quarta-feira, 9 de março de 2016

No swordplay o sexo importa?

Essa é uma pergunta que veio depois que eu divulguei a postagem anterior sobre o dia internacional da mulher. A discussão que surgiu disso nos grupos do facebook foram peculiares, para dizer o mínimo. Daí, como um bom professor, resolvi eu mesmo conduzir alguma pesquisa e quem sabe lançar alguma luz sobre o assunto.

Antes que eu me esqueça, essa é uma opinião pessoal, baseada em fatos científicos e observação empírica. Não quer dizer que seja regra universal e, sim, eu sei que no seu caso é diferente. Eu posso viver com isso. Basta postar sua opinião nos comentários.

Vamos começar traçando as diferenças dos dois objetos em pesquisa: homens e mulheres. Usamos como base a divertidíssima obra: “Por que os homens mentem e as mulheres choram” do casal de pesquisadores Alan e Barbara Pease.

Homens tendem a ser mais corpulentos, ágeis, fortes e resistentes que as mulheres. Isso graças a testosterona, que corre solta em seus corpos. Sua reação e orientação espacial remontam dos tempos de nossos ancestrais pré-históricos, onde a capacidade de correr, passar muito tempo em movimento, ou ficar em silêncio por muitos períodos de tempo eram indispensáveis para a sobrevivência e para o sucesso da caça. Outra habilidade tida como masculina é a capacidade de mirar em alvos distantes. Homens são, via de regra, indisciplinados e lentos para aprender.

Mulheres tendem a ser menos fortes que os homens. Elas também são menos ágeis e não possuem tanta resistência física. Mas elas possuem uma visão periférica invejável e prestam atenção em detalhes que homem nenhum consegue ao menos notar. Elas podem dizer se você está mentindo apenas observando a sua linguagem corporal. Da mesma forma, podem dizer se você está blefando com a sua finta. Enganar uma mulher não é para qualquer um. Outra de suas características positivas é que elas possuem uma invejável destreza manual. A mulher é mais habilitada para dialogar e tem um vocabulário muito maior que o do homem. Mulheres aprendem com mais facilidade e focam em mais de um assunto ao mesmo tempo.

Colocados os pesos na mesa, vamos ver o que é realmente útil no swordplay.

Como o swordplay é um esporte de contato, habilidades como correr, resistência física e boa mira parecem saltar aos olhos. Nestes pontos os homens levam vantagem. Mas nem só de porrada vive a troncação de espadas de espuma: habilidades de liderança, visão de campo de batalha e boa capacidade de comunicação fazem das meninas líderes naturais em campo de guerra. Outro ponto a se ressaltar é que swordplayers não são jedis – eles não precisam e – não devem “usar a força”. Qualquer toquinho e você já vai estar a meio caminho da zona de respawn, seja por conta de um machado de duas mãos enorme, ou pela ação de uma adaga do tamanho de uma inocente régua escolar. Meninos levam vantagem em armas mais “brutais” como a espada longa e as combinações com escudo e as meninas ganham vantagem usando a lança (com todas as suas variações), espadas leves de uma mão, combinações de armas exóticas e broquéis e adagas (especialmente adagas).

Consultamos a opinião do sensei Jorge Kishikawa, pentacampeão brasileiro de kendô (consecutivo por 2 vezes), invicto em quase 80 embates, vice-campeão mundial em 1985, em Paris e 3º colocado no mundial em 1977, em Tokyo. É também o primeiro 7ºDan (grau) Kyoshi do Brasil a ser aprovado com unanimidade por uma banca de mestres japoneses. Acho que o currículo dele já serve como fundamentação para o que vem a seguir.

Segundo Kishikawa-sensei: “Quando leciono às mulheres o Caminho da Espada, procuro fazer com que a parte física não implique em desvantagem no combate. Isso não é tão difícil. As mulheres não utilizam a força bruta para vencer. De longe, elas possuem a melhor postura e a melhor pegada na espada, itens importantes para se começar corretamente. Ao longo do tempo, adquirem menos vícios que os homens, o que me poupa tempo e saliva durante a aula. Homens precisam aprender com as mulheres a ser mais “femininos” e menos brutamontes.” (Shinhagakure, pág. 137).

E no final, quem leva vantagem? Parafraseando Salladin: nenhum deles... e todos eles! Homens e mulheres são diferentes e suas vantagens e desvantagens não apenas se equilibram como se completam. Uma escudeira pode organizar uma linha de escudos tão impenetrável quanto uma barreira de aço enquanto um lanceiro pode dar a mobilidade que a linha de lanças precisa para flanquear com ousadia e coragem. Procurar qual dos dois é melhor é tão tolo quando tentar separar leite e café misturados num copo.


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