sábado, 26 de março de 2016

Quando o veneno do passado nos impede de viver o presente

O que eu vou escrever aqui é uma postagem bem pessoal. É uma experiência de vida que eu vivi e que de certa forma pode ser o que está acontecendo com outras pessoas mundo a fora e não apenas necessariamente com jogadores de sworpdplay. Tudo o que vou relatar é a minha visão dos fatos. Você pode discordar dela, ok. É um direito seu. Mas quando o fizer, seja educado. Eu já perdi tempo demais da minha vida com essas merdas.

No dia 07 de julho de 2015 tivemos a primeira batalha com a Ordem dos Assassinos, um evento que descrevi com bastante poesia aqui mesmo neste blog. Mas a minha batalha com aos assassinos começou bem antes. Pelo menos um mês antes quando o então rei dos Cavaleiros, Alexandre Couto, acertou com a liderança do Conselho dos Assassinos o tratado de guerra entre os dois clãs.

Desde esse dia o Alexandre passou a pintar os assassinos comas piores cores possíveis. Sério. Quando naquele dia eu fui ao Parque da Cidade eu sentia como se estivesse indo enfrentar monstros e não seres humanos. O Alexandre pintou os assassinos como pessoas arrogantes, metidas, babacas... Enfim um bando de “pau no cu” que merecia uma boa surra para aprender o lugar deles no mundo.

E é com muita vergonha que eu digo que eu comprei cada palavra que ele me disse. Aliás, como não comprar? O cara era o meu rei e tinha fundado os Cavaleiros da Virtude. Quer dizer, ele não tinha fundado os matadores de dragão e nem os ceifadores sinistros. Éramos os Cavaleiros da Virtude. Ninguém precisava empenhar a palavra para falar porque ninguém pensava que alguém pudesse estar mentindo.

Depois da primeira onda de batalha eu sentei do lado de alguns assassinos e passamos a conversar. E que susto! Não eram os arrogantes “pau no cu” que eu julgava que encontraria no campo de batalha. Eram pessoas como as que eu encontro no treino: boas, educadas, animadas, dispostas a fazer novas amizades. Não havia arrogância neles mais do que havia em mim mesmo. E eu fiquei em dúvida. Será que eu tinha dado sorte de ter esbarrado nos únicos assassinos legais? Ou será que o Alexandre simplesmente nos passou uma imagem errada dos caras apenas para acender em nós o fogo do espírito de luta? Quando eu abracei o Lukão naquele dia, e o tirei do chão estava buscando mais do que uma dor nas costas. Estava buscando um novo irmão.

Nas semanas que se seguiram eu travei conversas elucidativas com Rômulo, Caio e Lukão, os líderes dos assassinos e percebi que eles eram gente como eu. Impossível não ser amigos deles. Eu não conseguia mais comprar as palavras do Alexandre: as palavras dele diziam uma coisa, mas as ações dos meninos diziam outras.

“Ah Betão, é que você não sabe da história toda! Esses assassinos já fizeram muita merda e treta por aí”, pode dizer alguém. Não duvido. Mas tenho certeza que a Aliança também fez muita merda no passado. Mas daí eu pergunto: os cagões que fizeram essa merdalancia toda ainda estão por aí? Não. Então por que eu é que tenho que carregar essa herança maldita de odiar pessoas que eu nem conheço? Apenas porque eu ouvi alguém dizer que eles não prestam? Apenas porque, sei lá, dez anos atrás o pessoal se desentendeu? Na boa, do alto dos meus 40 anos eu vi e fiz muita coisa nessa vida. Aprendi a perdoar. Perdoar é divino. Aprendi a não carregar para frente os erros dos outros. Apendi que a melhor tradição que eu posso cultivar é a da união, a de fazer novos amigos. Aprendi que me divertir com amigos é melhor do que guardar mágoas por ofensas que eu nunca sofri.  

Por isso, em nome dos cavaleiros da virtude, venho por meio desta pedir desculpas a amiga ordem dos assassinos pelo nosso vergonhoso comportamento quando nos encontramos. Quero deixar claro que vocês são nossos amigos e nossos treinos vão estar sempre de braços abertos para receber vocês. Rafael Branco, Rômulo Benigno (não estou com suas flechas, porra!), Caio Nagell (aquela camisa foi preta um dia), Lucas de Lima (espero você no ano que vem, “campeão”), peço desculpas a vocês. Vocês se mostraram mais amigos e companheiros do que muitos que um dia vestiram as mesmas cores que eu carrego com orgulho.


A grande lição que eu tiro disso? Que treta só é divertida nos posts do facebook. Quando o assunto é swordplay, ou qualquer outra atividade desportiva, a treta não tem vez. Não é uma guerra. É um encontro de amigos. 

Um comentário:

  1. Nossa, maldito suor masculino que está descendo dos meus olhos. Obrigado pelo texto genial betão. Você é demais.

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