quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Novo local de treino
Ficou misto de sentimentos que venho por meio desta avisar a todos amigos dos Lordes de Ferro que o nosso local de treino mudou.
Nós não treinamos mais no setor central do Gama, próximo ao galpãozinho, simplesmente por motivos de segurança. Existe um grande número de mal elementos rondando o setor central justamente por causa disso deliberamos mudar o local do treino.
O nosso novo local de treino é o parque infantil dentro da praça do cine Itapuã, conhecido carinhosamente como Park leste do Gama. Alguns pontos de referência são agência do Correios do Gama, o próprio cine Itapuã, a Bull's hamburgueria.
Espero todo mundo no nosso novo local de treino, já a partir deste domingo dia 16 de dezembro de 2018.
Nós não treinamos mais no setor central do Gama, próximo ao galpãozinho, simplesmente por motivos de segurança. Existe um grande número de mal elementos rondando o setor central justamente por causa disso deliberamos mudar o local do treino.
O nosso novo local de treino é o parque infantil dentro da praça do cine Itapuã, conhecido carinhosamente como Park leste do Gama. Alguns pontos de referência são agência do Correios do Gama, o próprio cine Itapuã, a Bull's hamburgueria.
Espero todo mundo no nosso novo local de treino, já a partir deste domingo dia 16 de dezembro de 2018.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
3 regras para Trabalhar com grupos grandes
Lembro-me de ter lido uma
entrevista do Bruce Dickinson onde ele falava da logística de um show do Iron Maiden.
Uma frase me marcou com certeza: “um turnê como a que fazemos hoje não é a mesma
coisa de jogar os instrumentos numa van, cheia de amigos, com algumas cervejas
no porta-malas”. E eu ficava sonhando quando é que eu teria o prazer de dizer
uma frase no mesmo nível para um assunto que eu gostava. Esse dia chegou, e é
como diz a música keeper of the flame, da banda Blackmore’s Night: “be careful
of what you wish for, And make sure when it knocks at your door, It'll be what
you need, not some fantasy, That will haunt you forever more” (tradução livre: “Tenha
cuidado com o que você deseja, E certifique-se que quando bater à sua porta,
Vai ser o que você precisa, não alguma fantasia, que vai assombrá-lo para
sempre e além”).
“Comandar muitos é o mesmo que
comandar poucos. Tudo é uma questão de organização. Controlar muitos ou poucos
é uma mesma e única coisa. É apenas uma questão de formação e sinalizações”.
(Sun Tzu – a arte da guerra, Capítulo V: Estratégia do Confronto Direto e
Indireto).
Estava olhando as fotos dos
Lordes de Ferro. Sempre, ou quase sempre, ao final de cada treino eu tiro uma
foto das pessoas reunidas. Para ter uma lembrança daquele dia. Tivemos dias
muito bons, e dias igualmente ruins. Lembro que num treino tivemos apenas três pessoas:
eu, o Bardo e a Gelo. Naquele dia pensei em desistir do hobbie e fazer qualquer
outra coisa. Mas olhando as fotos do último treino, quando tivemos trinta e duas
pessoas, penso que fiz bem em não desistir. Mas teve outra coisa que eu tie de
fazer bem também: me preparar para quando o grupo fosse maior.
No começo eu ficava feliz quando tínhamos
cerca de dez a quinze pessoas por treino. Dava para fazer um treino bom, mesmo
que eu não tivesse uma organização fenomenal. Eu tinha alguma organização, é
verdade, e sempre planejava com antecedência o que íamos fazer naquele dia. Cacoete
de professor: planejar para ter o que fazer.
Quando eu percebi que estávamos
passando fácil da casa das duas dezenas de jogadores em campo soube que seria a
hora de programar regras mais severas e organização mais séria para o treino.
Passei a cobrar um equipamento mínimo de cada membro, além do tabardo; passamos
a fazer fichas de inscrição, e criamos um sistema de regras padronizado que
cada jogador tem acesso. Regras e punições foram estabelecidas e para que sejam
levadas á sério eu não tenho qualquer pudor em aplicar a lei. Esse sistema de
regras está em sua versão 1.5 e passará por uma revisão no final de 2018 para
se acomodar às necessidades do reino para 2019.
Então, a primeira regra para se
comandar grupos grandes é criar um sistema de regras amplamente divulgado e
claro, que qualquer um seja capaz de ler e de entender. A partir deste ponto é
preciso que as pessoas compreendam que a liderança existe e que deve ser seguida.
O trabalho da liderança, inclusive, é o de aplicar as regras e as punições para
todos. Quando o grupo recebe um comando deve fazer o seu melhor para cumprir
esse comando.
A segunda regra é fazer com que
suas ações falem mais alto do que suas palavras. Não apenas falem mais ato, mas
falem com coerência. Eu não posso exigir
do meu grupo nenhuma forma de honestidade em combate se eu mesmo sou desonesto;
Não posso exigir coragem ou habilidade de meus comandados se meus generais
assim não o forem; Não posso exigir justiça ou parcimônia se eu proteger de
forma injusta alguns membros do grupo em detrimento de outros. As minhas ações
devem ser capazes de convencer meus comandados que o meu principal cuidado é “preservá-los
de toda desgraça.”
A terceira regra tem a ver com o
conhecer para administrar. Lembre-se dos nomes de todos os oficiais e
subalternos. Tenha um registro fiel, anotando o talento e suas capacidades
individuais, a fim de aproveitar o potencial de cada um. É para isso que servem
as fichas de inscrição. Manter essas fichas atualizadas é um passo importante
para você saber o que esperar de cada uma das pessoas de seu grupo.
Sun Tzu encerra a questão com um
aforismo bem interessante: Em poucas palavras, o que consiste a habilidade e a
perfeição do comando das tropas é o conhecimento das luzes e das trevas, do
aparente e o secreto. É nesse conhecimento hábil que habita toda a arte. Assim,
o perito ao executar o ataque “indireto” assemelha-se ao céu e as terras, cujos
movimentos nunca são aleatórios, são como os rios e mares inexauríveis.
Assemelham-se ao sol e à lua, eles tem tempo para aparecer e tempo para
desaparecer. Como as quatro estações, ele passa, mas apenas para voltar outra
vez.
Em outras palavras: organize-se,
conheça o seu grupo e mantenha uma liderança firme e honesta.
Tudo vai se ajeitar.
domingo, 4 de novembro de 2018
Swordplay para deficientes
Um colega meu sugeriu que eu fizesse um texto abordando as reais possibilidades do swordplay servir para pessoas com deficiência.
Eu achei um tema bastante interessante, apesar de no momento da sugestão eu não ter qualquer subsídio para desenvolver uma ideia minimamente adequada. Então eu fiz como qualquer pesquisador que tem um assunto novo em mãos faz: saí em busca de pesquisas. E nada melhor para me ajudar do que profissionais que trabalham com pessoas com deficiência. Levei algum tempo para contactar todas as pessoas que eu queria e fazer as pesquisas necessárias para me sentir à vontade para escrever essas mal traçadas linhas. Devo admitir também que o resultado final talvez não seja o que você está esperando. Mas acredito que como ponto de partida o texto cumpre a sua função.
A grande questão aqui é a adaptação do Esporte e suas regras para pessoas com deficiência. O melhor exemplo que eu posso pensar é o futebol de salão para cegos. Existem regras especiais para essa modalidade: bola com Guizo, plateia em silêncio, goleiro capaz de enxergar, mas usando venda nos olhos...
A mesma coisa pode ser feita com swordplay. Basta adaptar colocando guizos nas espadas, vendando os adversários que porventura não possuam deficiência visual.
A mesma coisa pode ser feita com swordplay. Basta adaptar colocando guizos nas espadas, vendando os adversários que porventura não possuam deficiência visual.
Mas e quando é a deficiência não trabalha com um dos sentidos? E se é uma deficiência motora? Uma pessoa que perdeu a mão ou que usa uma prótese na perna?
A explicação mantém-se a mesma: a pessoa pode e deve utilizar equipamentos adaptados para a sua condição. Existe um grupo de recreação Histórica viking no Brasil em que um dos participantes não tem uma das mãos. Isso não impede que ele use um escudo amarrado ao braço ou que seja extremamente perigoso e ameaçador usando uma espada ou o machado na sua mão hábil.
Com a questão da prótese basta colocar por cima dela uma armadura ou peça de armadura que a torna imune a golpes. Devemos lembrar que neste caso específico a proteção adequada da prótese é indispensável. Muitas próteses foram feitas para suportar o peso do corpo e caminhar mas não foram feitas para receber golpes laterais com espadas de espuma. Neste caso mais do que nunca o cuidado com o outro é indispensável.
Com a questão da prótese basta colocar por cima dela uma armadura ou peça de armadura que a torna imune a golpes. Devemos lembrar que neste caso específico a proteção adequada da prótese é indispensável. Muitas próteses foram feitas para suportar o peso do corpo e caminhar mas não foram feitas para receber golpes laterais com espadas de espuma. Neste caso mais do que nunca o cuidado com o outro é indispensável.
Se o seu grupo não trabalha com regras de Armadura vale a pena dar uma olhada nas que estão na página do pessoal da Gladius swordplay.
No fim das contas tudo se resume a duas coisas: vontade de inclusão e adaptação das regras. É óbvio que uma pessoa cega não poderia ir para uma linha de batalha massiva como a que temos no encontro Paulista de swordplay. Mas isso não deveria ser empecilho para qualquer pessoa participar e se divertir com a nossa modalidade favorita.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Relato do EBSB 2018
Eu
tenho estado ausente deste blog. Peço desculpas aos meus 1d6+1 leitores. Mas o
mundo real chamou por minha atenção nos últimos meses e mesmo que eu tivesse
uma pauta razoavelmente interessante para escrever, me faltava tempo hábil para
tal.
Mas,
para começar a falar de tudo o que aconteceu no EBSB deste ano, eu preciso
retroceder no tempo.
Mas
se você não quer saber disso, vá rolando a tela até achar um paragrafo que
começa com a frase “Então é agora que eu começo a falar do evento”.
Pelo
menos um ano e uns meses quando o meu antigo grupo de swordplay, os cavaleiros
da virtude/eldhestar chegou ao fim. Eu estava conversando com o meu amigo Manassés
Cohen, o samurai judeu, sobre isso. Conversa vai e vem ficamos de montar um
novo grupo do Gama – a cidade que eu moro atualmente. Escolhemos o lugar e
começamos a fazer a divulgação. Contamos com a valiosa ajuda de Rhayra dos
Santos que nos trouxe nossos primeiros recrutas. Foi com poucos treinos do meu
grupo, sem nome ainda, que tivemos que tomar algumas decisões importantes:
seriamos filiados à Aliança de Beufort ou seríamos um grupo independente,
andando com nossas próprias pernas? Teríamos a estabilidade e o know-how de um
grupo estabelecido com mais de dez anos de estrada ou optaríamos pela liberdade
de dar forma a nos mesmos e seguirmos por nosso próprio caminho? Escolhemos a segunda opção e foi aí que a
minha vida – e minha relação com o EBSB – mudou para sempre.
De
repente, lá estava eu, sozinho, dando a forma que eu achava que o grupo
precisaria ter para crescer. Já tinha falado com grandes nomes do swordplay do
Brasil, pessoas que eu respeito e admiro como Juan Sebastian do Aliança e
Glauco da Magnus Legio. Então eu fiz o que todo professor sabe fazer: preparei
um planejamento daquilo que eu queria que o grupo se transformasse. Comecei
introduzindo os escudos aos poucos e depois as lanças. Depois passamos a adotar
a formação de hoplita – a mais completa, em minha opinião. Não apenas isso. Era a formação usada por
outro grupo que eu admiro muito – mas que tem uma injustificada má fama: os
cavaleiros da morte / death knights do Rio de Janeiro. Eu disse tem? Não tem
mais. Mas calma, que eu estou passando o carro na frente dos bois. Já, já eu
volto a essa questão.
Naquele
momento eu sabia que eu queria um grupo como o DK. Uma compacta formação de
hoplitas, bem oleada e que sabe trabalhar em equipe. Era isso que eu queria,
mas tinha coisas que eu não queria. Eu não queria aqueles escudos “porta de
frigobar”. Como historiador, preferi ficar com os tradicionais escudos gregos
redondos com um quê de escudos vikings – muitos dos meus jogadores são fãs da
série.
E
então começamos a trabalhar para fazer um escudo e uma lança para cada membro
do grupo. Depois disso treinamos exaustivamente as formações básicas de
hoplita: golpes, movimentação, formação.
Tudo isso para levar um time pequeno e funcional para São Paulo daqui a
dois anos. Eis que surge no horizonte o EBSB. A nossa grande chance de nos
apresentarmos. Seria o nosso cartão de visitas.
Então,
durante os dois meses anteriores ao EBSB eu fui pilhando o grupo com cada
pedaço de informação que eu podia garimpar do evento em si. Ia dizendo a eles: “Olha,
o pessoal do Tocantins vai trazer 15 pessoas. Do Tocantins! Não podemos fazer
feio! Você mora no DF e no entorno e, portanto, não tem desculpas para não ir”.
Ou então “Você não vai? Vergonha, vergonha, vergonha!” Acabou dando certo. Conseguimos
levar 36 pessoas para o evento.
Então
é agora que eu começo a falar do evento.
Não
era para irmos no sábado. Mas como eu ia bancar o cicerone de alguns grupos
como o DK e os Macacos eu coloquei dois malucos no Betão-móvel e tocamos para o
parque da cidade. Foi um dia maravilhoso de reencontros, batalhas e bate-papo
gostoso com amigos que se não fosse pelo swordplay eu jamais teria conhecido.
Meio a meu contragosto os meus meninos Thalles e Johnnie Walker se meteram nos
torneios. Eu parei para ver a luta do Walker com o Gabriel Carrusca. Walker tem
pouco mais de um ano de treino enquanto Carrusca tem pelo menos seis anos. Tava
na cara que o Carrusca ia ganhar – e ganhou.... mas foi por pouco. Mas não foi
isso que me chamou atenção. Foi o fato do Walker não ter precisado dos juízes
em nenhum momento. Ele acusou cada golpe que recebeu e saiu de lá como um
vencedor aos meus olhos. Mais tarde Carrusca e falou sobre a luta: “Foi uma das
melhores lutas que Eu tive lá. Não sei em que nível ele está, mas luta bem de
espada e escudo. Ele tem movimentos rápidos”.
Também
tive a oportunidade de no sábado mesmo treinar com algumas pessoas e saber do
infeliz incidente com a delegação dos Macacos. Numa atitude mais do que feliz a
organização do evento postergou os demais campeonatos até que eles chegassem. Aproveitei
para conversar longamente com o Richard Jorge do DK e fiquei muito triste em
saber como algumas palavras maldosas e críticas destrutivas afastaram alguns
membros do DK do evento.
E
quem teve a oportunidade de conversar com a pequena, mas competente, delegação
dos DK pode atestar, como eu também atesto, que as críticas são infundadas. Se
elas foram verdadeiras algum dia hoje não passam de “Fake News”.
Encontrei
o Daniel dos cavaleiros da Távola Redonda, a sua esposa Pandy e o seu ferreiro
Frederico Galheiro. Pessoas maravilhosas. Impressionado com o arsenal deles.
O
ponto alto foi a chegada dos macacos. Que grupo mais divertido. E habilidoso também.
O
dia das massivas começou devagar, com um sol de rachar o coco. Todo mundo
cansado do sábado. Mas eu não reclamei
nenhum momento. Todo mundo sabia que a semana tinha sido toda chuvosa, com
tempestades e o escambau. O sol era mais que bem vindo.
O
meu grupo foi chegando aos poucos. Fizemos a última checagem nas armas e mandei
todo mundo lutar. Ficar sentado era para gente velha como eu.
No
fim as massivas foram incríveis. Os juízes fizeram o possível e os líderes de
clã brilharam colocando ordem em suas hostes. Lindo ver a habilidade do Romulo
do Alamut com o arco ou ver o desempenho impecável do Luiz Felipe com seus
sabres de luz que faziam barulhinho.
Mas
nem tudo são flores, abraços e lutas divertidas. Algumas regras da organização
como a de cobrir totalmente o cabo das lanças para que se parecessem mais com
armas reais (sem mostrar o cano pvc) só deram prejuízo. Eu entendo que “em roma
como os romanos” e que se eu aceitei as participar do evento eu aceitei suas
regras, mas acho que essa poderia ser revista.
Vou
encerrar esse relato com a frase do Cezar, um dos meus meninos: “O EBSB, pra
mim, serviu como um motivador. Ver tanta gente engajada e se esforçando, mas
sem perder a camaradagem, pessoas habilidosas num nível que eu nunca pensei.
Tudo isso me fez ter vontade de melhorar
e treinar cada vez mais, a minha vontade depois do EBSB, é de trazer cada vez
mais pessoas pra dentro do esporte”.
É
isso gente. Nos vemos de novo em 2020!
PS: não tem fotos. Eu estava ocupado demais me divertindo para tirar fotos.
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Obrigado por sua consideração
Yoroshiku Onegaishimasu
Uma das primeiras coisas que você aprende quando começa a
treinar no Instituto Niten de kenjutsu é a seguinte frase: yoroshiku
onegaishimasu. Eu sempre pensei que se traduzia como “me ensine, por favor”,
mas depois de alguns anos descobri que se traduz por “obrigado por sua
consideração”. Bom, o efeito é plenamente o mesmo.
O efeito da frase é agradecer. Normalmente usávamos quando
algum superior lutava conosco e nos vencia. A frase servia para agradecer o
trabalho que o senpai teve conosco, sua consideração com o nosso aprendizado.
Afinal, ao nos derrotar, ele mostrava onde estava a falha de nossas técnicas, a
brecha em nossas defesas, o erro em nossa postura. Ele nos permitia aprender
com o seu estilo, com a sua experiência, mostrando o caminho certo para ser
trilhado.
E por que trazer este tema à tona? Porque muitas vezes esquecemo-nos
de agradecer. Esquecemo-nos de agradecer o colega de treino que para a sua luta
para nos mostrar o jeito certo de conduzir o combate; esquecemo-nos de
agradecer ao ferreiro do clã por manter as nossas armas em boas condições; esquecemos
de agradecer ao colega que passou a semana inteira planejando o treino para que
ele ficasse divertido e legal. E não fazemos isso por mal. Fazemos porque, no
nosso mundo apressado, acabamos esquecendo coisas simples como agradecer.
Agradecemos então, não para inflar o ego dos colegas, mas para mostrar que
estamos felizes em ter um bom colega preocupado com o nosso crescimento.
Então pare de bancar o ingrato e comece a agradecer o que os
outros estão fazendo por você, para que o se treino seja cada vez melhor.
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
Apresentando: Alliance Village Swordplay
Uma das coisas mais legais que vem acontecendo é ver o
surgimento de novos grupos. Um deles - e bem promissor - é o Alliance Village
Swordplay.
Eles treinam no parque do Trote: Av. Nadir Dias de
Figueiredo - Vila Maria Baixa, São Paulo - SP, 02110-000. Próximo à Avenida
Maria Cândida, do metrô Santana e Carandiru.
Os treinos ocorrem todos os sábados e domingos das 14:00 as
18:00.
E o que pode ser esperado desse grupo?
Com a palavra os fundadores:
“Nosso clã nasceu e se baseia na cultura Bretanha e do Reino
Unido, onde nos priorizamos espadachins e bom lanceiros como Diarmung herói da
mitologia celta e Dagda Deus da guerra e da forja. Nosso método de crescimento
dentro do clã e puramente meritocrático. Para nós o clã é uma família. Nosso
maior símbolo e a árvore, e a usamos em
braceletes e em nosso tabardo”. Rafael (diarmung) e Gustavo (reod dai).
rafaeltech13@gmail.com
Ou, pelo telefone:
(WhatsApp) (11) 97770-2543
Ficou curioso? Quer conhecer? Dê uma passada lá e conte
para nós o que você achou de treinar com eles. Não esqueça de usar roupas
leves, calçado firme, protetor solar e levar uma boa garrafa de água!
domingo, 19 de agosto de 2018
É o meu futebol
Uma das coisas que eu mais
trabalho nesta vida é com definições. Conceituações. Dar o nome e a definição
correta a cada termo para poder usa-los adequadamente para construir uma
narrativa, uma explicação ou mesmo construir um conceito.
Para que haja uma comunicação
eficaz, ambos os interlocutores tem de falar o mesmo idioma e ter clareza dos
mesmos termos. Caso contrário, a comunicação e a compreensão da mensagem ficam
prejudicadas. Observe por exemplo a palavra “escudeiro”, usada com tanta frequência
em nosso meio. Ela pode designar ao mesmo tempo a pessoa que luta usando o
escudo combinado com outra arma e o servidor ou pajem que carregava o escudo de
um cavalheiro, acompanhando-o na guerra. Ela também pode significar um
cavaleiro em treinamento, ou mesmo um título de nobreza baixo. É claro que num
bate papo de amigos sobre swordplay quando eu uso a palavra escudeiro estou me
referindo a quem usa escudo. Mas se eu estiver falando de idade média eu me
refiro ao pajem.
Por isso, dar definições
adequadas ao swordplay e suas práticas é uma coisa que me persegue. Eu já fiz
algumas digressões sobre isso aqui (http://swordplaydobetao.blogspot.com/2017/06/esclarecimentos-definicoes-e-objetivos.html)
mas queria hoje fazer mais um aprofundamento.
Aproveito para começar o texto
pegando emprestado a frase de Kyo Tachibana Santos, dada em entrevista ao
programa “Encontro com Fátima Bernardes”, quando ele diz que “este (esporte, no
caso o swordplay) é o meu futebol”. Sempre gostei de analogias sobre o esporte
favorito dos bretões e portanto começarei por ele.
Existem diversas modalidades
esportivas que atendem por futebol. Tem o futebol de campo (o mais famoso), o
futebol de salão, o futebol de praia, o futebol americano (que não é bem um
futebol mesmo...), o futebol de botão... é tudo futebol. Cada categoria de
futebol é independente uma da outra e ninguém as vê como alguma fase
introdutória para se chegar a outra. Você pode migrar regras de uma modalidade
para outra, mas no fim tudo é futebol e todas são diferentes.
Com o swordplay é a mesma coisa.
Existe o boffer, o softcombat, o hema, a esgrima, a recriação histórica, o
kendô... todos lidam com espada, mas cada um é um universo em si mesma.
O grande erro das pessoas, a meu
ver, é tentar trazer para a sua modalidade favorita características de outras
modalidades. É mais ou menos como uma pessoa que adora futebol de campo e quer
usar chuteiras numa partida de futebol de areia. Não dá muito certo.
Outro ponto a ser considerado é que
embora muitos jogadores transitem entre as diversas modalidade de swordplay nenhuma
delas funciona como uma “escada” o como “um ponto de iniciantes para as outras”.
Assim como o futebol de salão não é a versão para novatos do futebol de campo,
o boffer swordplay não é a versão para iniciantes do hema ou de qualquer outra
categoria. Quem não gosta das dimensões do campo ou do tamanho da bola do
futebol de salão, muda para o futebol de campo e não tenta trazer o campo
gramado ou a bola da copa do mundo (jabulaaaani!) para o futebol de salão. Se você
treina kendô, você não vai levar para o treino uma espada chinesa ou um escudo
viking. Pelo menos, deveria ser assim.
Claro que aqui o objetivo não é
cagar regras. Se você acha que as regras do boffer não são adequadas para você e
você não quer migrar para outra categoria pode tentar fazer uma das três coisas
abaixo:
Criar uma categoria nova
Mudar as regras no seu grupo
Propor e convencer outros grupos
a fazerem a mudança junto com você.
Seja lá o que você for fazer é
bom ter em mente, com muita clareza, o que você quer. Você quer uma coisa mais
realista? Você quer a possibilidade de fazer ataques de carga? Chutar escudos? Usar
as regras de combate medieval desarmado? Usar armaduras e armas de metal? Fazer
valer apenas os golpes que acertam em cheio? Banir para sempre “jutsus” e
posturas de anime? Proibir regras de magia ou poderes sobrenaturais? Acertar a
cabeça e os genitais dos colegas? Se você quer uma delas ou mais de uma eu
tenho duas notícias para você:
Primeiro: a modalidade que você quer
já existe.
Segundo: ela não é o boffer
swordplay.
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
Traição
Embasamento teórico-conceitual
Traição é um substantivo
abstrato, não condicionado a gênero, que remete para o ato de trair e significa
uma falta de lealdade, quebra de fidelidade e confiança.
Traição tem a mesma origem que a
palavra tradição, o termo em latim traditione.
Quanto à etimologia, esta palavra está conotada com a entrega de alguma coisa
que pode prejudicar outro.
O conceito de traição implica que
há quebra na confiança, fidelidade ou lealdade, entre os elementos envolvidos.
Assim, a traição pode acontecer entre amigos, entre companheiros ou entre
pessoas que têm um relacionamento amoroso.
Uma das traições mais famosas da
humanidade é a de Judas. Segundo conta a tradição, este traiu o seu mestre
Jesus, entregando-o às autoridades judaicas. Esta traição também é famosa
porque Judas identificou Jesus através de um beijo.
Entretanto, a traição é sempre
uma coisa ruim? Não sou religioso e o que vou dizer a seguir não tem por
objetivo questionar a fé de quem quer que seja. Veja o caso de Judas: Jesus é
filho de deus, onipresente, onipotente e onisciente, e sabia que Judas o
trairia. Ele teria, em tese, poder para impedir a traição de Judas, uma vez que
ele sabia da tal traição. Ou seja, se não houvesse a traição de Judas, Jesus
não teria sido preso e nem tão pouco crucificado. Não teria morrido e nem
ressuscitado. Concluindo, sem a traição de Judas, o Cristianismo, como
conhecemos não existiria. Claro que há quem defenda que jesus estava apenas
respeitando o livre arbítrio de Judas, mas não muda o fato de que ele sabia da
traição.
Existem outros pontos a serem
debatidos. A traição pode ser boa. Imagine uma guerra entre dois senhores feudais.
Um dos vassalos do senhor A rompe relações com ele e bandeia seus exércitos
para o senhor B. Durante a feroz batalha o vassalo traidor começa a atacar a
forças do senhor B. A traição dele tinha sido falsa. Ele era, em suma, uma
traição dentro de uma traição. Para o senhor A, a estratégia da traição foi
muito boa.
A traição, portanto depende do
ponto de vista de quem trai e de quem é traído. É necessário lembrar que apenas
uma pessoa sente os efeito da traição e realmente se importa com ela: a parte
que é traída.
E o quico (e o swordplay)?
Recebi uma comunicação de um
amigo e antigo colaborador da página (O que? Você não sabia que pode ser
colaborador aqui da página? Contate-me em particular e descubra como) que dizia
mais ou menos assim:
- Betão, tem algum texto na sua
página que fale de traição?
- Cara, que eu saiba não. Mas
qual foi a fita?
- Bom, o meu clã treinávamos com vários
lordes. Cada lorde tinha uma casa e o membro que atingisse a patente baixa de
soldado era convidado a entrar numa casa. Dentre essas casas, tinha uma casa
chamada XXXXXXXXX, é o lorde dessa casa começou a usar os membros que tinha com
ele para montar um novo clã sem se pronunciar. E os que eram da casa dele foram
juntos e ainda combinaram de convidar o oferecer vantagens para os outros membros
do clã para se juntarem a eles no novo clã. Então, isso nos deixou bem chateado.
(...) Ele usou do pouco de influência, mais o trabalho dos membros do clã, para
criar um novo clã sem se quer se pronunciar, tudo secretamente. Enfim, pegou a
gente de surpresa.
- Vou ver o que eu posso fazer.
Bom, este texto é a resposta
deste diálogo. Eu fiz pequenas alterações cosméticas no texto o meu amigo para
que não fosse possível identificar quem era ele e de que clãs estávamos
falando. Num assunto passional como a traição eu preciso manter a discrição e a
posição neutra.
Tratando do assunto
A primeira coisa que se tem que
entender é que cada caso de traição é um caso diferente de traição. Duas traições
não são as mesmas e cada um tem suas nuances, agravantes e atenuantes. Mas outra
coisa que há de se deixar claro: os motivos não variam muito. Relação
desgastada por brigas e desentendimentos, Falta de interesse de umas ou de
ambas as partes, Falta de companheirismo, e Promessas não cumpridas figuram
entre os motivos mais comuns para esse tipo de fenômeno.
Uma relação é feita de idas e
vindas, onde todo mundo tem que ceder. E num grupo de swordplay as relações
entre os membros ou entre os membros e os líderes podem azedar. Ninguém quer
permanecer num grupo que perde mais tempo se desentendendo ou fazendo DR (Discutindo
Relação) do que efetivamente treinando. Ninguém vai para o treino para ter
raiva.
A falta de interesse ou até mesmo
a falta de companheirismo são fatores bem críticos também. Especialmente se o
novo grupo que vai nascer dos dissidentes do antigo tiver uma proposta diferenciada,
mais de acordo com os interesses das pessoas. Para evitar esse tipo de coisa o
grupo tem que se reinventar a cada seis meses.
Entretanto são as promessas não
cumpridas que causam a grande quantidade dos casos envolvendo o swordplay. Não
foram poucas as vezes eu presenciei pessoas que saíam de seus clãs ou de seus
grupos, sob a justificativa de que não tinha sido por aquilo que eles tinham
assinado a ficha de filiação. Promessas de igualdade de tratamento, de justiça
entre os membros, ou mesmo ações que indicam favorecimento de determinados
membros em detrimentos de outros são fatos mais pesados do que a maioria das
pessoas gosta de supor.
Independente dos motivos, se
justos ou não, a traição não deve ser tratada como tabu ou coisa que o valha. É
desagradável, sem dúvida, mas está longe de ser o fim do mundo. O ideal é que o
grupo tenha tudo às claras e que as relações entre os membros sejam regidas por
normas bastante dignas Reclamações devem ser ouvidas e resolvidas. E mesmo que
haja uma ruptura, é imprescindível que haja uma ponte de comunicação entre os membros
para que as coisas possam ser resolvidas em paz. Ou pelo menos da melhor forma
possível.
Resumindo...
A traição não é necessariamente
uma coisa ruim. Ela pode ser parte de um necessário crescimento para você e seu
grupo, se assim você compreender este fenômeno.
Por lidar com a ideia de uma quebra de confiança entre duas ou mais
pessoas a traição costuma ser um assunto passional e pode levar a dissabores
bem maiores.
Sobre o que aconteceu com o meu
amigo, vale a pena repensar se o grupo poderia ter antevisto os sinais de uma
eminente traição ou se poderia ter feito alguma coisa para evitar o que
aconteceu. Isso para referências futuras, lógico.
E o que fazer no presente? O
melhor é esquecer e deixar que os outros sigam com suas vidas. Siga com a sua.
Se quiser, risque o nome da pessoa da sua agenda e bloqueie no facebook. Você não vai ganhar nada em espezinhar e perseguir
os que se foram. Deixe que vão embora e lamente a perda deles enquanto se
esforça para se recuperar, seja em números ou em qualidade.
E para o futuro? Aprenda a ouvir
seus membros e dar seguimento às suas demandas com parcimônia, justiça e transparência.
Entenda também que não importa o que você faça traições podem surgir de
qualquer lugar.
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
Minhas impressões do EPS 2018
No princípio
Lembro-me vagamente quando ouvi
falar do EPS pela primeira vez. Foi durante o meu treino conjunto da Aliança de
Beufort. Todo mundo dizia que valia à
pena ir para um treino conjunto, que era muito legal e coisa e tal, sensacional,
que tinha gente pra caramba...
Então eu paguei para ver. Quase 50
pessoas distribuídas entre todos os reinos da Aliança à época. Muito
interessante e divertido lutar ao lado, com e contra tantas pessoas diferentes.
Tantos estilos diversos, tantas armas diferentes, tanta gente para conhecer.
Foi mesmo muito legal.
- Tá gostando, Betão? – perguntou
para mim o antigo rei da Aliança, Juan Sebastian.
- Achei muito legal. Valeu à pena
vir até o parque da cidade. – respondi.
- Pois se você gostou tem de conhecer
o EPS. Isso aqui não é nem um décimo do
que é o EPS.
Por um momento eu fiquei sem
acreditar, mas como eu já tinha morado na terra da garoa e sabia, pelas
experiências dos eventos de RPG que eu costumava ir, que em São Paulo tudo é
superlativo.
Então em 2016 eu fui para o
evento. E meu mundo nunca mais foi o mesmo.
O evento
Mesmo quem conhece o EPS de várias
edições não tem como não sofrer o impacto da quantidade absurda de pessoas que
participam dele. É muita gente. MESMO. Linhas de trezentas, quatrocentas
pessoas de cada lado se aproximando para o alcance das lanças e a defesa dos
escudos. É uma sensação única, um tanto indescritível. Parafraseando Cecília
Meireles: O EPS é uma coisa que não há ninguém que explique, e uma vez vivido, ninguém
que não entenda.
O local foi o mesmo dos anos
passados, o Parque Villa Lobos, mas com uma bem vinda alteração. Não seria mais
na ilha musical, que estava ocupada com um festival de jazz, e sim em outro
ponto, mais arborizado, ao lado do portão 2, próximo a estação Villa Lobos –
Jaguaré.
O vídeo com a Toshie mostrando
como chegar da estação para o evento foi bastante didático. Fácil de chegar. O
local é infinitamente melhor que a ilha musical e desde já tem o meu voto para
ser o novo point do EPS: mais arborizado, de melhor acesso, mais seguro, com
fácil acesso a lanchonetes, bebedouros e banheiros. Por ser um espaço um pouco
menor garantiu que os grupos ficassem mais próximos uns dos outros. Isso
aumenta a integração entre os grupos e a segurança de nossos equipamentos.
Fiz um vídeo mostrando a minha
experiência durante o evento. O link
estará no final deste relato.
A manhã começou morninha, com
poucos grupos, mas a medida que o dia ia avançando as coisas foram esquentando.
Depois de ter inspecionado meus equipamentos e de ter me registrado, comecei a
passear pelo evento, revendo amigos de outras edições e conhecendo novas
pessoas como o tiozão da Magnus Legio, Romão da Wolfenrir, a Charlote do ombro
deslocado da Leões do Vale, o pessoal fantástico da Lions and vandals, e tantas
outras pessoas maravilhosas que a minha memória de peixinho dourado não permite
lembrar agora.
Passei boa parte da manha circulando
entre os grupos, numa atmosfera muito amigável e descontraída. Foram dezenas
(talvez até uma centena de duelos de x1) onde não tive nenhum dissabor ou
aborrecimento. Mesmo nas concorridas rodadas de 4x4, 10x10 e 20x20.
Outro ponto muito forte que eu
pude observar foi a organização do evento. Foi impecável. Dos guias espalhados
pelo parque, passando pelos juízes-gandulas de equipamentos, até o pessoal da
área médica, tudo funcionava milimetricamente bem. Eu me lembro que na terceira
ou quarta rodada das massivas eu perdi um braço e deixei meu escudo cair. Logo
em seguida eu morri. Quando me virei vi que meu escudo já estava na área de
retorno de equipamentos.
Só tenho agradecimentos a fazer.
Nada mais. Foi uma experiência memorável. Única. Alguma coisa que todos
deveríamos almejar.
Finalizando
Só uma coisa quero acrescentar.
Ao final do evento e saí para me despedir dos colegas e passei em dois lugares
muito rapidamente: no pessoal da DK do Rio de Janeiro e no pessoal da Magnus Legio
de Limeira. E nas duas eu ouvi coisas muito parecidas.
“Gente, o parque fecha em quinze
minutos. Reúnam todo o equipamento e vamos embora. Mas antes de irmos, deem uma
passada nos outros acampamentos para socializar, apertar as mãos e conhecer os
outros. Todo mundo aqui é amigo”.
Ver essa mesma sintonia nos dois maiores
grupos do evento me emocionou de verdade. E no ano que vem? No ano que vem tem
mais.
https://www.youtube.com/watch?v=IN6x_Hhkv5Y&t
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Sobrevivendo ao EPS
Tradicionalmente o EPS é realizado no último final de semana
de julho, no Parque Vila Lobos em São Paulo. Este pequeno guia tem 5 itens que você
deve observar se quiser se dar bem no evento.
1 – Leve água e comida.
Sério neste item, com certeza. Na véspera do evento compre
ou encha aquelas garrafas de 1,5 litros de água ou várias menores de meio
litro. Tem bebedouro no local, mas nem sempre dá para contar com ele.
Comida é outro item vital. As opções no parque são decepcionantes
e caras. Não custa nada você fazer um monte de sanduíches de presunto com
queijo na véspera e carregar dentro da sua mochila. Vai por mim, sair do evento
para almoçar fora pode levar horas de aborrecimentos.
2 – Protetor solar.
Nem se preocupe com o poeminha cantado pelo Pedro Bial. Aqui
o lance é sério. Quase não tem árvores no parque! É um mega campo gramado.
Sombra é item de luxo. Protetor solar é vida. Você não quer ganhar uma insolação
e sair mais cedo do evento, né?
3 – Roupas leves.
Você vai correr, lutar e o escambau. Use roupas leves por
baixo do seu tabardo. Calçado firme no pé, como um tênis, coturno ou coisa que
o valha. Se puder proteger sua cabeça com alguma coisa (lenço, chapéu, bandana),
faça isso. Acima de tudo leve uma toalhinha e uma muda de roupa seca para o fim
do evento. Você não quer ir para casa todo molhado de suor, não é mesmo?
4 – RG, CPF, comprovante de residência.
Leve apenas o essencial quando o assunto são documentos. Você
não quer e nem precisa perder sua carteira num evento desse porte. Mantenha
sempre perto de você um RG, um cartão de banco e algum dinheiro para
emergências, mas é só. Mantenha seu celular sempre perto de você. De
preferência, leve um power bank. Nunca se sabe quando a bateria vai te
abandonar.
5 – Arsenal.
Você não precisa levar toda a sala de armas do Castelo de
Buckingham com você. Leve a sua arma de preferência, uma arma reserva, e um
rolinho de silvertape para reparos de última hora.
segunda-feira, 23 de julho de 2018
Passando da teoria a prática
Tenho certeza que isso já
aconteceu com você. Um belo dia você estava de boas, navegando por aí quando
esbarra num vídeo de receitas. Com efeitos de corte de câmera e uma musiquinha
bem bacana o cara termina o prato em questão de minutos. Daí você pensa: “ah,
não deve ser tão difícil assim”, ou “com certeza posso fazer isso”, ou ainda “já
sei o que vou fazer para o almoço”. Só que quando você chega à cozinha e começa a
preparar o negócio as coisas mudam de figura. É bem frustrante, não é mesmo?
Com o swordplay é exatamente a
mesma coisa. Você procura um vídeo de como fazer um espada, um escudo, um
tabardo ou seja lá o que for. Encontra alguma coisa que parece simples e fácil.
Mas quando você começa a fazer, as coisas desandam. Nada é tão simples como
parece no vídeo.
Fizemos uma forja de escudos
recentemente, usando como modelo o escudo do vídeo “How to Make a Foam Shield!”
do James Fullmer. O vídeo em si tem menos de seis minutos, mas levamos a tarde
inteira para fazer pouco mais de cinco escudos: todos incompletos porque
simplesmente não deu tempo.
Provavelmente os ajustes finais
para cada escudo (colocação de borda de isolante térmico e decoração da frente)
vão levar bem mais tempo do que havíamos previsto. Sem falar do gasto
monstruoso de material entre cola, papelão e outras comodidades.
Link para o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=B9ixHvXuCWE&t=1s
Isso quer dizer que os vídeos são
ruins? Longe disso. Os vídeos são, na sua grande maioria, absolutamente fantásticos.
Quando você está assistindo um vídeo tutorial você está trilhando o caminho
mais rápido para conseguir fazer alguma coisa. Caminho esse que foi desbravado
pelo autor. Imagina quanta dor de cabeça o cara teve para pensar no modelo de
machado funcional?
Então, da próxima vez que você se
meter a besta de fazer algum tutorial de construção, tenha em mente duas
coisas:
1 – vai demorar pra burro!
2 – dê os devidos créditos e deixe
um comentário na postagem do cara. Ele merece.
domingo, 15 de julho de 2018
Neymar, Swordplay, Lei de Gérson e fairplay
Fair play, Neymar, Swordplay
e jeitinho brasileiro.
A copa do mundo de 2018
chegou ao fim com o bicampeonato da França, o uso (ou não) do árbitro de vídeo
(VAR) e algumas surpresas bem interessantes. Grandes medalhões ficaram pelo
caminho, como a Argentina de Messi, o Portugal de Cristiano Ronaldo e a Alemanha,
que foi eliminada pela (já eliminada) Coréia do Sul. Times sem muita tradição futebolística
foram muito longe (Rússia, Croácia, Suíça...) enquanto que países de muita
tradição (Brasil, estou olhando para você!) ficaram pelo caminho.
Ao final do campeonato, a
nova geopolítica do futebol mundial se estabelece e vamos entrando na segunda década
de espera pelo tal hexa. No fim do campeonato, mesmo sendo derrotados,
jogadores como Messi, CR7, Harry Kane saíram fortalecidos. O mesmo não pode ser
dito da seleção brasileira, que amargou mais um fiasco. E muito menos pode ser
dito de seu maior astro em campo (ou não): Neymar Jr, que a imprensa insiste em
chamar de “menino ney” (porra, o cara já tem 26 anos!). Finda a copa e o que
resta para Neymar é amargar ser a piada do mundial. Neymar virou sinônimo de “cair”,
alorizar quedas, fazer teatrinho, jogo catimbeiro.
Talvez um sinal dos tempos,
mas Neymar não estava fazendo nada além do que a escola sulamericana de futebol
ensina. Catimba, manha, dengo, valorização de falta... tudo para ganhar alguma
vantagem. No futebol ninguém se importa se o mundial veio na raça ou se foi
roubado. Dizer que o soco que Maradona deu na bola, no campeonato de 1986, fez
apenas parte do jogo ou era “la mana de dios” (a mão de deus) é no mínimo falta
de caráter. Educado neste ambiente Neymar tentou fazer o que lhe fora ensinado,
mas, canastrão como a sua namorada, fez uma atuação exagerada que lhe valeu a
pena de “cai-cai”. Ninguém, nem no seu país ou fora dele o leva a sério.
E de onde vem essa ideia de
ganhar vantagem a todo custo? Não se sabe ao certo, mas podemos traçar parte de
sua origem com o meio campista Gérson, jogador da década de 80. A expressão
nasceu em meados da década de 80 numa entrevista para a revista
Isto É.
Foi nesta entrevista que que o jornalista Maurício Dias batizou como "Lei de Gérson" o desejo
que grande parte dos brasileiros tem de levar vantagem em tudo. A tal “Lei de
Gérson”, o costume de levar vantagem em tudo, acabou se tornando um traço não
oficial, porém permanente, da mídia, da personalidade e do futebol brasileiro.
Neymar não está sozinho
nessa. Comentaristas como Galvão Bueno insinuam o tempo todo vantagens que um jogador
pode ter se valorizar uma falta ou se agir de forma ilegal, contando com a “falta
de visão do árbitro”. Esta atitude resumia (e talvez ainda resuma) o pensamento
de uma boa parte dos brasileiros, ou seja, egoísta, capaz de qualquer coisa
para levar vantagem, mesmo que seja imoral ou ilegal. Nada disso importa, o que
importa é se dar bem.
E o que diabos isso tem a
ver com o swordplay?
Diferentemente de outros esportes/modalidades
esportivas onde o objetivo é simplesmente vencer ou mostrar quem é o mais
forte, o swordplay trabalha um conceito diferente. Você é o seu próprio juiz. É
você que deve avisar quando o golpe do adversário pegar você em cheio. Não existe
VAR, nem sensores de toque na sua roupa, nem 4 árbitros circundando o octógono.
É você que vai se acusar. Você vai dizer que perdeu.
E por que eu faria uma coisa
idiota dessas? Porque é a coisa certa a fazer. Porque, se você joga swordplay,
é isso que você vai fazer. Porque a sua palavra vale mais do que um prêmio sem
merecimento. Um troféu vazio que vai adornar sua estante pelos anos que virão não
vai ter valor nenhum se foi conquistado com “la mana de dios”. Aliás, é bem
possível que ele seja até mesmo um motivo de vergonha: tomara que toda vez que
olhar para ele, você ouça “trapaceiro/trapaceira” bem dentro da sua cabeça.
Por ser diferente e por
permitir que você se auto-acuse, o swordplay pressupõe outra coisa: a sua
palavra tem valor. As pessoas acreditem em você. Quando você diz que sentiu o
golpe mais duro, o seu oponente vai maneirar nas próximas pancadas; quando você
diz que o golpe pegou numa área proibida o seu colega vai se desculpar e sair
do jogo; quando você diz que o golpe não pegou numa área mortal o seu oponente
vai aceitar e continuar lutando. E se você fizer diferente disso? Se você mentir?
Bem, cedo ou tarde todos vão saber. E você vai ficar com a fama de higlander,
de trapaceiro, de mentiroso, de neymar... e ninguém mais vai querer jogar com você
– ou mesmo pior: ninguém mais vai acreditar na sua palavra.
Por essa dualidade de “auto-acusação
e fé publica” é que posturas como “cantar golpes”, “bater com força” e “não
aceitar golpes” são duramente repreendidas em grupos sérios. Não é o caso de você
ser sempre 100% certinho e honesto, mas é o fato de você tentar agir dessa
forma, negando a trapaça e exigindo o mesmo de seus colegas.
É dessa forma que se
constrói o fair play (jogo limpo/ jogo honesto/ jogo justo) onde o importante
não é vencer o outro e sim superar seus próprios limites. Sim, eu sei que
vencer é bom. Eu gosto de vencer. Mas não acho que vale à pena vencer a
qualquer custo. Hoje no pega-bandeira o meu time bateu cabeça e perdemos de 7 a
3 (foi quase um 7x1!). Mas quer saber de uma coisa? Eu posso colocar minha
cabeça no travesseiro esta noite e dormir o sono dos justos, sabendo que eu dei
o melhor. O meu melhor. Sei também que o time que venceu pode fazer o mesmo.
Pois eles também deram o seus melhores.
Cabe a você decidir: fica
com o jeitinho brasileiro? Com a espada de wave monstruosa? A armadura ilegal? A
exploração indevida de uma regra para obter ganhos ilícitos? Ou vai atrás de
alguma coisa melhor?
Em tempo: Neymar Jr ganha mais
em um ano do que eu vou ganhar em toda a minha vida (a não ser que eu ganhe na
mega da virada), mas nem todo dinheiro do mundo compram respeito ou dignidade.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
Unidos
De volta à estrada
Só não muda de ideia quem não tem ideia. Ouvi essa frase
pela primeira vez, provavelmente, pelos ensinamentos do mestre Mario Sérgio
Cortella. Mais provavelmente não seja de sua autoria. Mas independente de seu
autor, o seu ensinamento é de uma singeleza e certe
za desconcertantes. Toda
pessoa inteligente é cheio de ideias; portanto, mudar de ideia é uma prova de
inteligência. É uma fortaleza. Não uma fraqueza.
Desde que me entendo por jogador de swordplay e forjador de
equipamento tenho sido resistente ás ideias de união e de padronização do
esporte. Os motivos me pareciam bastante sólidos a época. Quem dava
legitimidade aos grupos que desejam essas padronizações? Como garantir que cada
grupo tenha acesso aos mesmos materiais e regras de construção de equipamentos?
Como padronizar os tamanhos das armas? Como padronizar as regras de
desmembramento? Double tap? Wave?
Então, por muito tempo, em nome da manutenção da
criatividade e da autonomia dos grupos, eu fui frontalmente contra qualquer padronização.
Entretanto, dada às novas configurações do cenário do
swordplay nacional, tais como o surgimento de uma associação como a Magnus
Legio, passando por eventos como os EPS, ECS, Odisséia entre tantos outros, o nascimento
e fortalecimento de grupos nos mais diversos estados do Brasil e do nascimento
de grupos violentos e preconceituosos dentro do swordplay eu me vi forçado a
reavaliar minhas posições.
Depois de muito refletir só consigo ver na união dos
diversos grupos e agremiações de swordplay no Brasil, com força de associações,
ligas, federações e confederações uma maneira eficaz de defender não apenas o
nosso hobbie como também defender a integridades física de membros, para que
eventos como os ocorridos no Rio de janeiro não venham a se repetir novamente.
Então, muito humildemente, me comprometo à causa da união
dos grupos de swordplay em nome de uma padronização de regras, equipamentos,
normas de conduta e segurança dentro dos diversos grupos, a fim de criar um
cenário forte, acolhedor e protetor de nossos desejos e vontades.
Um swordplay, um conjunto de regras.
segunda-feira, 21 de maio de 2018
Relato do evento do 6º Matsuri no Cil Gama
O ataque dos otakus!
Mas bem que poderia ser chamado
de “bando de otaku fedido”
Contando a história do começo.
No dia 14 de abril de 2018 o
grupo dos Lordes de Ferro foi convidado para fazer uma participação no já
tradicional festival de cultura japonesa – o 6º Nihon Matsuri – do Cil (Centro
Interescolar de Línguas), na cidade do Gama. Foi um convite que nos deixou
muito felizes e ao mesmo tempo um pouco apreensivos. Afinal de contas seria o
nosso primeiro evento. Iriamos nos apresentar para um público estimado de mais
de 400 pessoas.
Prontamente entramos em contato
com a organizadora do evento, a Sensei Veryanne Couto, que se mostrou bastante
solícita e disposta a nos ajudar. Escolhemos um espaço arborizado, entre a
quadra de esportes e ao prédio da coordenação, em frente as primeiras salas do
bloco A. O espaço foi escolhido porque as chuvas no DF já tinham passado e os
dias de agora até novembro tendem a ser bem ensolarados: a sombra das árvores
seria mais do que bem vinda em caso de sol forte. O espaço escolhido, apesar de
um pouco apertado, serviria para pequenos combates, um espaço para arquerismo e
até mesmo uma oficina para fazer espadas na hora e ensinar as pessoas como
funciona um boffer. Também era propício para trazer e levar equipamentos sem
ter que andar muito e podíamos contar com algumas tomadas à disposição.
Tinha selecionado uma equipe com
oito voluntários (que depois se tornaram nove) e dei a eles todo o treinamento
que eu julguei ser capaz de dar no pouco tempo que tivemos para nos preparar.
Pouco tempo mesmo, porque levamos quase duas semanas apenas para fechar o
espaço com a Sensei Veryanne. Não que fosse culpa dela: a boa e velha
burocracia estatal nos atrapalhou um pouco. O evento abria as portas as dez da
manha, mas as oito a galera já estava montando o stand a todo vapor.
Íamos ter um dia longo e
divertido à frente. Ele se revelou, entretanto, bastante estressante também.
Bando de Otaku fedido!
O evento começou morninho. Os
primeiros visitantes vinham até minha mesa (que transformei em oficina) e
perguntavam timidamente como faziam para participar e se tinha que pagar alguma
coisa. Como a ideia era apenas divulgar o grupo, deixamos as pessoas curtirem o
stand de forma gratuita. Eu sorria e pedia que eles buscassem informações com
os meus confrades vestidos de tabardos. Esse foi o nosso primeiro grande erro.
Por mais que a equipe fosse
comprometida havia sempre mais pessoas no stand do que o confortável. E sem
supervisão o público pegava a primeira arma que via pela frente e se batia
livremente com qualquer coleguinha armado.
Observando agora percebo que
deveria ter limitado o numero de participantes de cada vez na arena. No máximo três
ou quatro para cada confrade. Por mais boa vontade e paciência que meus
confrades tivessem foi muito extenuante repetir dezenas de vezes as mesmas
instruções: não bata com força, não apoie a espada no chão, não atinja a cabeça
do coleguinha... Muitos pareciam fazer de propósito, trocando de equipamento a
cada rodada, deixando as espadas com a ponta para baixo ou simplesmente jogando
as armas ao chão. Isso quando não se batiam como se fossem selvagens,
descontando a raiva do coleguinha ou o estresse do dia a dia.
O resultado não poderia ser pior:
vou levar semanas para reparar todas as espadas cuja estrutura ou segurança
foram comprometidas durante o evento.
As coisas começaram a acalmar a
tarde quando o tempo nublou e... choveu. Estava no meio do processo de fazer
uma espada nova. Foi literalmente um banho de água fria e o fim prematuro da
arena de swordplay. Eu não ia arriscar que ninguém se machucasse ali e não ia deixar
meu equipamento e ferramentas se molharem. Tem coisa perdida até agora.
Agora eu entendo um pouco o horror
que alguns grupos têm dos otakus. Não consigo deixar de pensar que muitos deles
realmente trazem má fama ao grupo inteiro.
Se você sobreviveu é porque, provavelmente, fez direito.
Do jeito que estou colocando este
relato eu fiz parecer que o evento foi um grande fracasso. Não foi. Desculpe se
eu dei essa impressão. Os problemas que tivemos serviram como um aprendizado
fantástico. É uma pena que eu não soubesse disso duas semanas antes. O evento
teria sido completamente diferente. Mas assim mesmo foi divertido: fizemos muitos
amigos, fechamos alguns contatos e já fechamos a nossa participação para o
Nihon Matsuri para o ano que vem.
Só que dessa vez eu vou ser mais
assertivo e não vou permitir excessos. Aprender com os erros é uma forma dura
de aprender, mas é a forma que traz
frutos mais valiosos.
Para quem quiser, tem versão em vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=VTJYzdaf8qY
Para quem quiser, tem versão em vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=VTJYzdaf8qY
sexta-feira, 20 de abril de 2018
Bancando o tirano para um swordplay melhor
Olá amigos como vão vocês?
Peço desculpas pelo tempo sem escrever, mas o meu blog é alimentado pelas minhas angústias, necessidades e dúvidas. Às vezes eu acho que não tem nenhum assunto para falar e do nada um assunto novo vem à baila.
O texto dessa semana será bastante curto e sucinto. Um grande amigo de São Paulo, líder de um clã, me pediu auxílio para lidar com um membro problemático. Segundo palavras deste meu amigo o membro em questão é um "encostado". Vive às custas de outras pessoas. Mas até aí é uma dinâmica desse cara com as pessoas que ele se relaciona. O problema é que ele vem causando descontentamento e desagregação dentro do grupo.
Segundo esse meu colega, o rapaz em questão passou na frente da autoridade do rei e vendeu para um novato um tabardo. A questão é que o tabardo custava r$ 20 e o cara Vendeu por r$ 30. Além disso ele passou um bom tempo cozinhando este novato sem entregar o bendito tabardo.
Dono de uma boa lábia, ele ainda enrolou o novato por mais um tempo e conseguiu tomar dele mais r$ 20. Mas com toda lábia chega ao fim, o novato veio e conversou com os dirigentes do clã. A reclamação teve efeito e pouco dele depois ele teve o seu tabardo, conforme prometido.
Entretanto o mal-estar permaneceu. E esse meu amigo me perguntou o que eu faria se estivesse no lugar dele.
Bom nós temos a obrigação de dar a segunda chance, é verdade, quando o erro é legítimo. Mas quando o assunto é falta de caráter não existe essa de segunda chance a ser dada. Quando o assunto é mau-caratice a única coisa que você pode fazer, o melhor que você deve fazer, é expulsar sumariamente a pessoa do grupo.
Eu entendo que muitos grupos Democráticos ficam cheios de dedos na hora de se desfazer de um membro que é problemático. Mas esse não deveria ser um problema. Membros, como este do exemplo citado, só servem para criar desunião no grupo. Eles são verdadeiras sementes do mal que se você deixar vão Destruir todo o seu trabalho duro.
Como eu aprendi recentemente estudando sobre tolerância. Uma sociedade tolerante deve tolerar aquilo que é intolerável? A resposta é muito simples. Para que uma sociedade seja plural e tolerante, ela deve ser intolerante com aquilo que é intolerável. Em outras palavras: mesmo que sejamos Democráticos não devemos tolerar nenhum tipo de crime ou atitude antiética dentro de nossos grupos.
Certamente algumas pessoas irão taxar a minha opinião de autoritária. Alguma coisa como um líder autoritário. Tirânico ate. Mas eu devo lembrar a essas pessoas que nem toda autoridade é ruim. Imagine um batalhão do exército que recebe uma ordem: se a opinião de todos os membros do batalhão tivesse que ser ouvida para que uma ordem pudesse ou não ser cumprida não haveria motivo para uma cadeia de comando.
Não tenha dedos ou escrúpulos para cortar membros problemáticos do seu grupo.
terça-feira, 10 de abril de 2018
quarta-feira, 14 de março de 2018
Dia internacional das mulheres
Uma
data para ser...
É, eu sei que já passou. Foi
dia 08. Mas eu queria escrever uma coisa diferente. Eu queria fugir do clichê. Nada
de rosas. E levei mais tempo do que eu pretendia para traçar essas linhas sobre
uma data que representa tanto em minha vida.
Para começo de conversa eu
não queria uma postagem dando os parabéns às mulheres pelo seu dia. Porque eu
sei que enquanto precisarmos de um dia internacional das mulheres não temos
muito o que comemorar. Esse é um dia de lutas. É um dia para lembrar de todas
as mulheres que ao longo da história bateram o pé e mantiveram firmes suas
posições e convicções. Seja como uma rainha guerreira como Maeve de Connacht,
seja como uma guerreira santa como Joana D’arc, seja como pilotas guerreiras
como Yevdokia Bershanskaya, seja
como as guerreiras da fantasia como Guinnevere ou a princesa Lea Organa, ou
mesmo como qualquer mulher que colocar os olhos nesta postagem.
E para garantir que não sejam apenas as palavras de um “homem cis” eu convidei quatro mulheres
que eu admiro para que escrevessem como elas vêm a prática do swordplay. Vou me
dar apenas o direito de reorganizar algumas falas e fazer um pequeno trabalho
de edição. E vamos a elas. Porque dia da mulher é dia de luta.
As mulheres-guerreiras falam (e se bobear, elas
batem forte!)
A primeira entrevistada (e a
última a entregar seu texto) foi a Neire, do Star Warriors. Ela fala dos
desafios de ser swordplayer: “Há algumas coisas desafiadoras para uma
praticante de Swordplay como eu...primeiro o fato de ter iniciado a prática
sendo um pouco mais velha que os demais praticantes, após os trinta anos.
Geralmente eles são mais novos e com um pouco mais de tempo para aprofundar-se.
Claro que não utilizo isso como desculpa e procuro render o máximo que posso”.
Da mais madura para a mais
inexperiente do meu seleto bando de contribuintes, eu chamo a fala de Amanda
Gabrielle, que também atende pelo apelido de Vanny: “A época medieval e seus
combates sempre foram algo que despertou curiosidade em mim. Então gosto muito
de lutar dentro deste universo, tanto por sentir que de alguma forma eu estou
participando e aprendendo mais sobre uma época que eu gosto muito, quanto por
questões pessoais, tais como trabalhar minha coordenação motora e socialização”.
A mais qualificada de todas
as entrevistadas já treina a alguns anos. Mas é sua fala que traz peso a esta
publicação: “Praticar swordplay para mim é como sair desse universo atual, é
como misturar fantasia com um pouco de realidade, quando estou lutando minha
imaginação cria todo um cenário medieval com emoção e glória. Lutando aprendi a
ter coragem e garra, mas também humildade e honestidade, me tornei uma pessoa
mais determinada até na vida”. (Rebeca “Becka” Gabriela).
A menor de todas (altura)
elas é a jovem Amanda Vieira: “Desde a primeira vez que eu participei do Swordplay
eu fiquei simplesmente encantada. Apesar dos treinos serem bem cansativos, cada
segundo em campo valia a pena. Não se tratava apenas de treinamento, era uma
comunidade onde as pessoas se importavam umas com as outras”.
E
os golpes saem derrubando desafios
“Conheci o Swordplay há
alguns anos em eventos que visitei, porém, nunca havia cogitado praticá-lo,
embora tivesse contato com esgrima tempos atrás. Até que conheci o Luís Nascimento em um
encontro do Conselho Jedi São Paulo e com isso tive a oportunidade de aliar
duas coisas pela qual me interesso: Swordplay e Star Wars. Participar desse
grupo é uma experiência rica e
desafiadora...nada conhecia sobre Saberplay”. (Neire).
“Entretanto, devido ao fato
de eu ser mulher, algumas vezes eu pude sentir tratamento diferenciado. (...) Enquanto
meus colegas se vêm como oponentes em um perigoso campo de batalha, eu ainda
sou vista como alguém brincando com uma espada de mentira. Não os culpo por
causa disso, eles nem sequer devem enxergar isso como um problema”. (Titânia)
Cuidado com as menininhas
empunhando espadas de mentira. Elas lutam como aves de rapina. A prática com
elas me ensinou a não subestimar ninguém.
“Como uma garota sempre me
disseram que eu deveria ser delicada e frágil, que meninas devem fazer “coisas
de meninas”, mas no swordplay eu sinto que posso ser como eu quiser, vi que até
mesmo uma garota com braços fracos pode lutar bem”. (Becka).
A
cada desafio vencido, um novo se abre
“Apesar de ser vista como
alguém frágil, eu ainda consigo me divertir muito. Apesar de me verem mais como
um alvo do que como um adversário, eu ainda adoro correr pelo campo. Todos
esses obstáculos que tenho que lidar, tornam ainda mais doce a sensação de
quando eu finalmente dou um golpe mortal em alguém”. (Titânia)
“Em experiência eu sou
iniciante, eu ainda não lutei ou conheci algum outro grupo, mas é uma questão
de tempo, já sei o básico e a cada treino tenho aprendido mais coisas novas,
não só sobre técnicas de batalha, mas também técnicas que posso usar em minha
própria vida pessoal”. (Vanny)
“O meu desafio reside em
tendo de analisar artes como Ai-Do, Kendô, tipos diferenciados de Esgrima, de
maneira que possamos realizá-las com eficácia. Isso faz do meu aprendizado algo
riquíssimo, despertando cada vez mais a minha curiosidade como praticante à
respeito das mais variadas técnicas. É um mundo fabuloso, sem dúvida”. (Neire).
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A Importância da Malícia e da Cautela nas Relações Sociais no Swordplay
Na complexidade das relações humanas, é inevitável que, independentemente de quão bons sejamos e de quanto nos importemos com os outros, sem...
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- Você sabe como usar essa coisa? – perguntou Don Diego a Alejandro, referindo-se a espada que ele portava. - Sim – respondeu sem muita c...
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