplay. Ser capaz de motivar a equipe e estar atento às suas necessidades é qualidade essencial para um líder. Muitos são capazes de administrar coisas e atingir resultados, mas liderar pessoas não é para qualquer um.

Primeiramente o líder tem de estar atento ao que motiva cada pessoa do seu time, abrindo um diálogo muito franco com seus colegas de treino, para perceber e perguntar de forma direta o que as pessoas apreciam, o que as deixam motivadas e mais felizes.

Cada pessoa se motiva por uma razão diferente. Para algumas é diversão, outras querem liberdade de atuação, excitação do combate ou grandes desafios para que possam se desenvolver. Saber o que estimula cada pessoa é o primeiro passo. Confira outras cinco ações básicas para manter a equipe sempre em busca do melhor resultado.


1 - Reconhecer
A primeira medida para motivar a equipe pode ser a mais simples: reconhecer o sucesso e o bom trabalho. O ser humano não é nada sem reconhecimento.

Como resolver isso? No dia a dia, pode ser o elogio e o retorno em uma avaliação, conhecido na linguagem mais técnica como “feedback”.

Mas outros gestos também podem mostrar sua satisfação. Imagine que um dos seus jogadores cria uma nova modalidade de jogo ou treino e você leva esse jogador para apresentar essa modalidade ou treino para os outros reis de outros reinos da sua cidade? Duvido que esse jogador não se sinta valorizado.

2 - Inspirar
Liderança é incentivar, cobrar e passar funções, mas também inspirar sua equipe, sendo um modelo. O rei precisa ter coerência entre o que fala e o que faz.

É preciso também que sua equipe entenda os valores e missões do seu grupo ou reino. É comum o jogador não saber o objetivo, ou a sua missão dentro do time. O rei, neste caso,  deve falar individualmente com cada jogador, para entender se os valores e objetivos do reino estão de acordo com o jogador. E não basta que aconteça apenas na hora em que ele entra para a equipe; deve ser uma coisa a ser checada periodicamente.

3 - Delegar
Sabe o ditado "se quer algo bem feito, faça você mesmo"? Pois então, um bom líder não deveria dar ouvidos a ele. Centralizar tarefas é uma opção ruim. Saber delegar funções é uma habilidade essencial do bom rei.

Delegar funções que o líder entende que seu colega de treino pode fazer é uma forma de motivar. “Paulo, você é muito bom com a espada de uma mão. Hoje temos dois novatos querendo treinar. Por que você não ensina o básico do esporte para eles? Não consigo pensar em ninguém melhor do que você para fazer isso”. O jogador naturalmente vai se sentir reconhecido.    

4 - Desafiar
A rotina e mesmice podem ser outros fatores que destroem a motivação de um jogador. Cabe também ao rei, colocar desafios e tarefas novas à sua equipe, que fujam da atividade normal de cada um.

O líder deve saber se o jogador gosta de se sentir desafiado e se é capaz de desempenhar a tarefa, mas a ideia é justamente desafiar seu colega. É um obstáculo, no bom sentido, para que o jogador consiga se conhecer. Quando ele percebe que fez algo diferente, que não fazia, se sente motivado.

5 - Ouvir

Os jogadores desejam ser ouvidos. A participação das pessoas nas soluções também motiva os grupos. Mas não basta escutar. Tem de ouvir e considerar aquela resposta como uma possibilidade real. Você nunca vai saber se a ideia do jogador é boa de verdade se não a colocar em pratica. 

terça-feira, 14 de março de 2017

Jogar certo ou se divertir?

Se existe uma discussão que é realmente recorrente dentro do Swordplay é sobre o jeito de jogar certo ou jogar errado. Desde que comecei a me interessar mais seriamente pelo assunto, ali por volta de 2015 e 2016 que esse assunto costuma vir à baila nas mais diversas situações, fóruns, bate-papos e discussões.

Os argumentos, assim como seus defensores, são quase sempre os mesmos: existe uma maneira correta de fazer Swordplay e se você não joga “dessa maneira (que por acaso é a maneira da pessoa que está falando)” você está jogando errado. É sempre assim. Imagino que em tempos imemoriais onde silvertape era artigo de luxo e PI era raro como adamantium que surgiram/começaram algumas das maiores desavenças entre os grandes blocos de estilos de Swordplay, com acusações mútuas e infundadas: se não der golpe full não é Swordplay; o seu Swordplay é só bater com força e não tem estratégia; Swordplay precisa de muitas regras; Swordplay não precisa de quase nenhuma regra; Softcombat é melhor que Boffer; Hema é melhor que Softcombat; Boffer é melhor que Hema… a lista e os dissabores é quase interminável.

A meu ver essa discussão “evoluiu” ao longo do tempo, chegando a duas posições bem antagônicas: a do divirta-se e a das definições.

A do divirta-se é simples: ela reza que se você está se divertindo pouco importa que você aceite golpe full, que use espadas de anime, use regra de desmembramento, plante bananeira ou use bolas de meia para interpretar bolas de fogo no campo de batalha. A diversão é a máxima. Você pode se divertir usando todas as regras do Dagorhir, ou quase nenhuma regra com a mesma intensidade.

Esta posição trata do conceito de diversão – que deixa a posição bem mais vaga e aplicável para quase todo mundo. Há quem se divirta assim e há quem se divirta assado. Afinal qual é o seu conceito de diversão?

O segundo lado é o das definições. Surge, historicamente, quando os caras que jogavam no ensino médio continuam jogando e vão para a faculdade e lá se deparam com conceitos e definições. A definição estreita e meticulosa de termos é que vai rezar o que é Swordplay e o que não é, e, por conseguinte, se você está jogando certo ou não. É mais ou menos assim: “se você resolve jogar futebol numa piscina ensaboada com seus  três amigos, usando apenas a bunda para tocar a bola, bem, isto pode ser muito divertido, mas não é futebol”. Ou seja, você pode jogar como quiser, com regras ou sem, com regra do toque ou sem, mas saiba que isso não será Swordplay. Dizer o que é Swordplay é o primeiro passo para compreender esta posição. E vai por mim, definir mesmo o que é Swordplay NÃO É o objetivo deste artigo, apesar de eu discuti-lo um pouco mais abaixo.  

Então a segunda posição ainda traz uma interessante problematização: qual é o conceito de Swordplay coerente com a postura adotada pelo grupo? Existe um consenso com o conceito de Swordplay que seja aplicado a todos os jogadores e universalmente aceito? Existir, existe em termos. Uma das definições mais aceitas é a que diz: “O Swordplay é um jogo com espadas”. Para jogar certo você não tem de interpretar um papel, mas seguir o clima do jogo e adotar as regras do seu grupo.

E qual é a posição correta? Não sei. Eu simpatizo profundamente com a primeira posição.

Para mim, antes de mais nada, Swordplay tem de ser diversão. Quando o jogo não for mais divertido eu paro de jogar.  Acredito que se eu vou investir uma boa soma em tempo e dinheiro num passatempo ele tem de ser minimamente gratificante.


Qual é a sua opinião sobre o caso?

domingo, 12 de março de 2017

Treino Conjunto em Ibelin - 11/03/2017

Você não pode dizer que treinou Swordplay em Brasília se não foi a um treino conjunto. É a mesma coisa de ir ao Rio de Janeiro e não visitar o morro do corcovado. Um treino conjunto é uma espécie de miniencontro brasiliense de Swordplay, que reúne a maioria dos grupos da cidade, numa festa de confraternização e competição saudável.

Uma das grandes vantagens do evento é justamente ver o que está acontecendo fora da sua casinha. Poder experimentar em primeira mão as técnicas, armas e equipamentos de pessoas que treinam como você, mas que são de grupos e estilos diferentes do seu. Vai desde laças-bastão de hóquei na grama (Pedro Rabay), passando por escudos redondos que parecem uma bolacha Maria (um tipo muito popular de doce feito com farinha de trigo, açúcar, óleo e essência de baunilha). É igualmente interessante ver que neste tipo de evento crianças de oito, nove e dez anos interagem em quase igualdade com cavalos de vinte, trinta ou até quarenta anos.

Desta vez o treino aconteceu nos domínios de Nova Ibelin. Fica a cerca de 36km de onde o meu grupo costuma treinar. E como o leitor mais atento deve ter percebido não existem ônibus ligando os dois pontos. Se você quer ir tem de pegar um ônibus até o metrô, pegar o metrô até a última estação de Ceilândia (sim, a cidade da música de Faroeste Caboclo, do Legião Urbana!) e de lá pegar outro ônibus.  Outra opção, bem mais fácil, é ir de carro próprio, com o waze ligado. E foi assim que eu fiz.

O meu carro tem vaga para 4 pessoas + o motorista e bastante espaço no porta-malas para levar armas, água e equipamento. Não obstante, do meu grupo com 77 membros registrados apenas UM demonstrou interesse em ir de carona comigo. Eu fiquei decepcionado pela falta de compromisso da galera.

Mas isso não me impediu de ir e reencontrar bons amigos, aprender novas técnicas e me divertir. Uma série de eventos e jogos muito divertidos que fortalecem laços de amizade e companheirismo, sem aquela rivalidade besta que só atrai confusão. E um dos pontos altos de Nova Ibelin é o pós-treino, onde todo mundo vai para uma padaria bacaninha que tem na esquina e se entope de refri e salgados diversos, conversando sobre todo tipo de besteira.

Se você não foi a um treino conjunto, vá... e me diga depois o que achou.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Entrevista: Phoenix Northern

Estamos de volta com a nossa sessão de entrevistas. Dessa vez trazemos para vocês o Phoenix Northern, do Acre. Do Acre? É... do Acre.
Vamos à entrevista.

Bom, a primeira coisa que eu queria saber é como é que surgiu a ideia de montar um clã de swordplay aí no Acre.
Gustavo Pereira: Surgiu mais por brincadeira nossa, Carol, eu e outras pessoas decidimos fazer um evento com a temática de Percy Jackson e daí tivemos a ideia de ensinar técnicas básicas de esgrima. Então fomos procurar como poderia ser o equipamento e achamos um tutorial que usava cola de contato, tubo esponjoso e cano PVC, o evento foi um sucesso e as pessoas pediram pra continuarmos com os treinos. Mas a história é mais longa.

Eu descobri que muitos grupos no Brasil afora começaram por conta das batalhas campais é de livros com Percy Jackson. Mas não tiver nada assim muito secreto, eu adoraria ouvir a história longa.
Carol Bustamante: Aí saímos do primeiro grupo e junto com o Natã e outras pessoas que já saíram e criamos a Phoenix. Depois o Heric se juntou a nós e atualmente somos só nós quatro. O grupo que organizou o evento se chamava Mythology's, mas hoje ele já foi absorvido pela Phoenix. Temos mais ou menos sete meses de existência.

Um dos grupos que eu entrevistei lá em Fortaleza, eles tem até uma espécie de nutricionista para cuidar bem da alimentação da galera. Vocês são primeiro grupo que eu vejo que tem um designer.
Carol Bustamante: Heric Pinheiro, o cavaleiro da Ordem Branca (um dos instrutores) e também designer do clã. (risos). Ele que faz as chamadas para os eventos e tira nossas fotos. O clã de Fortaleza era a Kyodai?                       
Heric Pinheiro: Meu sonho pro clã é ter uma massagista...

Era sim. Vocês conhecem?
Carol Bustamante: Somos filiação. Somos parceiros sérios.

Bom e como é ter um grupo de swordplay aí no Acre? Vocês escutam muitas piadinhas quando o pessoal descobre que vocês são daí?
Heric Pinheiro: Da parte do swordplay nunca vi. Ao menos por minha pessoa, né? Mas o estado em si sofre um bullingzinho... (risos). Acho que por sermos um clã novo ainda não fomos visados pelos haters e críticos de má índole.
Carol Bustamante: Na parte do Swordplay ninguém nunca menosprezou nosso grupo por ser do Acre, mas na vida é super normal. (risos). O estado sempre sofre.
Heric Pinheiro: Mas esperamos isso, pois só vai nos mostrar que o clã está alcançando outros mares. O que é muito bom: visibilidade pro swordplay.

É bom saber que os grupos não evoluindo bastante nesse sentido. Alguns lugares no Brasil é complicado arrumar um lugar bacana para treinar. É assim com vocês também?
Carol Bustamante: Nossa dificuldade é só quando chove. Em dias ensolarados temos duas opções, porém quando chove não temos um lugar fechado.

E costuma chover muito por aí?
Carol Bustamante: Só nos primeiros meses do ano, de janeiro a abril. Ultimamente está chovendo todo dia. Mas graça a Deus, no último treino choveu de manhã, mas na hora das atividades fez sol.
Heric Pinheiro: Tem uma arena circular perfeita pra duelos. Nesse dia fizemos uma gincana com jogos de guerra e no fim balões d'água pra descontrair.

Aqui em Brasília todos os treinos que eu conheço também são outdoor. E como temos a maior incidência de raios no Brasil inteiro, portanto treinar na chuva é um tanto perigoso. Vocês já tiveram que disputar local de treino? Eu já ouvi falar de casos em que um grupo que ocupa determinado local não deixa que ninguém mais treino por lá. Com vocês acontece alguma coisa parecida?
Carol Bustamante: Pior que não, os lugares aqui são públicos... Não tem como restringir.

Bom e em média quantas pessoas Vocês recebem por treino?
Natã Moreira: Ultimamente temos cerca de 13 a 16 pessoas.

Logo a arena de vocês vai ficar pequena para tanta gente. Como é basicamente a rotina de treino de vocês?
Gustavo Pereira: Já tivemos que mudar o local de treino, pois no início era algo pequeno, mas cresceu rapidamente. Quanto a rotina, temos o Natã e o Heric que já praticaram artes marciais e sabem vários exercícios que  ajudam a aprimorar a resistência, agilidade e reação dos membros do clã. A Carol ensina arco e flecha (ainda não foram introduzidos em batalhas) e eu ensino mais o básico, como a base, postura de ataque e defesa. Agora que vamos iniciar os treinos de técnicas pois fizemos a graduação e temos pessoas no 2° patamar de treino.

Fiquei curioso com essa história de patamar de treino. Poderiam me explicar, por favor?
Gustavo Pereira: Temos quatro níveis patamar para os "soldados" do grupo. Quem entra inicia no 1° patamar, são os recrutas. Eles podem subir para o 2° patamar, prestando o teste de graduação. Se passarem eles se tornam soldados de 2° classe, que é aí onde eles decidem fazer parte da milícia ou da artilharia. Caso eles queiram podem prestar novamente o teste de graduação e continuar a subir na hierarquia até o 4° patamar, que é onde estão as patentes mais altas que são os mestres. Por exemplo, mestre atirador (arco e besta), mestre especialista (onde eles têm domínio completo de todas as armas), e por aí vai.

Essa é uma organização bem militar. Vocês se inspiraram em algum grupo ou tudo certo da cabeça de vocês?
Gustavo Pereira: Como somos filial do Império Kyödai usamos o manual de regras deles como base.

Muito bacana. E como é a receptividade das pessoas que treinam?
Gustavo Pereira: O que mais vejo em relação ao patamares é empolgação. Principalmente no Teste de graduação. Acho que os praticantes querem evoluir e chegar em um novo patamar pode ser a possibilidade de aprender coisas novas. Alguns deles são bem competitivos entre si, e estão sempre tentando se superar. Isso, quando de uma forma saudável, é muito bom, pois repentinamente se vê a melhora deles.

Essa é uma postura bem interessante. Vocês já participaram de algum evento fora do Acre, como, por exemplo, o encontro Paulista de Swordplay?
Carol Bustamante: Infelizmente não tivemos essa oportunidade , pois ainda estamos iniciando no meio do Swordplay.                      
Gustavo Pereira: Pois é. E tem a relação custo benefício também. Acho que por enquanto o contato que precisamos com outros clãs são mínimos. E esse contato/ experiências/ aprendizagem dá para a gente conseguir com clãs aqui perto. Ao menos por enquanto.

Que clãs próximos vocês têm mais acesso?
Natã Moreira: O que está mais próximo de nos é a ordem dos corvos. Eles também são de Rio Branco.
Carol Bustamante: É, mas não temos acesso.
Gustavo Pereira: É... Eles estão mais próximos, mas não temos acesso.
Carol Bustamante: Com a internet conhecemos vários clãs e já recebemos conselhos e apoio de alguns, com a Magnus Legio, e o Swordplay Manaus.

Eu não entendi muito bem. Vocês não têm acesso porque é muito longe ou por que a ordem dos Corvos é muito fechada?
Natã Moreira: São da mesma cidade que nós.
Carol Bustamante: Falta de afinidade.

Que coisa desagradável. Aqui em Brasília nós temos alguns grupos bem fechados que praticamente não se misturam, mas como nós não estamos tão longe do eixo Rio-São Paulo a gente nem se importa tanto. E a que vocês atribuem esse isolacionismo?
Carol Bustamante: Bem, a maioria de nós era de lá, e ocorreu divergências, não só com o esporte mas coisas pessoais.

Vocês acham que o Swordplay está em desenvolvimento no Brasil, ou tudo não passa de uma espécie de bolha que logo logo vai chegar no fim e estourar?
Carol Bustamante: Bom a tendência é só crescer, nós consideramos um esporte como outro qualquer e dificilmente irá acabar. Praticamente quase todos os estados já têm um clã.

Querendo ou não Vocês acabaram se tornando referência para o norte do Brasil. Como vocês sentem a responsabilidade de representar um estado como Acre diante de toda a comunidade swordplay do Brasil?
Carol Bustamante: Nós ficamos muito felizes, nós crescemos muito rápido e começamos de uma brincadeira, quando nos demos conta, já tínhamos eventos marcados, uma mostra no shopping da cidade... E isso nos deixa muito feliz. E sobre a responsabilidade, nós sempre buscamos fazer tudo da forma correta para não decepcionamos nossos recrutas e soldados. Nosso clã é muito família, muitos dos nossos integrantes levam seus parentes como pais , avós e sempre buscamos leva o que a de melhor no esporte para todos
Heric Pinheiro: Queremos ver nosso esporte reconhecido na região. E também visibilidade para ele. Por que com isso vem mais diversão, mais sorrisos e mais jovens ou adultos saindo da mesmice/ sedentarismo/ vícios.

Na opinião de vocês o que é que mais impede o Swordplay de crescer no Brasil?
Gustavo Pereira: Em minha opinião creio que a aceitação das pessoas. Isso porque algumas dlas riem quando falamos o que é Swordplay e não conseguem ver o Swordplay como um esporte, igual futebol, basquete e etc.

Agora me diz uma coisa vocês acham que o Swordplay tem a ganhar com regras unificadas para o Brasil inteiro ou é melhor deixar do jeito que está com regras locais dependendo de cada lugar que você está?
Carol Bustamante: Depende... Cada clã tem suas regras e seu jeito é isso que torna o Swordplay interessante. A unificação seria bom pela parte do reconhecimento, mas cada um com sua identidade e sua maneira de desenvolver as atividades.

Cada grupo tem uma marca registrada alguma, coisa que o diferencia de todos os outros. O meu grupo, por exemplo, tem um Pega-Bandeira diferenciado usando regras de Swordplay. O que vocês podem dizer que diferencia o grupo de vocês?
Carol Bustamante: Bom eu considero nosso diferencial é nossas atividades e nossa maneira de ensinar e treina os meninos. Sempre buscamos interagir com eles como iguais.
Gustavo Pereira: Com relação a unificação das regras em um manual seria bem mais fácil para o reconhecimento como esporte, mas envolve muita coisa por trás de um manual de regras universal e é isso que complica. Mas creio que um manual para todos os grupos seria muito bom. O diferencial do nosso grupo (ao menos na minha visão) é a nossa organização interna, sempre pensando em atividades para não tornar os treinos monótonos.

Olha gente eu agradeço demais a entrevista de vocês. Gostariam de acrescentar mais alguma coisa?

Gustavo Pereira: Nós quem agradecemos a oportunidade. 




A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...