terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Quando o dever chama

Minha mãe tinha uma frase que durante muitos anos eu repeti sem entender muito bem. A frase é: “primeiro a obrigação, depois a devoção”. Significa que primeiro temos que fazer aquilo que é realmente importante para a nossa vida e depois partir para outras coisas menos importantes. Eu só tive mesmo consciência real dessa frase quando passei a morar sozinho e entender que por mais que eu goste de gastar dinheiro com certas coisas, algumas despesas precisam ser pagas primeiro, como a conta de água, por exemplo.

No fim de semana passado tivemos o segundo episódio da guerra entre os assassinos e os cavaleiros da virtude. Uma interação bacana entre dois dos melhores clãs de swordplay do DF. Um momento de disputa, embate e ao mesmo tempo de formar novas amizades e trocar ricas experiências. É como eu costumo dizer aos amigos Rômulo e Lucas de Lima: fui ara a guerra e acabei fazendo bons amigos. Foi um deslocamento hercúleo de forças dos dois lados: reunir gente que saiu de Santa Maria para o parque da cidade não foi fácil. Uma festa sem precedentes na história do swordplay do DF... e eu não fui.

“Porra Betão, como é que você não foi?” pode perguntar alguém. É simples: eu tinha outros compromissos agendados. “Mas o que pode ser mais importante que uma guerra?” pode inquirir outro. A resposta não pode ser mais simples do que essa: sair com a minha esposa. Enquanto meus amigos trocavam golpes com armas feitas de cano e espuma, cobertas por silver tape, eu estava passeando no shopping com a minha esposa.

Você deve estar pensando que eu me arrependi de ter saído com a patroa, não é? Ledo engano esse... eu adoro sair com a minha esposa. Como não gostar de sair com a pessoa mais importante da minha vida, minha companheira, amante e confidente? Temos uma relação bem bacana e sabemos que de vez em quando temos que separar um tempo só para nós dois. Sair para almoçar fora, fazer compras, ir no cinema sem hora para voltar... esse tipo de coisa que apenas um casal pode fazer como a gente faz. Eu troco o swordplay qualquer dia da semana por estar perto da minha amada. Swordplay é hobby, é algo que eu faço por prazer, nas horas vagas.

Aprendi a duras penas que na vida adulta tem coisas que a gente faz por obrigação e outras que a gente faz por prazer. E quando eu consigo unir os dois, é com isso que eu vou ficar.

Longa vida ao swordplay. 

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