segunda-feira, 25 de maio de 2015

O grito de guerra!

O grito de guerra

Se você tem um clã, família ou reino, ou mesmo um esquadrão que luta sempre ao seu lado seria interessante que você tivesse um grito de guerra. A mecânica é muito simples e tem um efeito psicológico poderoso no campo de batalha. Se por um lado infunde coragem e determinação nos seus colegas causa medo e temor no coração dos inimigos. Em esportes de contato por equipe alguns gritos de guerra são marcas registradas  de seus times.

A seleção de Rugby da Nova Zelândia é famosa por seus característicos gritos de guerra. No vídeo abaixo (apenas o link, assista no youtube) mostra do que estou falando.  Veja as cenas. Enfrentar os All Blacks depois disso deve ser dureza.


Óbvio que eu não peço que você ou seu grupo façam uma coreografia exagerada ou gritem frases em dialeto aborígene. Mas existe uma “receitinha de bolo” que funciona bem.

Uma das pessoas grita o grito inicial. Uma frase curta e poderosa. Depois uma segunda voz destaca uma palavra da frase original. Depois disso todo mundo repete esse palavra especial três vezes. O feito é maravilhoso. Experimente. Veja o exemplo:

1ª voz (gritando): Cavaleiros da Virtude, eterna será a nossa vitória!
2ª voz (gritando): Vitória!
Todos juntos: Vitória, vitória, vitória!


Não subestime o poder psicológico que um grito tem no campo de batalha. Se não fosse assim samurais não gritavam kiai!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O aprendizado do caminho da espada (de espuma)

Se um dia você vier visitar os treinos dos cavaleiros da virtude e jamais tiver empunhado uma espada em sua vida, com certeza passará pela escudeira Juliana, a instrutora-chefe de todos os que buscam trilhar o caminho do swordplay. Ela dará a você as primeiras instruções, os primeiros passos seguros no caminho da espada. Este aprendizado inicia-se empunhando a espada com as próprias mãos, passando por sucessivos treinamentos, até que o corpo se habitue a manipulá-la.

A espada é a sua primeira arma. É a extensão do seu braço. É o caminho que abre para outros caminhos. Você pode ser um excelente lanceiro, um mestre da arma exótica, ou um escudeiro de defesa impenetrável, mas invariavelmente você começou girando uma espada e aprendendo os fundamentos com alguém.

Assim que o corpo estiver mais habituado, passa-se para a próxima etapa: lutar contra a própria arma. Ou seja, contra um oponente empunhando a arma almejada. Você começa lutando contra outros espadachins, aprendendo as rudezas e sutilezas da espada. A sua rapidez, a sua mobilidade. Um bom espadachim é a epítome do guerreiro perfeito.

Logo depois você aprenderá a combater outras armas. Será a sua espada contra o escudo, contra a maça, contra a lança, contra arco que ataca de longe. É o conhecimento de “dar golpes”, assim como “receber golpes”. Aprendemos a atacar, a defender, a aceitar os golpes que recebemos. Amadurecemos e aceitamos com um sorriso quando o ataque do outro vaza a nossa defesa e nos mata: pois é só assim que evoluímos e é assim que aplaudimos o crescimento do outro. É nesta atitude de descobrir uma arma, que torna a prática do swordplay singular, completo, segundo o treinamento dos antigos guerreiros e mestres, dos quais buscamos treinamento e inspiração em seus manuais.

É preciso coragem e determinação para estar aberto a novas formas de lutar. Depois de aprender a espada deixe seu coração aberto. A sua arma de estimação vai escolher você. Seja ela uma espada longa, duas espadas médias, espada e adaga, duas adagas, espada e machado, dois machados, machado de duas mãos, martelo de guerra, maça, mangual, arco, espada e escudo, lança...



domingo, 10 de maio de 2015

Coragem!

Coragem


Os filósofos do mundo antigo sempre estiveram em busca de um sentido para a vida. Alguns vão dizer (e concordo com eles) que a felicidade é a busca suprema da humanidade. Quando Aristóteles escrevia sobre a ética (o caminho que nos leva à felicidade) ele escreveu também sobre as virtudes. A grosso modo a virtude é uma ação voluntária, equilibrada, que pode ser melhorada e nos melhora no processo. Quase tudo que permite nossa evolução pode ser convertido numa virtude.

Se existe uma virtude suprema no swrodplay é a coragem. Sua habilidade com a sua arma pode te fazer um jogador desejado, mas é a coragem que separa guerreiros de lutadores de fim de semana. Coragem é o famoso “cair dentro”, “ir pra cima”, “dar cara à tapa”, “encarar”, “bater de frente”. Segundo as palavras do sensei Jorge Kishikawa coragem marca quem você é no campo de batalha. Se você não demonstra coragem o seu oponente perde respeito por você. 

E convenhamos, não é mesmo? O que de pior pode acontecer com alguém que encara seus inimigos de frente e não tem medo de enfrentar inimigos em maior número ou que são sabidamente mais habilidosos do que ele? Passar uma rodada fora do jogo por que morreu? Esperar na zona de respawn enquanto o resto da pancadaria come solta? E se você der sorte e despachar aquele lutador muito superior a você? E depois de avançar uma centena de vezes pode ter certeza que sua perícia com a arma vai melhorar muito.

Na maior parte das artes marciais com espada do mundo oriental os praticantes iniciantes só aprendem golpes e manobras ofensivas. É assim no kendô. Você leva semanas de treino apenas treinando ataques e katas para depois de quase dois meses descobrir que existem coisas como defesa e bloqueios. Os próprios instrutores incentivam que o iniciante vá para cima com tudo. Nunca me esqueço do que disse o senpai Patrick Lopes, da Niten-DF: “Imagine que você está lutando de costas para um precipício.  Qualquer passo que você der para trás significa a sua morte. Por isso avance sempre”.

E isso vale para todas as unidades do seu reino ou clã: tanto faz se você é da infantaria leve, luta com duas armas, se faz parte dos escudeiros ou se é lanceiro: mostre coragem, vá pra cima.
Só tome cuidado porque coragem não é a ausência de medo. O medo, como dizia Abin Sur “é o instinto de sobrevivência da raça humana”. É o medo que nos impede de fazer coisas idiotas (ou pelo menos nos dá tempo de perceber que fazer aquela coisa é algo bem estúpido). Coragem não é a falta de medo. É agir mesmo com medo. Coragem também é diferente de temeridade. Temeridade é a ousadia burra. O sábio tem a coragem na medida.


Por isso, no próximo treino vá buscar emoção. Corra atrás do oponente mais valoroso que encontrar e vá ser feliz. 


sábado, 2 de maio de 2015

Broken lance

O prazer de treinar (ou não) com lança.


Desde que comecei a treinar com swordplay uma coisa tem me intrigado de sobremaneira. A lança. Nunca fui bom contra lanceiros e sempre que os vejo em ação no campo de batalha penso que são uma das mais efetivas unidades. Um grupo coeso de lanceiros pode fazer mais estrago no campo de batalha que uma horda de soldados de infantaria leve e dúzias de escudeiros.
Pensando nisso eu resolvi mudar um pouco o meu estilo de luta, deixar um pouco a espada e o escudo de lado e tentar a sorte com as armas de haste. Não posso dizer que minha primeira experiência tenha sido o que eu esperava. A bem da verdade, não foi.
Resolvi estudar lança semanas antes de me decidir a treinar com ela. Vi um monte de vídeos com técnicas e treinamentos, desde as armas ocidentais, passando pelas orientaria e me decidi por uma alabarda: uma lança longa com uma cabeça de machado. Pode ser usada para estocar e golpear.
Construí a arma com um dois metros de eletroduto de ½ polegada, uma adaga velha (feita com cano marrom de ¾) e a cabeça do machado de tatame coberta com espuma de flutuador. Ela ficou muito bonita, mas eu deveria ter usado um cano mais grosso. Não deu outra: no comecinho do treino de hoje a lança partiu-se em duas metades.
Não posso dizer que eu fiquei triste. Melhor que quebrasse agora, bem no começo, sem dar chances de machucar ninguém. A quebra me ajudou a repensar técnicas de construção e uso de materiais diversos. Mas também não fico feliz com isso, afina de contas devotei tempo, energia e material para que a alabarda fosse criada.

Bom, de volta à mesa de trabalho.  Vamos ver se consigo fazer melhor do que antes. 

A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay

Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...