No princípio
Lembro-me vagamente quando ouvi
falar do EPS pela primeira vez. Foi durante o meu treino conjunto da Aliança de
Beufort. Todo mundo dizia que valia à
pena ir para um treino conjunto, que era muito legal e coisa e tal, sensacional,
que tinha gente pra caramba...
Então eu paguei para ver. Quase 50
pessoas distribuídas entre todos os reinos da Aliança à época. Muito
interessante e divertido lutar ao lado, com e contra tantas pessoas diferentes.
Tantos estilos diversos, tantas armas diferentes, tanta gente para conhecer.
Foi mesmo muito legal.
- Tá gostando, Betão? – perguntou
para mim o antigo rei da Aliança, Juan Sebastian.
- Achei muito legal. Valeu à pena
vir até o parque da cidade. – respondi.
- Pois se você gostou tem de conhecer
o EPS. Isso aqui não é nem um décimo do
que é o EPS.
Por um momento eu fiquei sem
acreditar, mas como eu já tinha morado na terra da garoa e sabia, pelas
experiências dos eventos de RPG que eu costumava ir, que em São Paulo tudo é
superlativo.
Então em 2016 eu fui para o
evento. E meu mundo nunca mais foi o mesmo.
O evento
Mesmo quem conhece o EPS de várias
edições não tem como não sofrer o impacto da quantidade absurda de pessoas que
participam dele. É muita gente. MESMO. Linhas de trezentas, quatrocentas
pessoas de cada lado se aproximando para o alcance das lanças e a defesa dos
escudos. É uma sensação única, um tanto indescritível. Parafraseando Cecília
Meireles: O EPS é uma coisa que não há ninguém que explique, e uma vez vivido, ninguém
que não entenda.
O local foi o mesmo dos anos
passados, o Parque Villa Lobos, mas com uma bem vinda alteração. Não seria mais
na ilha musical, que estava ocupada com um festival de jazz, e sim em outro
ponto, mais arborizado, ao lado do portão 2, próximo a estação Villa Lobos –
Jaguaré.
O vídeo com a Toshie mostrando
como chegar da estação para o evento foi bastante didático. Fácil de chegar. O
local é infinitamente melhor que a ilha musical e desde já tem o meu voto para
ser o novo point do EPS: mais arborizado, de melhor acesso, mais seguro, com
fácil acesso a lanchonetes, bebedouros e banheiros. Por ser um espaço um pouco
menor garantiu que os grupos ficassem mais próximos uns dos outros. Isso
aumenta a integração entre os grupos e a segurança de nossos equipamentos.
Fiz um vídeo mostrando a minha
experiência durante o evento. O link
estará no final deste relato.
A manhã começou morninha, com
poucos grupos, mas a medida que o dia ia avançando as coisas foram esquentando.
Depois de ter inspecionado meus equipamentos e de ter me registrado, comecei a
passear pelo evento, revendo amigos de outras edições e conhecendo novas
pessoas como o tiozão da Magnus Legio, Romão da Wolfenrir, a Charlote do ombro
deslocado da Leões do Vale, o pessoal fantástico da Lions and vandals, e tantas
outras pessoas maravilhosas que a minha memória de peixinho dourado não permite
lembrar agora.
Passei boa parte da manha circulando
entre os grupos, numa atmosfera muito amigável e descontraída. Foram dezenas
(talvez até uma centena de duelos de x1) onde não tive nenhum dissabor ou
aborrecimento. Mesmo nas concorridas rodadas de 4x4, 10x10 e 20x20.
Outro ponto muito forte que eu
pude observar foi a organização do evento. Foi impecável. Dos guias espalhados
pelo parque, passando pelos juízes-gandulas de equipamentos, até o pessoal da
área médica, tudo funcionava milimetricamente bem. Eu me lembro que na terceira
ou quarta rodada das massivas eu perdi um braço e deixei meu escudo cair. Logo
em seguida eu morri. Quando me virei vi que meu escudo já estava na área de
retorno de equipamentos.
Só tenho agradecimentos a fazer.
Nada mais. Foi uma experiência memorável. Única. Alguma coisa que todos
deveríamos almejar.
Finalizando
Só uma coisa quero acrescentar.
Ao final do evento e saí para me despedir dos colegas e passei em dois lugares
muito rapidamente: no pessoal da DK do Rio de Janeiro e no pessoal da Magnus Legio
de Limeira. E nas duas eu ouvi coisas muito parecidas.
“Gente, o parque fecha em quinze
minutos. Reúnam todo o equipamento e vamos embora. Mas antes de irmos, deem uma
passada nos outros acampamentos para socializar, apertar as mãos e conhecer os
outros. Todo mundo aqui é amigo”.
Ver essa mesma sintonia nos dois maiores
grupos do evento me emocionou de verdade. E no ano que vem? No ano que vem tem
mais.
https://www.youtube.com/watch?v=IN6x_Hhkv5Y&t
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